domingo, 19 de dezembro de 2010

Melhor fora que pedissem ajuda

ANotícia do PÚBLICO transmite a arrogância pouco esclarecida, como se deduz do título, Ministro das Finanças nega interferência do FMI nas decisões do Executivo, e é explicada na frase “Não há nestas medidas qualquer imposição ou condicionalismo externo. O Governo tem consciência de que tem de fazer bem o nosso trabalho de casa”.

Mas a cruel realidade mostra que o ministro não merece confiança nem no que diz nem no que decide, bastando olhar para as repetidas promessas e basófias de falso optimismo, para os sucessivos PECs e para a situação de «austeridade» e de fome e pobreza crescentes, para ver que não tem sabido fazer os trabalhos de casa. Por isso, racionalmente, não se pode crer que agora saiba ou possa fazê-lo. Portanto a recusa em pedir ajuda estrangeira, é mais uma basófia, inconsciente e irresponsável, mostrando que não se preocupa, não tem repulsa, em destruir totalmente o País, os portugueses. Melhor fora que, para o País não ficar completamente exangue devido aos sucessivos erros e incapacidade de os reparar com eficácia e oportunidade, fosse pedida ajuda onde ela possa ser concedida.

Iremos continuar a aprender a contar com ajuda dos PEC, PEC um, PEC dois, PEC três, PEC quatro, etc. E o juro da dívida continua nas proximidades de sete, e havemos de passar a pedir dinheiro para pagar os juros da dívida, vender e privatizar tudo o que ainda tem algum valor, ao mesmo tempo que se mantêm fundações e outros tipo de «dezenas institutos públicos a extinguir» que vão servindo apenas para dar asilo a «boys» incapazes de sobreviver sem as muletas do erário. A quantidade de assessores (que não impediram os erros que levaram à crise) mantém-se, ou aumenta, assim como o compadrio.

O que se torna cada vez mais evidente é que, muitas vezes, os governantes tomam decisões que não foram devidamente preparadas e fundamentadas e se basearam apenas em palpites e intuições. Depois, sem a mínima sombra de vergonha, acabam por vezes por, com a mesma leviandade e irresponsabilidade, recuar anulando a decisão anterior, ou alterar, sem critério ou consciência do resultado para o País e sempre sem uma visão estratégica dos efeitos a longo prazo. Seria bom que seguissem a metodologia de pensar antes de tomar decisões.

Imagem da Net

China ajuda Portugal

O ministro das Finanças Teixeira dos Santos diz, com optimismo, que a China vai «reforçar» apoio Financeiro a Portugal. Sem dúvida que os portugueses têm razão para optimismo, pois, dada a incapacidade de os nossos políticos conseguirem equilibrar as contas públicas apesar de sacarem o tutano aos cidadãos mais carenciados, dada a sua falta de vontade de terminar com sumidouros de dinheiro sem o mínimo interesse para o País, como já foi dito em Dezenas de institutos públicos a extinguir, será boa decisão aceitar a supervisão de quem tem demonstrado saber gerir um desenvolvimento sustentado de cerca de 10% ao ano durante uma dezena de anos.

A China mostrou saber recuperar a crise criada por Mao Tse Tung e evitar o contágio da implosão da vizinha União Soviética e, agora, com o investimento que faz em Portugal, não vai deixar de vir vigiar muito de perto as contas do Estado e puxará as orelhas aos gestores da ‘colónia’ antes que haja erros com efeitos insuportáveis que coloquem em perigo a remuneração e o reembolso dos seus investimentos. Será, certamente, mais eficiente do que o FMI cujos técnicos têm grandes vícios capitalistas e não sentem os efeitos práticos de exageros burocráticos!!!

Com efeito, tudo leva a crer que os chineses não deixarão de apoiar Portugal discretamente, mas com rigor, para que as despesas do Estado sejam devidamente controladas e reduzidas ao indispensável, a fim de eles não perderem o seu investimento com esta ajuda financeira que estão a dar. Este é um sinal de esperança para vencermos a crise que tanto nos tem prejudicado.

Com os contactos mais frequentes teremos oportunidade de aprender o que há de mais positivo na cultura chinesa. Oxalá saibamos evitar os defeitos, que não são poucos, no que respeita aos Direitos Humanos e, de uma forma geral, aos direitos, liberdades e garantias.

Mas não esqueçamos que uma moeda tem duas faces e a China não se desenvolveu com desperdícios ou esbanjamentos. Portugal tem, do ponto de vista oriental, trunfos valiosos, como os melhores portos para cargueiros de grande calado, que servirão de entrada dos produtos chineses para o mercado europeu e essa entrada já está em marcha, como se vê nalguns dos posts linkados em baixo. Enquanto a América tem baseado o seu poder estratégico a nível mundial com a utilização das armas, os chineses estão a apoiar-se na economia o que lhes permite avançar sem conflitos, serenamente, até impor as suas ordens ao mundo.

Portugal irá servir de ferramenta estratégica de incomensurável valor nessa marcha ritmada para o domínio mundial. Oxalá os nossos dirigentes compreendam isso e usem os trunfos nacionais, para evitar a subserviência , e conseguir os melhores resultados para benefício do povo, principalmente da camada que tem sido mais sacrificada.

Posts com referências à China:

Educação perante o Poder sem estratégia

Depara-se hoje nos jornais com dois artigos que se complementam. Embora não seja meu hábito colocar aqui posts muito longos, não quis resumir estes dois nem publicá-los em separado. Estamos perante uma indesejada inépcia num dos sectores mais importantes do Estado, senão o mais marcante no que toca a consequências futuras. Mas, infelizmente, os governantes, antes de decidirem, não analisam as soluções possíveis, não as comparam para escolher a melhor tendo em contra a avaliação geral das consequências a longo prazo. Pensa-se, e pouco, no presente e talvez no amanhã, mas não se procura ver longe e trabalhar para a estratégia, para o longo prazo. A não ser que, como por vezes ouço dizer, tudo esteja deliberadamente decidido para um objectivo bem determinado, o de destruir o que há de aproveitável na nossa sociedade.

Eis os artigos:


Sofreguidão de poder
 Diário de Notícias. 13-12-2010. por João César das Neves

Portugal vive uma crise grave. Não tão grave que não haja quem se aproveite dela para ganhar poder. Quando quem o faz é grande responsável pela crise, ultrapassa-se os limites da decência.

O descontrolo orçamental tem muitas origens. Entre os serviços, sectores e interesses culpados pelo endividamento galopante, ocupa lugar de destaque o Ministério da Educação, cuja dimensão e desregramento criaram tantos desperdícios e derrapagens.

A crise geral implica reduções nas verbas para o ensino. Compreende-se. Esses cortes, se afectam as escolas públicas, devem também atingir o regime de associação das escolas privadas. Não surpreende. A coisa fica estranha quando o ministério usa a crise como pretexto para rever o regime desses contratos, que vigora há 30 anos (DL 553/80 de 21 de Novembro). Que tem isto a ver com austeridade? Porque razão o Governo, que nos sucessivos PEC sempre se recusou a mexer nas suas múltiplas regras ruinosas, preferindo medidas pontuais e avulso, insiste aqui em mudar o estatuto? Para mais sem com isso cortar despesas?

A trama entende-se quando o aspecto central da proposta é a redução da duração dos contratos de associação, que era de cinco anos, para anual. A partir de agora todos os anos lectivos o Ministério decide se mantêm ou não o subsídio que torna gratuito ou acessível o ensino em algumas escolas particulares.

A ideia é aberrante! Por que razão querem os serviços repetir de 12 em 12 meses o esforço de avaliar as escolas? Como é possível os alunos, cuja formação dura 12 anos, viverem na incerteza contínua de terem ou não o seu ensino assegurado, prejudicando logo os mais pobres? Como podem as escolas gerir o seu funcionamento e manter o corpo docente e auxiliar debaixo desta permanente ameaça?

A mais elementar sensatez, prudência e economia chega para ver que a proposta é um enorme disparate educativo, social, administrativo e económico. Como pode tal dislate passar pela cabeça dos responsáveis, para mais no meio da grave emergência nacional? A resposta é simples: pelo poder. A partir de agora as escolas privadas andam de trela curta, sempre sujeitas aos caprichos administrativos. Burocratas da Direcção Regional de Educação, políticos da câmara municipal ou simplesmente caciques locais têm os responsáveis escolares no bolso.

O vício vem da própria estrutura do sector. O ministério tem duas funções. A primeira consiste em regular o sistema de ensino. Essa é a sua missão pública, que pouco lhe interessa, porque o melhor dos seus esforços e preocupações dirige-se ao fornecimento de instrução. A senhora ministra raramente é ministra, sendo sobretudo gestora da escola pública.

O Estado tem a função decisiva de vigiar a qualidade escolar. Mas não há razão para se envolver no negócio das aulas. Para quê meter-se entre pais e professores, cobrando impostos aos primeiros para pagar salários aos segundos? Para quê o Estado proporcionar ensino aparentemente de borla, que fica caríssimo pelas distorções e desperdícios que causa? Pior, depois de arruinar múltiplas escolas com concorrência desleal, ainda se finge magnânimo apoiando alguns colégios nos contratos de associação, anomalia a eliminar logo que a escola pública seja universal.

A alegada razão disto tudo é dar aos pobres acesso ao ensino. Mas se é essa a finalidade, deveria entregar o dinheiro dos impostos aos necessitados, deixando-os escolher. Este mecanismo do cheque-educação seria mais barato, justo e sobretudo excelente para os carenciados, livres de inscrever os filhos no melhor, em vez de ficarem presos à escola pública gratuita. Todos beneficiavam.

Porque não se faz? Por causa do poder. Com este esquema os funcionários do ministério passariam a meros distribuidores de cheques e os professores públicos perderiam a clientela forçada, devendo concorrer em qualidade pelos alunos. Até o Estado deixaria de ter a máquina de doutrinação ideológica.
Toda a crise da educação vem da sofreguidão do poder. O pior é que é este o mecanismo que ensina as nossas crianças.


Qualidade no ensino
Correio da Manhã. 13-12-2010. Por: Luís Marques Mendes, ex-líder do PSD
Sem a coragem de o dizer abertamente, a intenção é a de progressivamente matar o ensino particular

Com a algazarra em torno dos juros da dívida, do FMI, da lei laboral ou das excepções salariais nos Açores tende a passar incógnita uma nefasta decisão que o Governo tomou sobre educação.

A questão é simples de formular: desde 1980 que está institucionalizado o ensino particular e cooperativo, sendo que o Estado apoia financeiramente estas escolas, as quais acolhem já dezenas de milhares de alunos e têm obtido até em termos de qualidade de ensino uma classificação superior à de muitas escolas públicas.

De repente, a pretexto da crise, o Governo quer reduzir em 30% os apoios às escolas particulares e consagrar que os contratos a celebrar com elas deixem de ser plurianuais para serem decididos anualmente, caso a caso. Ou seja, sem a coragem de o dizer abertamente, a intenção é a de progressivamente matar o ensino particular e cooperativo.

Quatro razões tornam esta decisão inexplicável:

Primeira: a liberdade de escolha. Numa sociedade democrática, os pais devem ter liberdade para escolher a escola dos seus filhos. Para poderem escolher em função da qualidade. Optando pelas melhores. É um direito elementar. Acabar com as escolas privadas é matar este salutar direito à diferença.

Segunda: a competição saudável. O país só ganha com uma competição saudável entre escolas, públicas e privadas. A concorrência fomenta a qualidade e incentiva a excelência. A unicidade premeia a mediocridade. Acabar com as escolas privadas é acabar com a concorrência. É dar uma machadada na busca da qualidade.

Terceira: o interesse público. Muitas das escolas privadas têm das melhores classificações nos rankings de qualidade. Estão no topo do melhor ensino que se pratica. O que é bom para os jovens e para o seu futuro. Em nome do interesse público, o Governo devia congratular-se. Ironicamente, o ‘prémio’ é matar quem tem qualidade.

Quarta: a exclusão social. Muitas das escolas privadas têm um ensino de elite mas não são elitistas. Com o apoio do Estado, a elas têm acesso, nas mesmas condições, os filhos de ricos, pobres ou remediados. Sem apoio do Estado, passamos a ter escolas privadas apenas para ricos e escolas públicas para os outros. É o convite à exclusão social.

É assim, com preconceitos ideológicos, que se mata os bons projectos. Afinal, o investimento não deve ser na escola pública ou na privada. Mas sim na qualidade do ensino. Esteja ela no público ou no privado. Só deste modo o país sai a ganhar.

Imagem da Net

Eles abandonam o barco

Segundo o site AngoNotíciasArmando Vara é o novo PCA da Camargo Correia África, tendo assim a seu cargo as actividades da empresa brasileira em Moçambique e Angola. Irá fazer boa equipa com Guebuza (ver aquiaqui e aqui) e dos Santos. 

Armando Vara, beneficiado por uma carreira «fulgurante», desde o seu início ao balcão da CGD em Vinhais, sujeito a muitas polémicas, em que se falou do compadrio com António José Morais, as obras no monte que comprou em Montemor o Novo, a fundação para a prevenção rodoviária, a licenciatura, a passagem da administração da CGD para o BCP Milenium, a Operação Face Oculta e os robalos do Godinho, aceitou agora um presente estrangeiro e abandona o barco.

Os «boys» nunca ficam a perder, pois a coesão entre os elementos do grupo faz-se sentir sempre que seja necessário evitar que se «zanguem as comadres para não se saberem as verdades», velho ditado popular que mostra conhecimentos de sociologia. Tudo se encaixa nesta complexa malha de que enferma a sociedade moderna, não só nacional como também internacional.

Quanto ao abandono do barco, não é o primeiro e não será, provavelmente, o último, sendo de recordar o ex-administrador do BPN, Dias Loureiro, agora bem instalado em Cabo Verde numa empresa que estava ligada ao BPN, Morais Sarmento que foi acolhido pela empresa espanhola Iberdrola e Agostinho Branquinho que aceitou o presente oferecido pela Ongoing, e isto para não falar dos que foram ocupar brilhantes cargos internacionais, por ordem cronológica, António Guterres, Manuel Durão Barroso e Jorge Sampaio.

Daqui, se conclui que é muito sensato e oportuno o conselho dado por Cavaco Silva aos jovens para se interessarem pela política. Está aí uma carreira de futuro promissor, pois a dedicação ao líder do momento, a conivência, a cumplicidade e a amabilidade para empresas e donos do capital em geral, rende sempre bons dividendos e uma imunidade e impunidade que a experiência diz ser incontornável. Isto aplica-se mesmo internamente, pois é expressiva a lista dos «tachos» de ex-políticos, que circula com frequência pelos e-mails.

Entretanto a AOFA informa, por comunicado de 27 de Outubro de 2010, que «jovens que sobrevivem no Afeganistão e noutras missões poderão não resistir ao terror em Portugal. O Orçamento de Estado atira para o desemprego 3.000 jovens militares em regime de contrato». Realmente a carreira política é muito mais compensadora e sem os riscos de vida que aqueles militares correm.

Imagem da Net

Tudo isto são excepções…

«Tudo isto existe, tudo isto é triste», tudo isto são excepções. A excepção criada pelos Açores, de forma camuflada, ao dar compensações aos funcionários públicos para não serem afectados pelo corte de 5% no salário a nível nacional, leva-nos a pensar que a unidade do País é uma ficção. Isso é sentido por boa gente ligada ao Governo, como se vê pelos artigos de que se seguem os links : César vs Sócrates,Socialistas criticam falta de solidariedade dos AçoresGoverno não tem poder para travar subsídio aos funcionários públicos dos AçoresSócrates pressiona posição do Tribunal Constitucional,  Sócrates demarca-se de Carlos César nas compensações.

Numa conversa de café, ouvi: o que eles precisam é que se lhes imponha a independência já, mas com a condição de, posteriormente, não se lhes dar o apoio que tem sido dado a Timor. Quem sabe organizar petições organize já uma para que o assunto seja debatido no Parlamento. Onde está a unidade do Estado, a autoridade do Poder Central sobre todo o País? É certo que a independência contraria a actual Constituição, mas que se altere esta, de acordo com as realidades e a vontade dos Açores.

A excepção até pode estar coberta pela lei feita pelos políticos competentíssimos que temos tido. Mas não cheira nada bem.

Imagem da Net

Assange e a vingança persecutória

Segundo a notícia «Wikileaks: EUA vão pedir extradição de Assange, dizem advogados» «os advogados de Julian Assange dizem esperar que os Estados Unidos peçam muito em breve a extradição do editor do site WikiLeaks — detido no Reino Unido, ao abrigo de um mandado de captura internacional emitido pelas autoridades suecas, devido a acusações de crimes de natureza sexual. Enquanto isso, continua na Internet a revolta contra a reacção dos EUA à divulgação dos seus telegramas diplomáticos.»

A acusação de crimes de natureza sexual constitui mais um facto a dar razão à WikiLeaksi. Os poderosos usam as mais abjectas atitudes (denunciadas pela WikiLeaks e outras) para impor os seus caprichos e realizar as ambições de mais Poder. Estão a demonstrar que a Justiça não passa de uma criação de domínio, um chicote, que o Poder usa para domar o povo, deixando os poderosos imunes e impunes.

Fica-nos a dúvida se Julian Assange não tivesse desmascarado a podridão que infecta as relações internacionais pela má qualidade das vias diplomáticas, teria continuado impune nas suas actividades sexuais? Porque não foi chamado à barra do tribunal antes por tais «crimes»? Não estaremos perante uma perseguição por ter usado da liberdade de expressão em defesa da transparência democrática que os políticos gostam de usar como cartaz publicitário, mas que não aceitam nem usam?

Parece a história do lobo e o cordeiro: «se não foste tu que turvaste a água do rio foi o teu pai». Neste caso, se não podemos esmagar-te pela liberdade de expressão, vamos apanhar-te por qualquer pecadilho que tenhas cometido durante a vida.

Estão a levar a Humanidade por um péssimo caminho. Devem meditar um pouco na ética, na dignidade, na sensatez, nos bons princípios morais.

Posts relacionados:

Avança a Marinha !!!

Transcrição de artigo seguida de NOTA:

Diáro de Notícias. 10-12-2010. Por Manuel Carlos Freire

Uma dúzia de almirantes no activo, reserva e reforma participaram na assembleia geral extraordinária do Clube Militar Naval sobre a reforma da Saúde Militar.

O almirante Melo Gomes declarou ontem ao DN que "não se pode humilhar a saúde naval nem a Marinha permitirá qualquer humilhação, como nunca permitiu".

ex-chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), cargo que deixou há cerca de uma semana, falava à margem de uma assembleia geral extraordinária do Clube Militar Naval (CMN), exclusivamente dedicada ao "debate e esclarecimento dos fundamentos, consequências e efeitos, para a Marinha e para os utentes da família naval, da reforma do Serviço de Saúde Militar".

Ao contrário de uma sessão anterior, agora marcaram presença mais de uma dezena de almirantes no activo, reserva e reforma - mais um sinal da instabilidade e conflito aberto no seio das Forças Armadas e com a tutela sobre essa matéria.

"É preciso rever o caminho de concentração que se está a seguir, se se pretende aumentar a eficácia e a eficiência da saúde militar", observou um oficial superior, deixando uma interrogação: "Como é que isso será possível se um departamento [de medicina, por exemplo] tem serviços dispersos por locais diferentes?" (leia-se hospitais da Estrela e Lumiar).

As dezenas de sócios presentes deixaram cair a proposta de avançar com uma providência cautelar para suspender o processo de reforma da Saúde Militar, optando por requerer uma audiência com o recém-empossado CEMA, almirante Saldanha Lopes.

Em função desse encontro, a reforçada comissão representativa do CMN (com mais dois elementos, passando agora a seis) ficou com poderes para requerer audiências ao Presidente da República, ao Governo - na figura do primeiro-ministro, depois de o ministro da Defesa já os ter recusado receber - e aos partidos políticos com assento parlamentar, contaram ao DN alguns dos participantes.

NOTA: Se os governos contam com as Forças Armadas, em qualquer momento, para missões difíceis e arriscadas, elas têm que ter permanente disponibilidade, o que significa desde boas condições de saúde preventiva até às medidas urgentes de socorro e tratamento dos acidentados e feridos adequadas a um completo e rápido restabelecimento. A dedicação dos militares e a sua aceitação corajosa do perigo exige a certeza de um socorro eficaz. E a defesa da Pátria não dispensa tal dedicação incondicional até ao sacrifício da própria vida.

«Assange não deve ser acusado»

Sobre a divulgação de documentos secretos pelo Wikileaks foi aqui publicado o post «WikiLeaks e os claviculários do segredo» em que era transcrita uma carta ao directos do Público publicada em 16 de Janeiro de 2004 e onde se responsabiliza pela fuga de informações classificadas o funcionário que tem por responsabilidade garantir a sua segurança. Se ele, que tem tal dever de garantir o segredo, comete a infracção de divulgar tal matéria, não pode esperar que a pessoa alheia ao serviço e que teve acesso a tal matéria a transmita a terceiros. Perante certas pessoas, esse texto seria uma heresia, e por isso é gratificante o artigo que se transcreve e que refere as posições de dois altos funcionários da ONU:

Frank La Rue discorda da responsabilização do meio de divulgação.
representante das Nações Unidas para a liberdade de expressão, Frank La Rue, considera que os Estados Unidos não devem poder apresentar uma acusação contra o responsável do WikiLeaks, Julian Assange, e defende que será um mau exemplo para a liberdade de expressão se isso acontecer.

Se há responsabilidades pela fuga de informação, ela não é do meio que a publicar.

“Tendo em conta o que foi divulgado no WikiLeaks, julgo não haver responsabilidade criminal por ter sido este site o meio de divulgação”, disse Frank La Rue numa entrevista à Australian Broadcasting Corporation. “Esse é um dos debates acerca da Internet e até agora considera-se, em geral, que não há responsabilidade criminal por transferir informação”, defendeu.

Frank La Rue está actualmente a trabalhar num novo relatório sobre liberdade de expressão e Internet e considera que “se há responsabilidades pela fuga de informação, ela é exclusivamente do autor da fuga e não do meio que a publica. É assim que a transparência funciona e que a corrupção tem sido confrontada, em muitos casos”.

Também a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navy Pillay, manifestou a sua preocupação em relação às denúncias de pressão sobre empresas privadas para deixar de prestar serviços financeiros ou de alojamento na Internet à WikiLeaks como forma de a impedir de divulgar mais documentos secretos.

Navy Pillay sublinhou a necessidade de se proteger o direito de partilhar livremente informação e adiantou que “se a WikiLeaks cometeu alguma ilegalidade, isso deve ser tratado judicialmente e não através de pressões e intimidações promovidas por terceiros”.

NOTA: Numa altura em que o mundo está convicto de que é imperioso combater o tráfico de droga, e que se fala do WikiLeaks é de chamar a atenção para o artigo «WikiLeaks implica altas figuras de Moçambique no tráfico de droga», em que são indicados nomes de homens públicos do mais elevado grau de responsabilidade no País.

Imagem da Net

A China entra na Europa pacificamente

«A chegada das empresas chinesas perturbou o mercado da construção civil e os concursos na Polónia, e suscita o interesse do vizinho checo. O seu segredo: preços baixos, pontualidade e integração de mão-de-obra local. Para além do apoio do Governo de Pequim.»

A notícia «O caminho está livre para as estradas chinesas» vem ao encontro do texto publicado em «Revolução imparável em curso».

O Grupo empresarial COVEC (China Overseas Engeneering Group), com sede instalada no subúrbio de Varsóvia dirige a expansão – há muito planeada – de Pequim na Europa. Após ter ganho o concurso para a construção da auto-estrada A-2 da Polónia, comunicou que estava interessada em projectos semelhantes noutros países europeus, incluindo na República Checa.

A Polónia é co-organizadora, com a Ucrânia, do próximo Campeonato Europeu de futebol, em 2012, e tem necessidade de centenas de quilómetros de novas estradas e o tempo é apertado. É lógico que este país de 40 milhões de habitantes procure aproveitar esta ocasião única, para mostrar ao mundo os imensos progressos realizados nos últimos anos. É bom que se saiba que a Polónia é um dos raros países da União Europeia que, apesar da crise económica que preocupa muitos estados europeus, não teve nem recessão nem um défice orçamental significativo. A Bolsa de Varsóvia, após algumas hesitações dos investidores, tornou-se uma das praças financeiras europeias mais procuradas pela sua estabilidade.

A entrada das empresas chinesas nos concursos permite escapar à maldição da corrupção endémica que envolve a construção de auto-estradas. Graças ao novo sistema que os concursos passaram a seguir o custo de construção de um quilómetro de auto-estrada passa para um terço, em poucos anos.

Imagem da Net

Faz falta alertar a malta !!!

Dois amigos leitores deste blogue, embora só raramente deixem comentários no espaço próprio, fazem-me saber, por e-mail ou de viva voz, as suas opiniões que interpreto com a ressalva de terem sido detentores de altos cargos no Governo e em entidades públicas. Dizem-me que os blogues, tal como os jornais, não devem publicar boatos ou qualquer coisa que não esteja devidamente averiguada e comprovada.

Mas não podemos ignorar que a realidade mostra «não haver fumo sem fogo» e, tanto os blogues como os jornais, têm alertado as pessoas (as autoridades responsáveis, incluídas) para «casos» que depois deram muito que falar. Sem essa atitude de alerta, eles ficariam ignorados devido às pressões de forças poderosas interessadas na sua ocultação. E mesmo depois dos alertas, muitos «casos» acabam por se esbater e ser arquivados ou fechados por um texto demasiado macio. É preciso alertar, dizer que o Rei vai nu, dizer que há fumo, mesmo que de maneira tosca, apenas com a intenção de dar oportunidade a quem de direito para averiguar, investigar e chegar às devidas conclusões. Do autor ou transmissor do alerta não pode nem deve exigir-se a investigação que compete a instituições próprias. Tais alertas, como sugestões ou opiniões, podem ou não ser pertinentes e úteis, cabendo ao responsável pela decisão aproveitar ou pôr de lado.

Aos assessores do decisor exige-se ponderação rigorosa, sem desprezar dicas que possam fazer ver aspectos inicialmente não tidos em conta, a fim de não empurrar para decisões desastrosas.

Nessa fase do estudo, aplica-se o que foi apresentado no post «pensar antes de decidir» não desprezando os mínimos pormenores e listar todas as hipóteses possíveis para a solução do problema, de cuja escolha sai a decisão. Esta dará lugar à elaboração do planeamento, programação e execução., durante a qual haverá um permanente controlo e, eventualmente, os ajustamentos que forem indispensáveis

A liberdade de opinião é importante e haverá vantagem em as pessoas se habituarem a observar, analisar e criticar tudo o que vêem, lêem e ouvem, para não se deixarem enganar por artimanhas de propagandas falaciosas. Isso aplica-se na vida privada diária e também no voto que, normalmente, cai no candidato mais bafejado pelas sondagens, pela boa aparência, pelas palavras de tom mais convincente mesmo que não sejam compreendidas.

E por falar em fumo, merece que alguém olhe com isenção, rigor e equidade, como deve ser timbre da Justiça, para a «notícia» referida em «Será que estamos em Crise? » cuja introdução começa por: «Pelos vistos na Região Autónoma dos Açores a Crise ainda lá não chegou..."Governo regional dos Açores pagou 27 mil euros por viagem da mulher de presidente da região autónoma"»

Imagem da Net

Fragilidades dos políticos

Várias pessoas que vemos, lemos ou ouvimos pela Comunicação Social, dizem que é necessário prestigiar a política. Entre os que assim opinam contam-se, p0r exemplo, o ex-PR Sampaio e o actual PR Cavaco Silva.

Realmente é imperioso que se recupere tal prestígio porque ele anda muito por baixo. Em tempos mais ou menos calmos em que governar é quase como conduzir em auto-estrada plana sem curvas e sem trânsito, os responsáveis brilham com palavras devidamente preparadas pelo marketing, com muito optimismo e fantasia, do que resulta uma imagem brilhante para os olhos da maioria do nosso povo. Mas logo que surge uma dificuldade, mesmo que ligeira, as atitudes desajustadas e pouco sensatas mostram as reais fragilidades de tais personalidades. Estala o verniz e fica à vista a madeira carcomida. 

Do Governo estão na memória de todos as palavras pouco urbanas do PM a procurar achincalhar os deputados da oposição, as suas reacções perante os diversos «casos» em que foi apontado como suspeito, as suas contradições com o ministro das Finanças, das Obras Públicas e outros. De Belém, houve as ‘solenes’ comunicações ao País sobre o estatuto dos Açores, sobre as escutas dos telefones de Belém, sobre os casamentos de pessoas do mesmo sexo e as palavras sensatas mas triviais acerca da situação insustentável do País .

E neste momento, as debilidades dos eleitos mais salientes na estrutura do Estado evidenciaram-se na sequência de o Governo Regional dos Açores ter decidido subsidiar os funcionários públicos compensando-os dos cortes decretados pelo Governo Nacional para todos os funcionários públicos do País. O PR e o PM disseram que a «decisão regional poderá ser inconstitucional». Ao ouvir-se esta confissão de ignorância ou de hesitação por parte de tão altas figuras, fica-se chocado. Há situações em que o silêncio é de ouro e em tais cargos não se podem manifestar dúvidas de tal género. Ou é ou não é. Mas isso só deve ser afirmado depois de cuidado estudo e de se esboçarem as conclusões. Durante esse estudo pode haver ignorância, dúvidas ou hesitações, que não são desprimor para ninguém, mas não são divulgadas, pois só a conclusão o deve ser.

E no meio de tudo isto, não é de estranhar o esbracejar de Carlos César a desrespeitar o poder central, alegando legalidade mas esquecendo moralidade, ética, equidade e respeito pelo escalão superior da República.

Para os mais interessados neste tema, coloco os links de alguns artigos da CS de hoje:

Por que não fala Cavaco quando deve?
César vs Sócrates
Carlos César afasta inconstitucionalidade do apoio aos funcionários públicos regionais
Carlos César: Cavaco Silva "não hesita em lançar uns portugueses contra os outros"
O complexo de Cassandra

Imagem da Net

Valores para uma boa Liderança

Segundo o artigo abaixo transcrito, uma escala de valores do género das virtudes militares é imprescindível para o êxito de uma boa liderança, em qualquer organização de qualquer dimensão. Recordo que os conceitos aqui expressos no post «pensar antes de decidir» foram retirados de literatura militar relativa ao «estudo da situação» que mais não é do que a preparação da decisão que deve ser tomada a cada momento sobre cada problema. Quando diz que «em situações de grande crise um líder deve ser "militar"», não quer dizer que seja um general, mas um gestor com mão firme chefiando a equipa segundo as exigências que refere e explica no texto. Compare-se o texto com as realidades nacionais, de leis mal feitas que logo são criticadas, alteradas, adicionadas de excepções e/ou anuladas e substituídas por outras também carentes da devida preparação. Veja-se o funcionamento da equipa em repetidas contradições entre o chefe e os membros da equipa e entre estes.

Eis o artigo:


Em situações de grande crise um líder deve ser "militar"
Económico. 05/12/10. Por;Maria Teixeira Alves

António Horta Osório partilhou com uma plateia de gestores os factores críticos de sucesso de uma boa liderança.

"O mundo é global e está em constante e acelerada mudança. É fundamental prever a direcção dessa mudança: onde estamos e para onde o mercado vai, para onde se dirigem as grandes tendências macro antes do mercado lá chegar. As empresas que lá chegam primeiro conseguem vencer as batalhas". É desta forma que António Horta Osório começou a sua intervenção no debate subordinado ao tema 'Os novos desafios da liderança e gestão de talento', na terceira edição da conferência CEO Experience, organizada pelo Diário Económico e pela Accenture.

O indigitado presidente executivo do britânico Lloyds Banking Group, partilhou com uma plateia de gestores a sua visão de uma boa liderança, que requer "uma equipa em que o todo é maior que a soma das partes", uma inspiração da psicologia da Gestalt. Como é que isso se faz? Através de cinco tipos de valores: o exemplo dos gestores; a capacidade, ou seja não ter receio de atrair os melhores (em detrimento da escolha de ‘yes men'), frisa. "Compete ao líder ter um foco constante no desenvolvimento das pessoas. Apostar na cultura da exigência, e do mérito e na excelência. Potenciar ao máximo as potencialidades de cada um e reconhecer os êxitos das pessoas. Numa equipa bem gerida é fácil fazer acreditar que o ‘impossible is nothing'", enumerou Horta Osório.

Defensor do trabalho em equipa, Horta Osório destaca a importância do carácter, dos valores e da comunicação para fomentar a competência da equipa."É fundamental escolher as melhores pessoas para os melhores lugares", disse o banqueiro, aproveitando para elogiar estratégia e a equipa do Santander Totta, de onde veio.

"Fomentar o debate e a qualidade da decisão para depois as implementar de forma irreversível e sem segundos pensamentos", é o que deve ser um líder, diz Horta Osório.

Em situações de grande crise um líder deve ser "militar", ou seja, ter mão firme nas exigências e pôr a equipa a participar na gestão da crise, aconselhou. Nessas alturas, "as equipas mais do que esperar o que a empresa pode fazer por elas, devem reunir-se em torno do líder".

Ao contrário, em momentos positivos "o líder deve apagar-se mais e ser a equipa a sugerir os projectos e a realizar projectos em que esta acredite", acrescentou.

António Horta Osório aconselhou ainda as empresas a definirem a direcção correcta para avançar e ter as pessoas conscientes de para onde a empresa vai. "Isto é crucial para que a empresa possa crescer mais depressa e sustentadamente na direcção certa em relação aos concorrentes". E conclui que um factor crítico de sucesso de um líder é ter uma boa capacidade de comunicação porque "não há uma segunda oportunidade de criar uma boa primeira impressão".

Imagem da Net

Adivinhou mas não evitou ou minorou a crise

O Presidente da República afirmou hoje, como já o tinha feito tempos antes, que escreveu com sete anos de antecedência aquilo que agora está acontecer em Portugal no domínio da economia, tendo então alertado para a importância das apostas na competitividade e aumento de produção. Publicou um texto intitulado ‘Dores de cabeça’ e dois pares de anos mais tarde, publicou outro chamado ‘A ideia base’. Defendia a necessidade de competitividade e aumento de produção.

Como profeta ou oráculo, não está mal de todo. Mas falta-lhe explicar a razão porque não usou a sua influência didáctica, de político, de professor universitário de Finanças e, posteriormente, a de Presidente da República para evitar, minorar a gravidade da crise e a resolver logo que apareceu. Afinal, com tanto saber, poder e capacidade de previsão, teve uma actuação que não foi além da de um vulgar blogueiro ou passador de e-mails. De qualquer um destes saem, com frequência, ideias tão «sensatas» como estas.

Segundo o artigo de Rui Moreira no JN de hoje, os mercados têm amplas razões para acreditar que o Estado não será capaz de resolver os problemas estruturais da sua economia. Pior do que isso, sabem que a execução orçamental tem sido péssima, sabem que tem havido períodos de descontrolo em que os jogos políticos levaram a que se tomassem medidas irracionais, temem que esse cenário se repita, e não têm dúvidas de que temos escondido a realidade e iludido os mercados por razões de ordem eleitoral e porque algumas das nossas instituições, que deveriam ser independentes, foram instrumentos dessa lógica perversa, como foi o caso do Banco de Portugal na "era Constâncio".

(…) somos o país da Europa com maiores problemas estruturais porque temos um défice persistente, que se arrasta desde há quase 20 anos, e que não conseguimos debelar. Esse défice nada tem a ver com a crise internacional, já que resulta do facto da nossa poupança não ser suficiente para cobrir o investimento público e privado, e de este investimento não se ter reproduzido, não tendo induzido o crescimento económico que era expectável e que permitiria fazer face ao endividamento. Os investidores internacionais farão certamente uma avaliação tanto ou mais severa da nossa situação.

O problema é que os que nos governam são os mesmos que tardaram em tomar medidas de emergência, que não garantiram a execução orçamental e que tentaram enganar os mercados. Duvido que uma remodelação resolva o problema de credibilidade do país. No fundo, como podem os estrangeiros acreditar em nós, se temos um Governo que mente e, pior do que isso, somos um povo que se acomoda, que deixa andar, e que se descredibiliza dia a dia ao acreditar em todas estas mentiras?


Não aparecem anunciadas medidas com credibilidade de eficácia para fazer face aos factores enunciados:

- Resolver os problemas estruturais;
- Evitar medidas irracionais;
- Acabar com a manipulação de instituições que deviam ser independentes;
- Pôr fim ao défice persistente que dura há quase 20 anos;
- Enfrentar o problema de os governantes para a solução serem os mesmos do agravamento do problema;
- Haver pouca esperança em milagres de uma remodelação;
- Acabar com a acomodação do povo.

Em «conversa» com um companheiro de almoço, hoje, senti que acha que deve haver uma grande mudança, mas vota na continuidade, porque as sondagens apontam o vencedor, porque considera arriscado votar num menos conhecido, e porque tem grande esperança de que, após as eleições, o PR tome a grande decisão que se impõe, apesar de não se ter mostrado arrojado nas decisões e de se esconder atrás de tabus ou de pedaços de pão de ló.

É pena que as pessoas votem na pista das sondagens, em vez de individualmente, compararem os candidatos com base no seu passado, nas suas reais qualidades, frente às necessidades do Portugal do futuro próximo e a médio prazo e, com base nessa análise, façam a sua escolha. Pode a decisão não ser diferente da apontada pelas sondagens, mas será mais racional, mais explicável, mais segura.

Imagem da Net

Excepções ou ausência de regras?

A crise nunca acabará se se mantiver a desorganização administrativa ao mais alto nível. Não há normas racionais, nem disciplina organizativa para decidir a pirâmide da organização com tarefas bem definidas, simplicidade, economia de meios, obediência a uma única entidade do escalão superior, clara e fácil relação de coordenação transversal com entidades do mesmo grau hierárquico, espírito de inovação e criatividade para apresentar sugestões e propostas ao escalão superior, etc.

Agora, pouco tempo depois de terem sido decididos cortes nos salários da função pública, já se querem aprovar excepções para os Açores, para Hospitais, etc. Alguém se interroga acerca da reacção daqueles muitos funcionários que não beneficiam de tais presentes de Natal? O que se espera deles em relação a dedicação, produtividade, rigor e excelência do trabalho a elaborar? E o que se teme deles em jeito de sabotagem, de vandalismo, de corrupção, de pedras na engrenagem, de excesso de demoras e de burocracias, etc?

Tudo o que atrás foi dito sobre a piramide organizativa é essencial, mas parece nada existir, tudo ser decidido sobre o joelho, por palpite, criando excepções por todo o lado, não cumprindo as boas normas e a própria legislação que criaram, enfim, gerando um monte desordenado de determinações desconexas e geradoras de crise, défice, dívida, descontrolo total. É que, sem uma organização clara e bem estruturada, não é possível haver controlo. No campo do controlo, muito vem fazendo o Tribunal de Contas, numa actividade muito meritória, possivelmente a única instituição do Estado que funciona com eficiência, apesar das dificuldades que a máquina caótica da administração pública lhe apresenta.

Pelo contrário, não se extinguem nem se reestruturam as múltiplas instituições que se sobrepõem nas suas tarefas, ou que foram criadas apenas para empregar «boys» e, pelo contrário, se criam outras para combate ao desemprego dos menos capazes de sobreviverem num mercado de trabalho sadio.

Organizem-se. Se tiverem dificuldades em o conseguir, chamem uma empresa especializada estrangeira, idónea, com provas dadas, que não se deixe pressionar por compadrios e outros vícios nacionais e crie uma máquina eficiente sem estar a olhar às pessoas para os lugares. Estas serão depois escolhidas segundo normas que essa empresa definirá.

Imagem de Daniel Rocha

Distribuição descontrolada é prejudicial

Segundo o Jornal de Notícias, a produção de mel em Trás-os-Montes está a crescer e já tem um peso de 15,2% a nível nacional, mas 20% dos lucros ficam na distribuição. A apicultura em Portugal confere um rendimento anual de 33 milhões de euros.

Esta desorganização e complexidade dos circuitos de distribuição é prejudicial à justiça social e mostra a distorção da economia nacional que impede um desenvolvimento racional e justo.

A falta de organização traz à ideia a ASAE que foi criada para simplificar a complexidade da fiscalização económica existente na altura. Mas ela não responde inteiramente à necessidade por se situar na óptica da repressão e não da reorganização da economia, como muito bem analisa Manuel Pedroso Marques na pág. 84 do seu livro TEMPOS DIFÍCEIS DECISÕES URGENTES:

«Toda a evolução regulamentar do comércio que tem sido produzida, nas últimas décadas, obedece a critérios fiscalizadores e punitivos, permanecendo ignorada a regulamentação protectora da actividade dos ataques de concorrência desigual e desleal. Os efeitos das regulamentações produzidas, em certos casos, destrói em vez de proteger a competitividade da produção nacional no mercado interno»

E não refere especificamente os circuitos dos produtos desde a produção até ao consumidor, com impensável quantidade de intermediários, todos a encarecerem o produto em prejuízo do consumidor. Ninguém se preocupa com a função social da empresa em relação aos clientes, aos fornecedores, às famílias dos trabalhadores e à população vizinha.

O caso concreto do mel mostra a distorção da economia nacional. O produtor é o menos contemplado, a cadeia de sucessivos distribuidores leva a maior fatia em prejuízo do consumidor. O que fez a ASAE contra a longa cadeia de etapas que os produtos percorrem desde o produtor até ao consumidor? Não acontece apenas no mel, mas também nas frutas, nas batatas e em tudo o que sai da agricultura, do sector primário.

Imagem da Net

Interesse dos políticos

Transcrição do blog Democracia em Portugal, por se tratar de uma afirmação que pode ser feita por mais de 90% dos portugueses. Os restantaes são os que devem!!! Recordo que Arnold Toynbee deixou escrito que «O maior castigo para aqueles que não se interessam por política, é que serão governados pelos que se interessam».

Por Mário Crespo. Penthouse 10.11.10

José Sócrates em 2001 prometeu que não ia aumentar os impostos. E aumentou. Deve-me dinheiro.
António Mexia da EDP comprou uma sinecura para Manuel Pinho em Nova Iorque. Deve-me o dinheiro da sinecura de Pinho. E dos três milhões de bónus que recebeu. E da taxa da RTP na conta da luz. Deve-me a mim e a Francisco C. que perdeu este mês um dos quatro empregos de uma loja de ferragens na Ajuda onde eu ia e que fechou. E perderam-se quatro empregos. Por causa dos bónus de Mexia. E da sinecura de Pinho. E das taxas da RTP. Aníbal Cavaco Silva e a família devem-me dinheiro. Pelas acções da SLN que tiveram um lucro pago pelo BPN de 147,5 %. Num ano.
Manuel Dias Loureiro deve-me dinheiro. Porque comprou por milhões coisas que desapareceram na SLN e o BPN pagou depois. E eu pago pelo BPN agora. Logo, eu pago as compras de Dias Loureiro. E pago pelos 147,5 das acções dos Silva.
Cavaco Silva deve-me muito dinheiro. Por ter acabado com a minha frota pesqueira em Peniche e Sesimbra e Lagos e Tavira e Viana do Castelo. Antes, à noite, viam-se milhares de luzes de traineiras. Agora, no escuro, eu como a Pescanova que chega de Vigo. Por isso Cavaco deve-me mais robalos do que Godinho alguma vez deu a Vara. Deve-me por ter vendido a ponte que Salazar me deixou e que eu agora pago à Mota Engil.
António Guterres deve-me dinheiro porque vendeu a EDP. E agora a EDP compra cursos em Nova Iorque para Manuel Pinho. E cobra a electricidade mais cara da Europa. Porque inclui a taxa da RTP para os ordenados e bónus da RTP. E para o bónus de Mexia. A PT deve-me dinheiro. Porque não paga impostos sobre tudo o que ganha. E eu pago. Eu e a D. Isabel que vive na Cova da Moura e limpa três escritórios pelo mínimo dos ordenados. E paga Impostos sobre tudo o que ganha. E ficou sem abonos de família. E a PT não paga os impostos que deve e tenta comprar a estação de TV que diz mal do Primeiro-ministro.
Rui Pedro Soares da PT deve-me o dinheiro que usou para pagar a Figo o ménage com Sócrates nas eleições. E o que gastou a comprar a TVI.
Mário Lino deve-me pelos lixos e robalos de Godinho. E pelo que pagou pelos estudos de aeroportos onde não se vai voar. E de comboios em que não se vai andar. E pelas pontes que projectou e que nunca ligarão nada.
Teixeira dos Santos deve-me dinheiro porque em 2008 me disse que as contas do Estado estavam sãs. E estavam doentes. Muito. E não há cura para as contas deste Estado.
Os jornalistas que têm casas da Câmara devem-me o dinheiro das rendas. E os arquitectos também. E os médicos e todos aqueles que deviam pagar rendas e prestações e vivem em casas da Câmara, devem-me dinheiro.
Os que construíram dez estádios de futebol devem-me o custo de dez estádios de futebol.
Os que não trabalham porque não querem e recebem subsídios porque querem, devem-me dinheiro. Devem-me tanto como os que não pagam renda de casa e deviam pagar. Jornalistas, médicos, economistas, advogados e arquitectos deviam ter vergonha na cara e pagar rendas de casa. Porque o resto do país paga. E eles não pagam. E não têm vergonha de me dever dinheiro.
Nem eles nem Pedro Silva Pereira que deve dinheiro à natureza pela alteração da Zona de Protecção Especial de Alcochete. Porque o Freeport foi feito à custa de robalos e matou flamingos. E agora para pagar o que devem aos flamingos e ao país vão vendendo Portugal aos chineses. Mas eles não nos dão robalos suficientes apesar de nos termos esquecido de Tien Amen e da Birmânia e do Prémio Nobel e do Google censurado. Apesar de censurarmos, também, a manifestação da Amnistia, não nos dão robalos. Ensinam-nos a pescar dando-nos dinheiro a conta gotas para ir a uma loja chinesa comprar canas de pesca e isco de plástico e tentar a sorte com tainhas. À borda do Tejo. Mas pesca-se pouca tainha porque o Tejo vem sujo. De Alcochete. Por isso devem-me dinheiro. A mim e aos 600 mil que ficaram desempregados e aos 600 mil que ainda vão ficar sem trabalho. E à D. Isabel que vai a esta hora da noite ou do dia na limpeza de mais um escritório. Normalmente limpa três. E duas vezes por semana vai ao Banco Alimentar. E se está perto vai a um refeitório das Misericórdias. À Sexta come muito. Porque Sábado e Domingo estão fechados. E quando está doente vai para o centro de saúde às 4 da manhã. E limpa menos um escritório. E nessa altura ganha menos que o ordenado mínimo. Por isso devem-nos muito dinheiro. E não adianta contratar o Cobrador do Fraque. Eles não têm vergonha nenhuma. Vai ser preciso mais para pagarem. Muito mais. Já.

Mário Crespo

Imagem da Net

Governo e Portugal Telecom

Transcrição do blog Zé Povinho, para o assunto ser ponderado. Trata-se de gestão do dinheiro público, proveniente dos impostos que nos sacam, sem dó nem piedade:


A PT e o Governo chegaram a acordo sobre a transferência das responsabilidades com os planos de pensões desta empresa para o Estado, antes do final do ano. Esta negociata é de 2,8 mil milhões de euros, mas o dinheiro não vai ser entregue agora na sua totalidade, podendo ser diferida pelos anos de 2011 e 2012.

Começamos por desconfiar que o negócio seja favorável aos cofres do Estado, porque segundo li nos jornais os gestores da PT têm bom olfacto para os bons negócios, e portanto não o iam transferir para outrem.

Esta transferência de fundos coincide com o chumbo da proposta para taxar a antecipação de dividendos, que pelo que li vai acontecer na PT. Curiosamente, ou talvez não, a PT só fechou o acordo nesta data, e mais curiosamente ainda, não antecipou a entrega do total do fundo de pensões, mas apenas uma parte, comprometendo-se a pagar o restante em prestações.

Francisco Assis, líder da bancada do PS, ficou indignado com “a insinuação” de que poderiam haver pressões dos beneficiados com o chumbo da proposta, mas não pode é pedir que não desconfiemos da coincidência temporal destas duas situações.

Em política, meus caros, o que parece, é! A frase nem sequer é minha!...

Imagem da NET

O «mercado» não é um bicho-papão !!!

Ouve-se argumentos que nos dão o «mercado» como um terrível ogre que come criancinhas, uma ferramenta muito usada na propaganda tal como o medo do FMI. Por isso será interessante que se leia a explicação dada por João César das Neves, onde podemos concluir que, simplesmente, o mercado somos nós, todos nós.

DESTAK 01-12-2010. Por João César das Neves

Portugal anda dominado pelos mercados. Os caprichos dessas entidades estranhas comandam a nossa política e até a nossa vida. Daí vêm todos os nossos problemas. Mas o que são esses misteriosos mercados?

De facto não há nada de sinistro na entidade. Trata--se de pessoas como nós. Muitas pessoas como nós. Têm família, emprego e férias, sonhos e problemas, alegrias e tristezas. A sua primeira característica é serem uma multi-dão, tão vasta e diversificada quanto se possa imaginar. São tanto que têm apenas quatro coisas em comum.

Primeiro fizeram poupanças e têm dinheiritos de lado. Nisso, mais ou menos, estão como nós. Segundo, emprestaram ao Governo português. Esta sua imprudência pode, à primeira vista, torná-los estranhos. Como puderam ser tão tolos? Mas se virmos bem não é tanto assim. Muitos de nós têm certificados de aforro, títulos do Estado, etc. Se temos então, surpresa!, nós somos eles. Mas mesmo que não tenhamos, é compreensível que pessoas normais, em tempos mais calmos, tenham escolhido essa aplicação de poupança, hoje tão pouco recomendável.

As outras duas características são ainda mais pacíficas. Primeiro, eles querem o seu dinheiro de volta ou, melhor, querem continuar a receber juros das suas economias. Finalmente, não acreditam que o Governo português seja capaz de tal, depois de tantas promessas, hesitações e trapalhadas. Qual de nós os pode censurar?

Como se vê, nesta história, o mal não está nos mercados, mas do outro lado. É das promessas, hesitações e trapalhadas que vêm os nossos problemas.

Imagem da Net

Ongoing a empresa que deu tacho a Branquinho

Seguem-se os títulos de algumas notícias, em link, para os interessados poderem com facilidade associar os factos:

Hoje, 01-12-2010:

Em 22-10-2010:

Em 23-10-2010:

NOTA: Um deputado entrega a pasta no Parlamento e vai para cargo de grande remuneração numa empresa privada. Certamente os responsáveis desta são amigos e gratos por favores recebidos. Por outro lado é nula a dedicação dele ao cargo político a que, voluntariamente, se candidatou e para o qual recebeu o voto de povo, confiante, ingénuo e iludido. Enganou os seus eleitores, traiu a confiança que os votantes depositaram nele. E, pelos vistos, não procurou conhecer melhor o Eldorado em que ia meter-se.

Mas não há quem fale nestas coisas com clareza e frontalidade. Ele diz que um deputado não tem poder de decisão para fazer favores. Não sei a que chama favores. Mas ninguém ignora o tráfico de influências e quantos benefícios são daí retirados por assessores e outros políticos de todos os escalões.

Foto Rodrigo Cabrita/Global Imagens

Aeroporto de Beja modelo de competência e de rigor ???

Transcrição seguida de nota:

Jornal de Notícias. 2010-11-29. Por Manuel António Pina

O aeroporto de Beja já ganhou direito a figurar no clássico "Catalogue d'objets introuvables", de Carelman, num improvável capítulo dedicado a elefantes brancos. Desde que o projecto foi lançado com a constituição, em 2001, da EDAB /Empresa de Desenvolvimento do Aeroporto de Beja, já se foram, segundo o Tribunal de Contas (TC), 35 milhões, mais 39 milhões irão a seguir e aeroporto... nicles.

É certo que foram sendo feitas umas obras (muitas, como seria de esperar, por ajuste directo e sem consulta de outras empresas). E, naturalmente, com atrasos que chegam a 320% dos prazos contratados e acréscimos de custos da ordem dos milhões.

Nove anos depois, o "introuvable" aeroporto tem administradores, muitos e dispersos assessores (diz o TC que foram gastos em assessorias 300 mil euros a mais, sem contrato) e a perspectiva de 20 anos de prejuízos por conta dos contribuintes. Não tem é acessibilidades, operadores ou... pista de aterragem. Parece que houve um "erro no modelo utilizado na construção" e que repará-lo vai custar mais 8 milhões. Erro que, obviamente, não tem culpados, já que a EDAB (é uma empresa pública portuguesa com certeza) "não apurou quaisquer responsabilidades".

Nos dias de hoje, saber-se tudo isto não terá, claro, consequência alguma. Será só mais uma página a engrossar o "Catálogo de conhecimentos inúteis" que os portugueses têm sobre o modo como o seu dinheiro é gasto.

NOTA: Custa-me acreditar neste amontoado de desrespeitos pelos interesses dos contribuintes e de ausência de princípios morais e éticos!!! Gostava que me provassem que tudo isto é apenas imaginação do escritor !!! Gostava de poder acreditar na honestidade dos detentores de cargos públicos e que gerem o dinheiro dos nossos impostos !!! Alguém que disponha de conhecimentos úteis traga-os aqui.

Imagem da Net

Sócrates vê a lista de substitutos a crescer

De acordo com notícia do Público, a preocupação evidenciada por António Costa na entrevista à TVI no pr0grama «Terça à noite», vem confirmar aquilo que tem estado a escorrer para o público, quanto ao despontar de nomes a alinharem-se para a substituição do actual PM.

Costa mostra-se cauteloso, no timing, talvez por não querer avançar já e ver, entretanto a lista a crescer: António José Seguro, Francisco Assis, Carlos César, ele próprio …

Imagem da Net

Vida extraterrestre

Depois do post ET. Um desafio e congeminações que deu origem a comentários com interesse, surge agora, passado um ano, este artigo que transcrevo.

Não devemos manter teimosas incredulidades e é sensato admitir que o nosso conhecimento científico dos animais, vegetais e minerais e tudo o que daí decorre, pode ser inteiramente desajustado ao que se passe noutros astros. Se mesmo na Terra nos surgem surpresas a cada passo, não devemos alimentar certezas em relação ao imenso universo. Temos muitas razões para estarmos permanentemente atentos aos mínimos sinais e procurar compreender as novidades que irão aparecendo. 

NASA prova sinais de vida fora da terra
Correio da Manhã. 01 de Dezembro de 2010. Por: André Pereira

Comunicação em máximo sigilo

A existência de vida extraterrestre pode ser anunciada já amanhã pela Agência Espacial Norte-americana. Menos de uma semana após ter revelado a descoberta de uma atmosfera com oxigénio e dióxido de carbono na lua Reia de Saturno, a NASA convocou uma conferência de imprensa sobre Astrobiologia, na qual promete revelar algo ao Mundo "que terá impacto na pesquisa de provas de vida extraterrestre".

A Astrobiologia é a ciência que estuda a origem, a evolução, a distribuição e futuro da vida no Universo. O conteúdo da comunicação da NASA está guardado em máximo segredo.

A agência não revelou mais pormenores sobre o assunto. No site da NASA são apenas anunciados os especialistas que estarão presentes na conferência a ser transmitida pela internet em (www.nasa.gov/ntv). Um dos participantes no encontro é Steven Benner, um astrobiólogo que também está envolvido na missão que levou a sonda ‘Cassini’ a Júpiter e descobriu em Reia gases comuns à atmosfera da Terra. Também IO, outra das 68 luas de Júpiter, é uma das candidatas que poderão conter alguma forma de vida no seu subsolo.

Imagem do Correio da Manhã

Revolução imparável em curso

Transcrição de texto que merece ser lido com atenção, de autor não identificado, recebido por e-mail, seguido de nota:

Está a acontecer na nossa rua e à nossa volta, e ainda não percebemos que a Revolução, uma nova Era já começou!

As pessoas andam um bocado distraídas! Não deram conta que há cerca de 3 meses começou a Revolução! Não! Não me refiro a nenhuma figura de estilo, nem escrevo em sentido figurado! Falo mesmo da Revolução "a sério" e em curso, que estamos a viver, mas da qual andamos distraídos (desprevenidos) e não damos conta do que vai implicar. Mas falo, seguramente, duma Revolução!

De facto, há cerca de 3 ou 4 meses começaram a dar-se alterações profundas, e de nível global, em 10 dos principais factores que sustentam a sociedade actual. Num processo rápido e radical, que resultará em algo novo, diferente e porventura traumático, com resultados visíveis dentro de 6 a 12 meses... E que irá mudar as nossas sociedades e a nossa forma de vida nos próximos 15 ou 25 anos!

... tal como ocorreu noutros períodos da história recente: no status político-industrial saído da Europa do pós-guerra, nas alterações induzidas pelo Vietname/ Woodstock/ Maio de 68 (além e aquém Atlântico), ou na crise do petróleo de 73.

Estamos a viver uma transformação radical, tanto ou mais profunda do que qualquer uma destas! Está a acontecer na nossa rua e à nossa volta, e ainda não percebemos que a Revolução já começou!

Façamos um rápido balanço da mudança, e do que está a acontecer aos "10 factores":

1º- A Crise Financeira Mundial : desde há 8 meses que o Sistema Financeiro Mundial está à beira do colapso (leia-se "bancarrota") e só se tem aguentado porque os 4 grandes Bancos Centrais mundiais - a FED, o BCE, o Banco do Japão e o Tesouro Britânico - têm injectado (eufemismo que quer dizer: "emprestado virtualmente à taxa zero") montantes astronómicos e inimagináveis no Sistema Bancário Mundial, sem o qual este já teria ruído como um castelo de cartas. Ainda ninguém sabe o que virá, ou como irá acabar esta história !...

2º- A Crise do Petróleo : Desde há 6 meses que o petróleo entrou na espiral de preços. Não há a mínima ideia/teoria de como irá terminar. Duas coisas são porém claras: primeiro, o petróleo jamais voltará aos níveis de 2007 (ou seja, a alta de preço é adquirida e definitiva, devido à visão estratégica da China e da Índia que o compram e amealham!) e começarão rapidamente a fazer sentir-se os efeitos dos custos de energia, de transportes, de serviços. Por exemplo, quem utiliza frequentemente o avião, assistiu há 2 semanas a uma subida no preço dos bilhetes de... 50% (leu bem: cinquenta por cento). É escusado referir as enormes implicações sociais deste factor: basta lembrar que por exemplo toda a indústria de férias e turismo de massas para as classes médias (que, por exemplo, em Portugal ou Espanha representa 15% do PIB) irá virtualmente desaparecer em 12 meses! Acabaram as viagens de avião baratas (...e as férias massivas!), a inflação controlada, etc...

3º- A Contracção da Mobilidade : fortemente afectados pelos preços do petróleo, os transportes de mercadorias irão sofrer contracção profunda e as trocas físicas comerciais (que sempre implicam transporte) irão sofrer fortíssima retracção, com as óbvias consequências nas indústrias a montante e na interpenetração económica mundial.

4º- A Imigração : a Europa absorveu nos últimos 4 anos cerca de 40 milhões de imigrantes, que buscam melhores condições de vida e formação, num movimento incessante e anacrónico (os imigrantes são precisos para fazer os trabalhos não rentáveis, mas mudam radicalmente a composição social de países-chave como a Alemanha, a Espanha, a Inglaterra ou a Itália). Este movimento irá previsivelmente manter-se nos próximos 5 ou 6 anos! A Europa terá em breve mais de 85 milhões de imigrantes que lutarão pelo poder e melhor estatuto sócio-económico (até agora, vivemos nós em ascensão e com direitos à custa das matérias-primas e da pobreza deles)!

5º- A Destruição da Classe Média : quem tem oportunidade de circular um pouco pela Europa apercebe-se que o movimento de destruição das classes médias (que julgávamos estar apenas a acontecer em Portugal e à custa deste governo) está de facto a "varrer" o Velho Continente! Em Espanha, na Holanda, na Inglaterra ou mesmo em França os problemas das classes médias são comuns e (descontados alguns matizes e diferente gradação) as pessoas estão endividadas, a perder rendimentos, a perder força social e capacidade de intervenção.

6º- A Europa Morreu : embora ainda estejam projectar o cerimonial do enterro, todos os Euro-Políticos perceberam que a Europa moribunda já não tem projecto, já não tem razão de ser, que já não tem liderança e que já não consegue definir quaisquer objectivos num "caldo" de 27 países com poucos ou nenhuns traços comuns!... Já nenhum Cidadão Europeu acredita na "Europa", nem dela espera coisa importante para a sua vida ou o seu futuro! O "Requiem" pela Europa e dos "seus valores" foi chão que deu uvas: deu-se há dias na Irlanda!

7º- A China ao assalto! Contou-me um profissional do sector: a construção naval ao nível mundial comunicou aos interessados a incapacidade em satisfazer entregas de barcos nos próximos 2 anos, porque TODOS os estaleiros navais do Mundo têm TODA a sua capacidade de construção ocupada por encomendas de navios... da China. O gigante asiático vai agora "atacar" o coração da Indústria europeia e americana (até aqui foi just a joke...). Foram apresentados há dias no mais importante Salão Automóvel mundial os novos carros chineses. Desenhados por notáveis gabinetes europeus e americanos, Giuggiaro e Pininfarina incluídos, os novos carros chineses são soberbos, réplicas perfeitas de BMWs e de Mercedes (eu já os vi!) e vão chegar à Europa entre os 8.000 e os 19.000 euros! E quando falamos de Indústria Automóvel ou Aeroespacial europeia...helás! Estamos a falar de centenas de milhar de postos de trabalhos e do maior motor económico, financeiro e tecnológico da nossa sociedade. À beira desta ameaça, a crise do têxtil foi uma brincadeira de crianças! (Os chineses estão estrategicamente em todos os cantos do mundo a escoar todo o tipo de produtos da China, que está a qualificá-los cada vez mais).

8º- A Crise do Edifício Social : As sociedades ocidentais terminaram com o paradigma da sociedade baseada na célula familiar! As pessoas já não se casam, as famílias tradicionais desfazem-se a um ritmo alucinante, as novas gerações não querem laços de projecto comum, os jovens não querem compromissos, dificultando a criação de um espírito de estratégias e actuação comum...

9º- O Ressurgir da Rússia/Índia : para os menos atentos: a Rússia e a Índia estão a evoluir tecnológica, social e economicamente a uma velocidade estonteante! Com fortes lideranças e ambições estratégicas, em 5 anos ultrapassarão a Alemanha!

10º- A Revolução Tecnológica : nos últimos meses o salto dado pela revolução tecnológica (incluindo a biotecnologia, a energia, as comunicações, a nano tecnologia e a integração tecnológica) suplantou tudo o previsto e processou-se a um ritmo 9 vezes superior à média dos últimos 5 anos!

Eis pois, a Revolução!

Tal como numa conta de multiplicar, estes dez factores estão ligados por um sinal de "vezes" e, no fim, têm um sinal de "igual". Mas o resultado é ainda desconhecido e... imprevisível. Uma coisa é certa: as nossas vidas vão mudar radicalmente nos próximos 12 meses e as mudanças marcar-nos-ão (permanecerão) nos próximos 10 ou 20 anos, forçando-nos a ter carreiras profissionais instáveis, com muito menos promoções e apoios financeiros, a ter estilos de vida mais modestos, recreativos e ecológicos.
Espera-nos o Novo! Como em todas as Revoluções!

Um conselho final: é importante estar aberto e dentro do Novo, visionando e desfrutando das suas potencialidades! Da Revolução! Ir em frente! Sem medo!

Afinal, depois de cada Revolução, o Mundo sempre mudou para melhor!...

NOTA: Como o estudo termina, é preciso não entrar em pânico, para podermos beneficiar dos pontos positivos das mudanças e menorizar, dentro do possível, os inconvenientes que não serão poucos para muitos de nós.
Já, em posts anteriores e em comentários, aqui se referiu o início de grandes transformações na vida dos povos e das pessoas. Acabou a supremacia da Europa e do mundo ocidental e ressurgiram os valores orientais que em tempos distantes já detiveram a «pole position» das civilizações.