João Cravinho foi muito falado quando defendeu a necessidade de moralizar o regime, legislando para combater a corrupção, o enriquecimento ilícito e a s negociatas, o que lhe valeu o afastamento para uma função internacional longe do rectângulo. Agora, a sua visão estratégica voltou a tornar-se visível ao defender que na actual crise financeira, económica e social a ajuda externa não resolve problemas de fundo.
Da sua preocupação com as raízes que fizeram nascer a crise, ressalta o desgosto de ver que apenas se estão a tratar os sintomas e que, mantendo-se intacta a falta de competitividade da economia, o tratamento dado à crise não terá efeitos duradouros e esta não tardará a reactivar-se.
É, efectivamente, indispensável encarar a sério a contenção das despesas públicas e as reais dificuldades do pais em que tem especial lugar a «falta de capacidade empresarial e competitiva que acrescente valor e não seja feita à base de salários baixos».
Temos que concluir que, em vez de propagandas balofas de falso optimismo, é preciso informar os portugueses de que é preciso mudar de vida, gastando de acordo com os rendimentos, sem exageros de luxo nem de ostentação, medindo previamente o alcance de cada decisão tomada, sem esperar apoios sociais injustificados e só devidos a preguiça, má organização e ausência de produtividade.
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