sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Políticos não são pessoas superiores

Embora, por vezes, se sofra da ilusão de imaginar que os políticos são pessoas muito especiais correspondendo á imagem que procuraram fazer passar durante as campanhas eleitorais, a realidade é muito diferente. Não raras vezes, verificamos que são pessoas imaturas, inseguras, incultas, demasiado vaidosas e arrogantes, deslumbradas e mais preocupadas com os seus interesses pessoais do que com as suas tarefas de gestores dos desígnios nacionais que se limitam a ver por uma óptica muito opaca e desfocada.

Há dias o ministro da Agricultura na tentação insensata e impensável de sugerir ou propor que se faça a nacionalização dos terrenos sujeitos a fogos, por deficiente limpeza, mostrou não ter a mínima noção do estado em que se encontram as propriedades do Estado e das Autarquias. A isso se referiram os artigos "O Estado é o pior proprietário" e E por que não "privatizar" os terrenos do Estado?.

Também o MAI numa visita a S. Pedro do Sul, quando na área lavrava um fogo florestal que durou vários dias fez afirmações inócuas que não ficariam mal na boca de um bombeiro ou de um agente das forças policiais, mas não era esperado que um ministro fosse ali apenas dizer palavras vulgares sem qualificação nem conteúdo, sem referir análises técnicas ou estratégias que gerassem esperança de um futuro melhor para quem vive nas áreas florestais e delas depende.

Na mesma linha seguiu o PR , após uma conferência de alto nível na sede da Protecção Civil, tendo, em vez de anunciar medidas adequadas para enfrentar os fogos actuais e evitar os do futuro, acabado por não dizer mais do que o MAI tinha em S. Pedro do Sul, uma ideia oca e banal, segundo o que foi destacado pelos jornais.

Na verdade, os cidadãos deviam estar preparados para tomar decisões individuais e colaborar em acções colectivas organizadas e dirigidas superiormente, porque as responsabilidades colectivas são pelos eleitores delegadas nos políticos e cabe e a estes, nomeadamente aos governantes, desempenhar tais tarefas, às quais voluntariamente se candidataram nas eleições.

O povo deve exigir aos eleitos o cabal desempenho das suas funções, em benefício de Portugal, dos portugueses. É a esses que compete preparar com eficiência a prevenção dos fogos florestais com início em Outubro ou Novembro para que em 2011 não se repita a tragédia do corrente ano.

Imagem da Net.

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