Segundo a teoria de Noam Chomsky, a estratégia da distracção pode justificar o interesse agora voltado para Duarte Lima, como se depreende do título da notícia «Milhões de herança passaram por Duarte Lima». Ele poderá, naturalmente, não estar em falta, assim fazendo pensar a educação recebida na infância e na juventude, orientada por um senhor de esmerados princípios e uma salutar escala de valores éticos, o seu conterrâneo Eduardo Luís de Sousa Gentil Beça. Este foi seu protector e apoio nos tempos difíceis do início da sua vida e, certamente, não lhe ensinou a ocultar a verdade sob pretextos legalistas ou pouco morais.
Também a sua religiosidade o deve ter levado a profunda reflexão sobre a vida e os mais altos valores morais quando recebeu a graça de vencer a leucemia que esteve perto de o vitimar.
Mas, nem por isso, deixará de haver quem o inclua no grupo de trasmontanos deslumbrados pela política que tudo fazem para adquirir maior riqueza monetária, sem olhar a meios.
Por outro lado, como advogado, não se pode esperar dele poderes celestiais a favor da Justiça, pois como disse um seu colega na TV há já uns anos, ao advogado não compete fazer justiça, o que é função do juiz. O advogado fez um contrato com o seu constituinte, que por isso lhe paga, para o defender, o que o obriga a procurar todos os pormenores e vírgulas da lei para conseguir que o seu cliente ganhe a causa, fique absolvido ou, se o não conseguir, tenha uma pena leve. Num processo, o papel do advogado é, acima de tudo, defender os interesses do cliente.
Mas ocasionalmente surgem notícias sobre advogados que acabam por sofrer a má influência dos contactos com muitos clientes e cair na tentação de cometer infracções graves. São conhecidos alguns nomes em Portugal e não apenas o gamador de gravadores e o ex- presidente do SLB.
Mas de Duarte Lima espera-se que nunca se esqueça dos conselhos e dos exemplos do seu protector e conterrâneo Gentil Beça.
Imagem da Net.
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