domingo, 24 de janeiro de 2010

Orçamento de 2010 à vista!


Tem sido aqui dito que as consultas à oposição antes das grandes decisões deviam ser regra geral e até foi sugerido um Código de bem governar assinado por todos os partidos, com vista a serem salvaguardados ao máximo os grandes interesses nacionais. O Presidente da República tem insistido na necessidade do consenso que resulta da vontade comum de defender o futuro de Portugal.

Realmente seria interessante que os partidos nunca subalternizassem os interesses nacionais aos seus próprios. Agora está em curso a preparação do Orçamento de Estado para 2010, e está a ser negociado o voto da oposição, com vista a ser aprovado na AR o projecto elaborado depois de entendimentos interpartidários, estando «Ferreira Leite "confiante" em acordo no Orçamento». Porém, nem tudo deve ser encarado com optimismo desmedido. As declarações ocasionais de dialogantes em nome de partidos, mostram que estão em negociação as contrapartidas, as compensações por eventuais cedências num ou noutro ponto. Eu cedo nisto mas tens de ceder naquilo.

Nessa troca de favores resta saber em que ponto os interesses nacionais serão pisados pelos interesses dos partidos. Isto não é pessimismo, é realismo. O exemplo máximo de entendimento entre partidos envolveu todos os paridos presentes da AR, na qual todos os deputados excepto um, talvez por distracção, votaram a famosa «lei de financiamento dos partidos» que, felizmente, foi vetada pelo PR. Dessa lei o deputado Ricardo Rodrigues disse na TV que ela nada criou de novo, só legislou tornando legais procedimentos que vinham sendo correntes, mas ilegais. Portanto, todos entraram em consenso para lavar crimes (que por lei deixariam de o ser) e que abrangiam aspectos de corrupção, lavagem de dinheiro sujo e outras manigâncias, normais em certos tipos de marginalidade mas indesejáveis em representantes do povo e eleitos para governar, servindo de bom exemplo, de referência e defendendo os interesses de Portugal.

2 comentários:

Luis disse...

Caro João,
O meu grande receio é que eles se entendam não para bem do País mas para encontrarem uma plataforma para se poderem manter à "tona d'água" e continuarem a fazer "mais do mesmo"!!!!
Um abraço amigo.

A. João Soares disse...

Caro Luís,

Manter-se «à tona de água» é o seu objectivo permanente. Isso. e não a defesa dos interesses gerais dos portugueses. é que é a mola dos seu comportamento. E quanto à união de todos para bem de Portugal, como lhes aconselha Cavaco, é interpretada como dever de os outros se subordinarem aos caprichos do Governo. Não nos incomodem e deixem-nos governar, é assim que interpretam a convergência de objectivos. Mas fazem umas pequenas cedências para que tudo se mantenha. E na oposição não surge uma ideia muito atractiva e merecedora de esperança.
Iremos continuar a cair no buraco final.
Um abraço
João