sábado, 21 de novembro de 2009

Um Partido muito partido

Em 29 de Julho de 2008 escrevi no post «Partidos, para que servem?»:

«O PSD, até agora o maior partido da oposição, teima em não se aglutinar em torno de uma directriz respeitada pelos principais militantes. Quando se pensa que eles vão ganhar juízo, logo surge a desilusão. Ao derrubarem Santana, elegeram Marques Mendes, mas, em vez de o apoiarem convictamente, depressa começaram a campanha para o derrubar. Elegeram Menezes, com o apoio da maioria, mas logo os «barões», incapazes de acção, mas que se consideram donos do «partido», começaram a cortar-lhe as pernas e, o mais grave, quando as eleições legislativas estavam a curta distância. Manobraram à vontade e das eleições internas saiu vencedora Ferreira Leite, uma escolha que por ser democrática devia ser respeitada. Mas os donos dos cordelinhos, não podem estar quietos sem brincar com eles e estão já a começar a puxá-los novamente. Para quê? O que pretendem para o Partido e para o País? Que resultado desejam obter nas próximas eleições legislativas? Ao menos lutem para não ficarem abaixo do terceiro lugar!!!»

Apesar de não lhe darem apoio nem tréguas, deixaram a líder manter-se até às eleições, mas logo iniciaram as manobras para sua substituição. Não aprenderam que a união faz a força e cada vez se fragmentam mais, sem sentido de equipa para benefício do partido e muito menos para bem de Portugal.

Embora não goste de me referir a casos pontuais publiquei aqui o post «PSD - Políticos Sensatos Desapareceram?» e agora, por se enquadrarem na mesma tela, refiro o artigo de jornal «Ribau Esteves ataca Aguiar-Branco por causa de agência na AR» ao qual se seguiu outro «Santana faz críticas a Aguiar Branco», ambos dirigidos ao líder parlamentar do respectivo partido.

Costuma dizer-se que os políticos gastam as suas energias nas pequenas lutas inter-partidárias, mas estes casos evidenciam uma patologia mais curiosa e lamentável e uma irracionalidade na pulverização da própria equipa como se todos fossem aliados dos partidos rivais contra os seus supostos companheiros de luta por um hipotético objectivo comum pré-definido.

E assim vai Portugal, esquecido por aqueles que deviam sentir a responsabilidade de o guiar pelos melhores caminhos para o progresso e o desenvolvimento social e económico. Portugal está tão debilitado que é desejável que todos os esforços sejam orientados para os problemas essenciais, fundamentais, inadiáveis, urgentes, deixando de lado as pequenas coisas, de importância reduzida, que muitas vezes não passam de pequenas ambições pessoais ou de meros caprichos de vaidade.

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