Passando pela construção do Freeport numa área sob protecção ambiental, pelo abate de sobreiros no Portucale e no Vale da Rosa e pela inacção e negligência demasiado notória na repetição frequente de poluições graves na Ribeira dos Milagres em Leiria, conclui-se que o combate à poluição, a defesa do ambiente e as medidas para evitar alterações climáticas não pagam dividendos aos governantes, isto é, não constam em «lugar ilegível» na sua lista de prioridades.
Segundo o Público de ontem « A Comissão de Ambiente e Defesa da Ribeira dos Milagres alertou hoje para a ocorrência de uma nova descarga poluente, durante a última madrugada, na Ribeira dos Milagres, no concelho de Leiria.» Nos últimos dias vinham já elementos daquela Comissão vinham alertando elementos da Associação de Suinicultores de Leiria para “alterações na água da Ribeira, que apontavam para a ocorrência de pequenas descargas”.
É difícil compreender este desinteresse dos governos por este problema. Com efeito, os contribuintes pagam impostos; o povo tem votado nas eleições das autarquias e dos deputados; os resultados destas têm originado governos; estes têm tido ministros do Ambiente, da Justiça e da Administração Interna, todos eles supostamente interessados em manter uma ordem e legalidade democráticas. E, perante estes factores, fica-se perplexo sem saber a razão da incapacidade de acabar com estas agressões ao ambiente que se vêem prolongando durante vários anos.
E o mais caricato é que isto se passa quando o mundo está preocupado com o ambiente e as alterações climáticas com ele relacionadas, e quando em Portugal está posto em marcha um movimento de cidadãos para «limpar Portugal», função que devia ser desempenhada pelas autoridades eleitas. Qual é, afinal, o papel que os governantes julgam ter em relação a este assunto?
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