São longos os cinco séculos que nos separam da época áurea dos descobrimentos em que Portugal era um modelo a seguir, um exemplo de eficiência. Agora, em época de globalização em que Portugal foi precursor e em que as comunicações tornaram o Mundo numa pequena aldeia, em que tudo se sabe no momento, os exemplos, os modelos são conhecidos com pormenor e oportunidade, mas as comparações, ao contrário do que sucedia em 1500, são negativas para os portugueses.
Agora vem a público a operação «Face Oculta» que atinge a imagem de figuras gradas da vida pública, da política, tal como aconteceu em França e veio a público há dias, com o Angolagate. Mas em França a política é realmente cega e aplicada de forma igual para todos, tendo condenado Jean-Christophe Mitterrand, o filho do ex-Presidente Miterrand, como o antigo ministro do Interior Charles Pasqua, e vários outros, sem olhar a títulos ou pergaminhos ou a imunidades de políticos ou ex-políticos. Entre nós, há generalizadas dúvidas que tal isenção judicial seja aplicada, dada a forma como decorreram e acabaram processos mediáticos em que estavam abrangidos indivíduos de «colarinho branco» com conhecidas influências políticas.
No momento em que se inicia novo período político seria desejável que a Justiça e outras actividades do Estado, mostrassem que é agora que vão ser dados os primeiros passos para recuperar a moralidade da vida pública nacional, se mostrassem determinados a purificar o funcionamento da máquina do Estado, gerando confiança e respeito da parte dos cidadãos para com os ocupantes dos lugares de relevo.
Se tal recuperação demorar a iniciar-se por iniciativa do Poder, acabará, sem dúvida, por ocorrer noutro momento, mas fora do seu controlo e em que eles serão as primeiras vítimas. Há sobejos exemplos históricos.
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