Depois de em post anterior ter sido referida a antinomia entre transparência e segredo, e na sequência da notícia "Nunca pedi dinheiro a ninguém e nunca recebi dinheiro de ninguém", garante Vara deduz-se logicamente que a pessoa referida tem todo o interesse em que haja transparência na sua situação e, para provar o que aqui diz, que defenda a abolição do sigilo bancário, pois sem ele ficará tudo claro e será confirmada a sua afirmação que dá título à notícia.
No entanto, outra notícia Vara assegura que não cometeu crime já é de mais difícil credibilidade, porque tudo depende do seu interesse em se confessar ou não em público e da sua noção daquilo que deve ser considerado crime. E ao ler-se o artigo Corrupção, habituação recorda-se um ditado com ressonância parecida « a ocasião faz o ladrão» embora o significado não se ajusta muito bem. Mas a habituação embota a perspicácia da avaliação dos sentimentos, e dos comportamentos.
E a propósito de habituação à corrupção, há quem afirme que a Face Oculta se refere a algo comezinho", "banal", "corriqueiro", "trivial", "usual", "vulgar". Parece que andamos todos ludibriados com «bocas foleiras» de nova criminalidade como "homicídio de carácter", "assassinato político", "assassínio de carácter", "homicídio por audiovisual", etc. São «argumentos» demasiado demagógicos e sem a mínima consistência, usados quando um político é apanhado com a boca na botija sem qualquer hipótese de segredo ou transparência que lhe possa valer. E com essas, lá desaparece um resto de possível confiança que ainda pudesse existir..
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