Otelo Saraiva de Carvalho disse há tempos qualquer coisa que chocou os políticos mas, olhando bem à nossa volta vemos que a «força de expressão» que usou, de forma simbólica, parece que não passou de um oráculo ou de uma profecia do astrólogo Nostradamus, para servir de alerta e solicitar a atenção dos altos responsáveis pela condução da vida nacional.
Dizia há dias um amigo que, quando quis fazer uma reparação na fachada de uma casa antiga na aldeia, o construtor disse que qualquer remendo fica sempre feio e que o melhor seria reparar toda a fachada. Também um primo muito dado a bricolage, ao pedir-lhe para baixar a altura de uma mesa decorativa, disse que o trabalho é fácil mas um pouco demorado porque tem que haver muito rigor para que as quatro pernas fiquem todas rigorosamente iguais a fim de o móvel ficar estável sem hesitações de equilíbrio.
Também a evolução de uma sociedade com reformas e medidas de mudança tem de ser muito bem «pensada» e, depois de analisadas as alterações anteriores e os resultados com elas obtidos, definir concretamente o que se pretende para a finalidade fundamental (em benefício dos portugueses), abrangendo equilibradamente todos os factores interactivos. Não deve haver decisões por capricho ou em resultado de ideias oníricas, nem teimar nos palpites «custe o que custar».
E, se foi citado o nome de Otelo, foi porque ele saltou à memória ao ler a notícia que a seguir se transcreve:
Oficiais avisam que "nada os obriga a serem submissos"
Por PÚBLICO. 08-02-2012 - 08:30
Carta ao Governo
A Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) avisa o Governo de que "nada os obriga a serem submissos, acomodados, ignorantes e apolíticos". "Pelos vistos daria jeito ao poder político que assim fosse", afirma a mesma entidade, numa carta aberta enviada ao ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, que é criticado no mesmo documento revelado nesta quarta-feira pelo jornal Diário de Notícias
De acordo com o mesmo jornal, a missiva é uma resposta a recentes declarações de Aguiar Branco sobre as Forças Armadas e que terão caído mal entre os militares. "As Forças Armadas são insustentáveis, senhor ministro? Não são! Estão!", argumenta a AOFA, que contesta também os cortes orçamentais e a equiparação dos militares aos funcionários públicos. Outras queixas têm a ver directamente com a carreira, como o congelamento das promoções. O ministro da Defesa estará nesta quarta-feira na cerimónia militar comemorativa dos 50 anos do navio-escola Sagres, pelas 10h45, no cais de Alcântara em Lisboa.
O responsável por esta pasta no Governo é acusado pela AOFA de cometer "uma insanável contradição": reconhece "existirem razões de descontentamento" nas fileiras, mas recusa receber as associações o que é "ignorar [o] quadro legal", escreve o Diário de Notícias.
Recentemente, Aguiar-Branco afirmou que os militares que "não sentem vocação, estão no sítio errado. Se não sentem, antes de protestar precisam de mudar de carreira. Sem drama, sem ressentimento". Para a AOFA, o direito ao protesto, à denúncia, existe e não pode ser confundido com fazer política. "Denunciar perante a opinião pública as medidas lesivas e (...) carregadas de falta de respeito pela dignidade de quem jurou e serve abnegadamente (sem se servir) a pátria é fazer política?", interroga a AOFA. "Será portanto política alertar para (...) a penalização dos militares e das Forças Armadas, dando a conhecer, a título de exemplo, a forma como (...) os militares vêem o modo como tem vindo a ser tratado o dossier BPN, obrigando uma significativa parcela do orçamento a ser desviada para dar cobertura, tudo leva a crer, às consequências de criminosos desmandos?"
Não consideramos política e, muito menos, política partidária, tal postura. Trata-se, isso sim, do uso de um direito que a própria cidadania impõe", escreve o DN, atribuindo estas declarações ao líder da AOFA, coronel Manuel Cracel.
Dizia há dias um amigo que, quando quis fazer uma reparação na fachada de uma casa antiga na aldeia, o construtor disse que qualquer remendo fica sempre feio e que o melhor seria reparar toda a fachada. Também um primo muito dado a bricolage, ao pedir-lhe para baixar a altura de uma mesa decorativa, disse que o trabalho é fácil mas um pouco demorado porque tem que haver muito rigor para que as quatro pernas fiquem todas rigorosamente iguais a fim de o móvel ficar estável sem hesitações de equilíbrio.
Também a evolução de uma sociedade com reformas e medidas de mudança tem de ser muito bem «pensada» e, depois de analisadas as alterações anteriores e os resultados com elas obtidos, definir concretamente o que se pretende para a finalidade fundamental (em benefício dos portugueses), abrangendo equilibradamente todos os factores interactivos. Não deve haver decisões por capricho ou em resultado de ideias oníricas, nem teimar nos palpites «custe o que custar».
E, se foi citado o nome de Otelo, foi porque ele saltou à memória ao ler a notícia que a seguir se transcreve:
Oficiais avisam que "nada os obriga a serem submissos"
Por PÚBLICO. 08-02-2012 - 08:30
Carta ao Governo
A Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) avisa o Governo de que "nada os obriga a serem submissos, acomodados, ignorantes e apolíticos". "Pelos vistos daria jeito ao poder político que assim fosse", afirma a mesma entidade, numa carta aberta enviada ao ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, que é criticado no mesmo documento revelado nesta quarta-feira pelo jornal Diário de Notícias
De acordo com o mesmo jornal, a missiva é uma resposta a recentes declarações de Aguiar Branco sobre as Forças Armadas e que terão caído mal entre os militares. "As Forças Armadas são insustentáveis, senhor ministro? Não são! Estão!", argumenta a AOFA, que contesta também os cortes orçamentais e a equiparação dos militares aos funcionários públicos. Outras queixas têm a ver directamente com a carreira, como o congelamento das promoções. O ministro da Defesa estará nesta quarta-feira na cerimónia militar comemorativa dos 50 anos do navio-escola Sagres, pelas 10h45, no cais de Alcântara em Lisboa.
O responsável por esta pasta no Governo é acusado pela AOFA de cometer "uma insanável contradição": reconhece "existirem razões de descontentamento" nas fileiras, mas recusa receber as associações o que é "ignorar [o] quadro legal", escreve o Diário de Notícias.
Recentemente, Aguiar-Branco afirmou que os militares que "não sentem vocação, estão no sítio errado. Se não sentem, antes de protestar precisam de mudar de carreira. Sem drama, sem ressentimento". Para a AOFA, o direito ao protesto, à denúncia, existe e não pode ser confundido com fazer política. "Denunciar perante a opinião pública as medidas lesivas e (...) carregadas de falta de respeito pela dignidade de quem jurou e serve abnegadamente (sem se servir) a pátria é fazer política?", interroga a AOFA. "Será portanto política alertar para (...) a penalização dos militares e das Forças Armadas, dando a conhecer, a título de exemplo, a forma como (...) os militares vêem o modo como tem vindo a ser tratado o dossier BPN, obrigando uma significativa parcela do orçamento a ser desviada para dar cobertura, tudo leva a crer, às consequências de criminosos desmandos?"
Não consideramos política e, muito menos, política partidária, tal postura. Trata-se, isso sim, do uso de um direito que a própria cidadania impõe", escreve o DN, atribuindo estas declarações ao líder da AOFA, coronel Manuel Cracel.
Foto de Nuno Ferreira Santos.
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