A minha experiência de quase seis anos da blogosfera, dizia-me que provavelmente não obteria aqui a resposta esperada à pergunta do titulo do post O que é um crescimento negativo??? e resolvi ir pedi-la ao utilizador do «conceito», através de um comentário num seu post no blogue em que colabora. Consegui este «esclarecimento»:
Finalmente, CRESCIMENTO NEGATIVO é uma expressão de "economês" (isto é, linguagem de economistas) que indicia que houve um decréscimo na riqueza produzida. Sim, hoje eu usei a expressão "crescimento negativo" quando comentei as novas projecções da Comissão Europeia; e depois contrapus o "crescimento positivo" que, a perspectivar-se o cenário apresentado, poderá já ser verificado em 2013. Foi isto. Não usei pela primeira vez, e certamente voltarei a fazê-lo. Sinceramente, pode ser defeito de formação, mas não encontro melhor expressão para definir o fenómeno em questão... De qualquer modo, obrigado pelo comentário!...
Confesso que não gostei.
Compreendo que os economistas entre si utilizem o «economês», pois em todas as profissões existe jargão próprio que os isola numa terminologia indecifrável para os não familiarizados com ela. Há dias, um militar num convívio com a presença de alguns amigos de profissão dizia que a mulher anda muito desconfiada e ele quando chega a casa tem que lhe fazer o sitrep. Logo um não militar lhe perguntou que raio de carícia é essa?
Ora o Dr. Miguel Frasquilho, além de economista, é deputado em funções de destaque no partido do Governo e, quando utilizou o termo de crescimento positivo para os jornalistas, devia evitar falar «economês» e devia expressar-se de forma a que os simples cidadãos o entendessem. Os políticos, principalmente os eleitos, devem aproximar-se o mais possível dos cidadãos, para os compreenderem e para lhes explicarem a forma como estão a desempenhar as funções para que foram escolhidos pelos eleitores, e mostrar que não perdem de vista a finalidade da sua função de «governar», que é em benefício das pessoas em geral e não apenas do clã (bando ou manada).
A professora universitária brasileira Maria da Conceição Tavares, no vídeo publicado em Recado a jovens economistas e a governantes explica que a economia é uma ciência social, e o seu nome original era economia política e apoia-se na história e dirige-se ao povo, à vida da sociedade, e para ela «o modelo matemático não serve para nada». No entanto os nossos «economeses» passam a vida, com o seu jargão, a sua gíria, a brincar com os números para fugir à sua função social e para se convencerem de que estão a fazer uma figura de alta intelectualidade, e a colocarem-se muito acima do QI médio nacional.
O certo é que todos repetem que a crise se iniciou há muito e era previsível mas, com isso, confessam que não a compreenderam realmente e, por consequência, não conseguiram evitá-la ou amenizá-la e estão a mostrar incompetência para dela sair com os menores custos e sacrifícios para os portugueses, apesar dos repetidos e variados malabarismos com números e conceitos de «economês».
Nos tempos que atravessamos a arrogância, a ostentação, a vaidade e a futilidade, para ocultar a incompetência, é geral em todos os níveis sociais e é grave que os políticos estejam tão gravemente eivados de tal mal, e muitos se limitem a repetir frases de almanaque antigo e desajustado e nos queiram confundir com palavras vazias de conteúdo claro e entendível.
E, com estas inabilidades e insensibilidade para os problemas das pessoas, tardará muito a surgir uma luz ao fundo do túnel, e oxalá que, para ela aparecer mais depressa, não venha a ser utilizada qualquer ferramenta mais agreste criada pela indignação que alastra aliada ao descontentamento crescente. Dizia-se, há quatro anos, que, em democracia, «o povo é quem mais ordena».
Finalmente, CRESCIMENTO NEGATIVO é uma expressão de "economês" (isto é, linguagem de economistas) que indicia que houve um decréscimo na riqueza produzida. Sim, hoje eu usei a expressão "crescimento negativo" quando comentei as novas projecções da Comissão Europeia; e depois contrapus o "crescimento positivo" que, a perspectivar-se o cenário apresentado, poderá já ser verificado em 2013. Foi isto. Não usei pela primeira vez, e certamente voltarei a fazê-lo. Sinceramente, pode ser defeito de formação, mas não encontro melhor expressão para definir o fenómeno em questão... De qualquer modo, obrigado pelo comentário!...
Confesso que não gostei.
Compreendo que os economistas entre si utilizem o «economês», pois em todas as profissões existe jargão próprio que os isola numa terminologia indecifrável para os não familiarizados com ela. Há dias, um militar num convívio com a presença de alguns amigos de profissão dizia que a mulher anda muito desconfiada e ele quando chega a casa tem que lhe fazer o sitrep. Logo um não militar lhe perguntou que raio de carícia é essa?
Ora o Dr. Miguel Frasquilho, além de economista, é deputado em funções de destaque no partido do Governo e, quando utilizou o termo de crescimento positivo para os jornalistas, devia evitar falar «economês» e devia expressar-se de forma a que os simples cidadãos o entendessem. Os políticos, principalmente os eleitos, devem aproximar-se o mais possível dos cidadãos, para os compreenderem e para lhes explicarem a forma como estão a desempenhar as funções para que foram escolhidos pelos eleitores, e mostrar que não perdem de vista a finalidade da sua função de «governar», que é em benefício das pessoas em geral e não apenas do clã (bando ou manada).
A professora universitária brasileira Maria da Conceição Tavares, no vídeo publicado em Recado a jovens economistas e a governantes explica que a economia é uma ciência social, e o seu nome original era economia política e apoia-se na história e dirige-se ao povo, à vida da sociedade, e para ela «o modelo matemático não serve para nada». No entanto os nossos «economeses» passam a vida, com o seu jargão, a sua gíria, a brincar com os números para fugir à sua função social e para se convencerem de que estão a fazer uma figura de alta intelectualidade, e a colocarem-se muito acima do QI médio nacional.
O certo é que todos repetem que a crise se iniciou há muito e era previsível mas, com isso, confessam que não a compreenderam realmente e, por consequência, não conseguiram evitá-la ou amenizá-la e estão a mostrar incompetência para dela sair com os menores custos e sacrifícios para os portugueses, apesar dos repetidos e variados malabarismos com números e conceitos de «economês».
Nos tempos que atravessamos a arrogância, a ostentação, a vaidade e a futilidade, para ocultar a incompetência, é geral em todos os níveis sociais e é grave que os políticos estejam tão gravemente eivados de tal mal, e muitos se limitem a repetir frases de almanaque antigo e desajustado e nos queiram confundir com palavras vazias de conteúdo claro e entendível.
E, com estas inabilidades e insensibilidade para os problemas das pessoas, tardará muito a surgir uma luz ao fundo do túnel, e oxalá que, para ela aparecer mais depressa, não venha a ser utilizada qualquer ferramenta mais agreste criada pela indignação que alastra aliada ao descontentamento crescente. Dizia-se, há quatro anos, que, em democracia, «o povo é quem mais ordena».
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