Encontram-se escritos, em vários locais por aqui, alertas contra os «intelectuais», eventualmente senhores das maiores descobertas científicas que recitam a alunos, mas que ignoram as realidades da vida prática e os benefícios que para ela poderão advir da aplicação sensata e coerente das teorias. Entre outros artigos recentes, faço referência às apreciações constantes na entrevista de António Barreto a DN/ TSF e no artigo, que por ser mais conciso transcrevo. A entrevista pode ser lida aqui.
O jogo dos economistas
Destak. 06 | 01 | 2011 20.25H. J.L. PIO ABREU
Depois de se meterem no buraco no início de uma crise que não souberam prever, eis que se levantam, de novo, os economistas de palco cheios de receitas para os nossos males. Não os suporto. A satisfação arrogante com que nos propõem o mais miserável destino e as mais contraditórias soluções, põe-me os cabelos em pé.
Senhores da fortuna e da desgraça, todos se armam em deuses, sabendo que são deuses menores porque tudo depende dos políticos que neles delegaram as responsabilidades. Mas que fazem eles, os economistas?
Nos negócios e empregos que têm, eles são os actores e os principais beneficiários do jogo económico. Nas Universidades, ditam as regras desse jogo. Nos Governos ou na influência que têm, eles apoderam-se também do campo de jogo onde, por suposto, jogam todos os cidadãos.
Usam palavras esotéricas, estrangeiradas, com que disfarçam os lances que executam. Nenhum deles aprendeu Matemática, e apenas lida com contas simplórias, feitas de percentagens, somas e subtracções, ao alcance de um computador ou de qualquer contabilista que conheça o significado das palavras. Mas é um jogo onde são jogadores, árbitros, donos do campo e ainda ditam as regras. Assim, qualquer um ganhava.
Todo o seu discurso, no fim de contas, se destina a ocultar uma verdade que, incluindo eles, todos conhecem: a única coisa que produz riqueza é o trabalho humano. A contabilidade serve apenas para a distribuir. E mal.
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