Destak. 03-11-2010. Por João César das Neves
Não é fácil, mas tente olhar José Sócrates em termos puramente estéticos. Abstraindo da gravidade da situação e influências na nossa vida, considerando apenas a capacidade de manipulação e sobrevivência política, Sócrates é espantoso.
Fiascos, crises, mentiras e inversões passam sem efeitos. Nunca é afectado pela realidade, não cede a escrúpulos, não teme escândalos. Sobreviveu às dúvidas sobre a sua licenciatura em Março de 2007, os casos Freeport desde 2005 e Face Oculta desde 2009 e os ataques mais violentos. É impressionante a capacidade de inverter compromissos, mudar de carácter, esquivar-se de golpes. Como nas panelas de Teflon, nele tudo desliza sem pegar.
Hoje a crise é gravíssima, paralisa a economia, desanima a sociedade, danifica a imagem internacional. O Governo, no poder há cinco anos, afunda-se em culpas, contradições, hesitações, bloqueios. Normalmente já teria caído ou sofreria sondagens miseráveis e atitude defensiva, acossada ou apática. Assim foram John Major, George Bush, agora Zapatero.
Sócrates não! Nunca se desculpa, nunca lamenta, nunca recua. Segue sempre em frente. No meio da tempestade perfeita mantém o ar inocente, triunfante até. E com razões. As sondagens são aceitáveis e a sua eficácia tribunícia permanece imponente. Quem o ouve é levado para um reino fantástico e sedutor onde, omitindo os fiascos, se olha com confiança o sucesso da próxima proposta. No campo orçamental roça o surrealismo.
A situação política está a fritar o Governo há anos e ultimamente o lume subiu. Mas Sócrates é Teflon.
NOTA: Este texto com a clareza a serenidade e urbanidade da linguagem constitui um elogio à capacidade de sobrevivência na «porca da política», cada vez mais porca. Mas é uma acutilante acusação à população em geral que continua entusiasmada com o político Armani, e não sabe discriminar os sinais ilusórios e fantasiosos das realidades de que depende o seu dia-a-dia e o seu futuro e dos seus filhos e netos, deixando-se arrastar e permitir o sucesso do pelo efeito teflon. Até quando se continuará a viver com os olhos fechados e o cérebro embrutecido?
Imagem da Net
Fiascos, crises, mentiras e inversões passam sem efeitos. Nunca é afectado pela realidade, não cede a escrúpulos, não teme escândalos. Sobreviveu às dúvidas sobre a sua licenciatura em Março de 2007, os casos Freeport desde 2005 e Face Oculta desde 2009 e os ataques mais violentos. É impressionante a capacidade de inverter compromissos, mudar de carácter, esquivar-se de golpes. Como nas panelas de Teflon, nele tudo desliza sem pegar.
Hoje a crise é gravíssima, paralisa a economia, desanima a sociedade, danifica a imagem internacional. O Governo, no poder há cinco anos, afunda-se em culpas, contradições, hesitações, bloqueios. Normalmente já teria caído ou sofreria sondagens miseráveis e atitude defensiva, acossada ou apática. Assim foram John Major, George Bush, agora Zapatero.
Sócrates não! Nunca se desculpa, nunca lamenta, nunca recua. Segue sempre em frente. No meio da tempestade perfeita mantém o ar inocente, triunfante até. E com razões. As sondagens são aceitáveis e a sua eficácia tribunícia permanece imponente. Quem o ouve é levado para um reino fantástico e sedutor onde, omitindo os fiascos, se olha com confiança o sucesso da próxima proposta. No campo orçamental roça o surrealismo.
A situação política está a fritar o Governo há anos e ultimamente o lume subiu. Mas Sócrates é Teflon.
NOTA: Este texto com a clareza a serenidade e urbanidade da linguagem constitui um elogio à capacidade de sobrevivência na «porca da política», cada vez mais porca. Mas é uma acutilante acusação à população em geral que continua entusiasmada com o político Armani, e não sabe discriminar os sinais ilusórios e fantasiosos das realidades de que depende o seu dia-a-dia e o seu futuro e dos seus filhos e netos, deixando-se arrastar e permitir o sucesso do pelo efeito teflon. Até quando se continuará a viver com os olhos fechados e o cérebro embrutecido?
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