Transcrição seguida de NOTA:
Chumbaram proposta que apresentaram
Jornal de Notícias. 03-07-2010. Por Carlos Rui Abreu
Uma situação insólita foi vivida, anteontem, na reunião da Câmara de Fafe: o maior partido da oposição apresentou uma proposta que, depois, chumbou. Justifica com o facto de querer chamar a atenção da “promiscuidade” da Câmara com um jornal local.
A votação insólita de uma proposta marcou, anteontem, a reunião do executivo municipal. Os vereadores Independentes por Fafe (IPF), segunda força mais votada, apresentaram uma proposta para a atribuição de um subsídio de 15 mil euros ao jornal Correio de Fafe. A proposta foi rejeitada por unanimidade, ou seja, os próprios proponentes votaram contra. “Queremos mostrar a promiscuidade entre o CF, o seu director e a Câmara”, justificou o vereador Joaquim Magalhães.
Magalhães recordou que “já esteve previsto o director receber uma avença mas, devido à pressão da oposição, não se concretizou, mas continua a prestar serviços gratuitos”. Quanto ao facto de terem votado contra uma proposta que apresentaram, Magalhães não se preocupa, já que, “é uma situação que pode fazer escola”.
“É falta de chá e acho que é ridículo, irresponsável, desrespeitoso para o órgão e, se calhar, inédito”, adjectivou. José Ribeiro frisou que ainda tentou que a proposta fosse retirada “por ser ilegal e provocatória” mas a persistência do IPF levou a que fosse a votação, disse o autarca.
Quanto à acusação de promiscuidade com o jornal local de maior tiragem, Ribeiro defende-se dizendo que o director “nunca teve nada a ver com o PS”, embora lembre que no último mandato, proposta pelo vereador Salgado Santos, foi discutida no executivo “uma colaboração pontual que nunca se concretizou”.
O director do CF garante nunca ter sido remunerado pela autarquia, embora assuma que já colaborou “na promoção de eventos durante as férias do relações públicas”, da mesma forma que já colaborou com o movimento político que agora o acusa “na moderação de um debate”.
A proposta anteontem apresentada é, para António Ferreira Leite, “a mais ridícula” que viu num local “que não é infantário mas onde se decidem coisas importantes
NOTA: A imaturidade com que os políticos, salvo eventuais excepções, encaram as suas funções é demasiado notória, através das imagens da AR que chegam aos cidadãos, o desenrolar e as conclusões de comissões parlamentares de inquéritos, a unanimidade na aprovação da Lei de Financiamento dos partidos, a «acção directa» contra gravadores de jornalistas, a unanimidade da aprovação da «lei da rolha» no congresso do PSD seguida de unanimidade de arrependimento depois de estarem na rua, e muitos outros episódios que seriam anedóticos se não fossem lesivos dos interesses dos cidadãos contribuintes e se não destruíssem a confiança que deveria ser tida nos eleitos.
Imagem da Net.
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