sábado, 30 de março de 2013

Poesia de Viçoso Caetano - O 25 dos Quatros






O 25 dos Quatros
Foi há trinta e nove anos
(tantos quant´os desenganos)
que o cravo desceu à rua,
(por entre viras e palmas)
camuflando a falcatrua,
Com qu´iludiram as almas,
prometendo o Sol e a Lua!

Punhos fechados bramindo;
D´inveja vociferando;
Fantasmas deambulando
os seus ódios destilando
e do Ultramar fugindo,
desse Portugal infindo,
abençoado pelo Céu!

Uma Pátria de gigantes
assaltada por tratantes,
que a tornaram pigmeu!

E o cravo qu´era vermelho
foi mudando a cor p´ra roxo,
até perder toda a cor.
Começou a apodrecer!
Zambeta, marreco e coxo,
hoje não vale um chavelho
e a pesar de não ser velho,
já está no estertor…

Só que o Povo demorou
a ver quem o enganou
e então o arrastou
para a situação extrema,
desta vergonha suprema,
onde agora o atolou.

Grândola vila morena!...

Agora a vila está preta
e o Povo, por mais qu´ordenhe,
já não sai leite da teta!

Agora é só p´rós “manguelas”,
que chafurdam nas gamelas,
kamaradas e confrades,
nascidos pós Revolução.
P´ra esses não falta não!

E não deixa de ter graça…
Quem a fez, que a desfaça…
Que lhes sirva de lição!


Viçoso Caetano
O Poeta de Fornos de Algodres
Abril de 2013

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