Quando Passos Coelho garante que está a fazer “uma revolução tranquila”, talvez esteja convencido daquilo que diz, mas deixa muitos motivos de receio, a começar pelo uso do verbo «garantir», que os políticos colocaram na moda e que, pela forma arrogante e não realista como é utilizado, deixa muito a desejar pela falta de consistência.
De «revolução» não se vê nada de concreto, a não ser que o seu antecessor usava uma linguagem de riqueza e optimismo sem fundamento e, agora, estamos perante uma austeridade «custe o que custar» e custa muito, e de carências, cortes e miséria. Além dessa diferença de táctica, o Governo, a justificar o adjectivo «tranquila», poderá estar a consolidar os vícios e manhas que vêm detrás, acentuando o sinal da prioridade dada aos números e não aos cidadãos, às pessoas, ás famílias e aos problemas que as preocupam: saúde, educação, justiça, segurança.
Foi prometido ou «garantido» por Passos Coelho no plenário da Assembleia da República, no debate quinzenal que «a nossa intenção é clara, que desde já, assim que esteja constituída a comissão de recrutamento e seleção que está prevista na lei se possam iniciar os concursos de forma a encontrar novos dirigentes para a administração central. Não é em final de 2013, é já, ao longo deste ano». Desta forma deixarão de ser feitas nomeações por compadrio e passarão a ser escolhidos os mais capazes, a fim de os interesses nacionais serem melhor servidos e defendidos. Mas agora, como Alberto João Jardim aponta, há a indicação de Teixeira dos Santos para administrador da PT. É um sinal de que as palavras nem sempre traduzem verdadeiras intenções.
Outro notável do PSD refere que o caso António Borges, embora sem incompatibilidade formal, suscita muitas interrogações, parecendo que o sentido de Estado nem sempre está presente em decisões e declarações públicas.
Também um sinal pouco desejável é o de que não haverá recuos na reforma autárquica que será levada a cabo, custe o que custar. É pena que os governantes se esqueçam de que, na vida, nada é imutável e eterno e o porvir traz circunstâncias e pormenores que exigirão necessários ajustamentos. Essa é uma característica da função de bom planeamento e programação a que se segue o controlo da execução e do seu ajustamento mais conveniente. Isto constitui uma realidade, mesmo que a decisão tenha sido bem preparada tendo em conta todos os factores condicionantes, o que no caso em apreço parece não ter sido feito.
O voluntarismo, a imposição de vontades e de caprichos por palpite e sem correcta ponderação, raramente dão bom resultado mas quando implicam com a vida de milhões de pessoas, com os seus legítimos interesses privados, as suas actividades económicas e sociais, torna-se numa violência imprópria de uma democracia impor reformas em estilo arrogante e autoritário sem serem preparadas de forma racional e atendendo às circunstâncias reais, em cada local ou região. Fazer uma reforma da divisão territorial num gabinete, com régua e esquadro, sem falar com as pessoas e compreender os seus interesses colectivos não pode contribuir para uma «revolução tranquila».
De «revolução» não se vê nada de concreto, a não ser que o seu antecessor usava uma linguagem de riqueza e optimismo sem fundamento e, agora, estamos perante uma austeridade «custe o que custar» e custa muito, e de carências, cortes e miséria. Além dessa diferença de táctica, o Governo, a justificar o adjectivo «tranquila», poderá estar a consolidar os vícios e manhas que vêm detrás, acentuando o sinal da prioridade dada aos números e não aos cidadãos, às pessoas, ás famílias e aos problemas que as preocupam: saúde, educação, justiça, segurança.
Foi prometido ou «garantido» por Passos Coelho no plenário da Assembleia da República, no debate quinzenal que «a nossa intenção é clara, que desde já, assim que esteja constituída a comissão de recrutamento e seleção que está prevista na lei se possam iniciar os concursos de forma a encontrar novos dirigentes para a administração central. Não é em final de 2013, é já, ao longo deste ano». Desta forma deixarão de ser feitas nomeações por compadrio e passarão a ser escolhidos os mais capazes, a fim de os interesses nacionais serem melhor servidos e defendidos. Mas agora, como Alberto João Jardim aponta, há a indicação de Teixeira dos Santos para administrador da PT. É um sinal de que as palavras nem sempre traduzem verdadeiras intenções.
Outro notável do PSD refere que o caso António Borges, embora sem incompatibilidade formal, suscita muitas interrogações, parecendo que o sentido de Estado nem sempre está presente em decisões e declarações públicas.
Também um sinal pouco desejável é o de que não haverá recuos na reforma autárquica que será levada a cabo, custe o que custar. É pena que os governantes se esqueçam de que, na vida, nada é imutável e eterno e o porvir traz circunstâncias e pormenores que exigirão necessários ajustamentos. Essa é uma característica da função de bom planeamento e programação a que se segue o controlo da execução e do seu ajustamento mais conveniente. Isto constitui uma realidade, mesmo que a decisão tenha sido bem preparada tendo em conta todos os factores condicionantes, o que no caso em apreço parece não ter sido feito.
O voluntarismo, a imposição de vontades e de caprichos por palpite e sem correcta ponderação, raramente dão bom resultado mas quando implicam com a vida de milhões de pessoas, com os seus legítimos interesses privados, as suas actividades económicas e sociais, torna-se numa violência imprópria de uma democracia impor reformas em estilo arrogante e autoritário sem serem preparadas de forma racional e atendendo às circunstâncias reais, em cada local ou região. Fazer uma reforma da divisão territorial num gabinete, com régua e esquadro, sem falar com as pessoas e compreender os seus interesses colectivos não pode contribuir para uma «revolução tranquila».
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