sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Professores prestigiados em Espanha

“Ao serem reconhecidos como autoridade pública, os professores – tal como os juízes, polícias, médicos e pilotos e comandantes de navios – contam com uma protecção especial. A agressão a um professor está tipificada pelo Código Penal como atentado contra a autoridade

“Além de serem autoridade pública, têm presunção da verdade, o que significa que a sua palavra tem mais valor do que a de outro cidadão”

NOTA: Os dois pequenos parágrafos traduzidos do castelhano foram transcritos do blog A Tulha do Atílio. Evidenciam que a Espanha, apesar de ter no Governo um partido de cor igual à do partido do Governo português, tem uma noção muito real e autêntica da importância do ensino na preparação do futuro do País. É na escola, quando as crianças aprendem os primeiros passos na convivência com os outros que se deve aprender o civismo, o respeito pelos direitos dos outros, o sentido do dever e da responsabilidade, a importância do trabalho, da perfeição, da excelência, do cumprimento de prazos, de pontualidade, etc.

Por cá, pelo contrário, não se respeitam os professores e eles usam da maior lassidão, aceitação, excessiva tolerância, permissividade, que tem como efeito a impreparação das crianças para uma vida digna, feliz e produtiva. Iniciam a vida com ideias e hábitos desajustados ao progresso e ao desenvolvimento.

Há pouco tempo ouvi na TV um empresário queixar-se de que a produtividade da empresa não poderia melhorar muito por carência de profissionalismo, de sentido da responsabilidade, de ausência de gosto pela perfeição, pela na excelência, do pessoal a todos os níveis. O lema do português fica bem expresso naquilo que Elisa Ferreira respondeu a uma florista no mercado, referindo-se ao seu papel no Parlamento europeu: é um trabalho sossegadinho e bem pago.

E esse empresário atribuía as culpas ao papel das escolas em que não se criam bases para desenvolver qualidades válidas nos futuros obreiros de Portugal. Sem profissionalismo responsável, sem obediência a regras, não se pode ir longe. E é na Escola que deve começar a mudança da cultura nacional, da mentalidade das pessoas, de procurarem merecer aquilo de que necessitam para viver sem estarem à espera do subsídio e do apoio dos outros, através do Estado, da Segurança Social.

E para começar, a mudança tem de ser feita nas escolas, no papel dos professores que têm forçosamente de ser prestigiados e apoiados, como está a ser feito em Espanha. É certo que antes de entrarem na escola, as crianças já devem possuir hábitos salutares, mas a realidade mostra que muitos pais os não possuem e não podem ensinar o que não sabem nem praticam. O mal vem detrás e, agora é preciso arrancar para a boa rota com a acção educativa dos professores. Oxalá Portugal aprenda com a Espanha.

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