A História mostra que as sociedades não são imutáveis e tiveram mudanças através das diversas eras, épocas, idades, etc. No momento actual, o estado de crise generalizada gerada por erros sucessivos de tendências materialistas, em que o amor ao dinheiro e ao poder se sobrepôs ao respeito pelo ser humano e pelo ambiente natural, estão à vista sinais de mudança que parecem irreversíveis.
Mas como o itinerário para o futuro não é rectilíneo nem de piso suave, surgem obstáculos e esforços para retardar mudanças e que em vez de facilitar a preparação de um futuro mais justo, pacífico e humano, atrasam e complicam a evolução.
Passos Coelho, para justificar os cortes e dificuldades criadas aos funcionários públicos argumenta que estes ganham mais 10 a 15% que trabalhadores do privado, usando um argumento do PREC que defendia a igualdade por nivelamento por baixo, na mediocridade. O argumento pode estar certo, a decisão pode ser inevitável, mas convinha não ser expresso desta forma. E, por outro lado porque não falar no esbanjamento com a obesa máquina do Estado, com os numerosos carros de alto custo, utilizados com alguma frequência para ir às compras? (Que saudades deixam as descrições do ex-PR Manuel Arriaga!)
Há que preparar os caminhos para um futuro melhor, mas isso também passa pela responsabilização de gestores público (e governantes e autarcas) que geriram de forma menos sensata os recursos colectivos, do Estado, dos contribuintes. E nesse sentido, estimulado por exemplos de países bem governados, de que são mais recentes os casos da Islândia e da Ucrânia onde ex-primeiros-ministros se sentaram no banco dos réus, o líder da Juventude Social Democrata, Duarte Marques, defende que “é tempo de responsabilizar criminalmente quem levou o país a esta situação”, entendendo que “José Sócrates e os restantes membros do seu Governo devem ser julgados”. E as vozes populares dizem que também muitos autarcas e gestores públicos, em cujos serviços se criaram e mantiveram buracos financeiros assustadores, devem ser devidamente contemplados pela Justiça e que, se assim não for, poderá vir a ocorrer algo de desagradável por iniciativa do povo.
Perante tais alertas, Gomes Canotilho, como era lógico e de esperar, devido à sua formação e profissão, diz que é preciso cautela com "justiceiros", mas não indica o caminho para a Justiça sair da letargia em que tem estagnado e se torne mais rápida e objectiva, para obviar à crise que se formou com o seu consentimento e indiferença perante corrupção, enriquecimento ilícito, irresponsabilidade por défice e má gestão.
E o mal-estar em relação á Justiça acaba por se tornar saliente em vários textos de que refiro porque não demitem Pinto Monteiro? de Procurador Geral da República. Mas não ficam por aqui os motivos de descontentamento e de indignação, e os mais sacrificados pela austeridade menos atenta às pessoas começam a ver-se representados por vozes com alguma audiência como o líder da JS ao dizer que novas medidas de austeridade "pioram e não resolvem" dificuldades da economia e Jerónimo de Sousa que manifesta o receio de Portugal regressar à “miséria e opressão” de tempos idos.
E os receios de Gomes Canotilho, como ele não indica nenhuma solução institucional para amainar os descontentamentos dos indignados, mostram-se realistas com notícias como milhares destes gritaram em Lisboa por justiça em tempos de crise. Mas as realidades vão mais longe e dois agentes da PSP e um revisor foram esfaqueados em comboio da Fertagus, ocorrendo pouco depois, também na margem Sul do Tejo, uma intervenção policial em que Festa acaba com tiros da polícia e três feridos
Estes sinais de mudança estão aí e devem ser tidos em consideração pelos governantes a fim de que se preparem para gerir a evolução da sociedade de forma menos violenta, se possível, com compreensão consciente e activa das pessoas, evitando os inconvenientes para os mais desfavorecidos e para bens patrimoniais, como ocorreu em alguns países de áreas geograficamente próximas.
Em crise, mais do que em situação normal, o bom senso e o sentido de Estado não devem abandonar a mente dos responsáveis pelo destino da população.
Mas como o itinerário para o futuro não é rectilíneo nem de piso suave, surgem obstáculos e esforços para retardar mudanças e que em vez de facilitar a preparação de um futuro mais justo, pacífico e humano, atrasam e complicam a evolução.
Passos Coelho, para justificar os cortes e dificuldades criadas aos funcionários públicos argumenta que estes ganham mais 10 a 15% que trabalhadores do privado, usando um argumento do PREC que defendia a igualdade por nivelamento por baixo, na mediocridade. O argumento pode estar certo, a decisão pode ser inevitável, mas convinha não ser expresso desta forma. E, por outro lado porque não falar no esbanjamento com a obesa máquina do Estado, com os numerosos carros de alto custo, utilizados com alguma frequência para ir às compras? (Que saudades deixam as descrições do ex-PR Manuel Arriaga!)
Há que preparar os caminhos para um futuro melhor, mas isso também passa pela responsabilização de gestores público (e governantes e autarcas) que geriram de forma menos sensata os recursos colectivos, do Estado, dos contribuintes. E nesse sentido, estimulado por exemplos de países bem governados, de que são mais recentes os casos da Islândia e da Ucrânia onde ex-primeiros-ministros se sentaram no banco dos réus, o líder da Juventude Social Democrata, Duarte Marques, defende que “é tempo de responsabilizar criminalmente quem levou o país a esta situação”, entendendo que “José Sócrates e os restantes membros do seu Governo devem ser julgados”. E as vozes populares dizem que também muitos autarcas e gestores públicos, em cujos serviços se criaram e mantiveram buracos financeiros assustadores, devem ser devidamente contemplados pela Justiça e que, se assim não for, poderá vir a ocorrer algo de desagradável por iniciativa do povo.
Perante tais alertas, Gomes Canotilho, como era lógico e de esperar, devido à sua formação e profissão, diz que é preciso cautela com "justiceiros", mas não indica o caminho para a Justiça sair da letargia em que tem estagnado e se torne mais rápida e objectiva, para obviar à crise que se formou com o seu consentimento e indiferença perante corrupção, enriquecimento ilícito, irresponsabilidade por défice e má gestão.
E o mal-estar em relação á Justiça acaba por se tornar saliente em vários textos de que refiro porque não demitem Pinto Monteiro? de Procurador Geral da República. Mas não ficam por aqui os motivos de descontentamento e de indignação, e os mais sacrificados pela austeridade menos atenta às pessoas começam a ver-se representados por vozes com alguma audiência como o líder da JS ao dizer que novas medidas de austeridade "pioram e não resolvem" dificuldades da economia e Jerónimo de Sousa que manifesta o receio de Portugal regressar à “miséria e opressão” de tempos idos.
E os receios de Gomes Canotilho, como ele não indica nenhuma solução institucional para amainar os descontentamentos dos indignados, mostram-se realistas com notícias como milhares destes gritaram em Lisboa por justiça em tempos de crise. Mas as realidades vão mais longe e dois agentes da PSP e um revisor foram esfaqueados em comboio da Fertagus, ocorrendo pouco depois, também na margem Sul do Tejo, uma intervenção policial em que Festa acaba com tiros da polícia e três feridos
Estes sinais de mudança estão aí e devem ser tidos em consideração pelos governantes a fim de que se preparem para gerir a evolução da sociedade de forma menos violenta, se possível, com compreensão consciente e activa das pessoas, evitando os inconvenientes para os mais desfavorecidos e para bens patrimoniais, como ocorreu em alguns países de áreas geograficamente próximas.
Em crise, mais do que em situação normal, o bom senso e o sentido de Estado não devem abandonar a mente dos responsáveis pelo destino da população.
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