sexta-feira, 7 de maio de 2021

A DEMOCRACIA ESTÁ EM EROSÃO

 (Public em DIABO nº 2314 de 07-05-2021, pág. 16. Por António João Soares)

Vários pensadores, ao debruçar-se sobre as realidades ocidentais nos aspectos político-sociais, não escondem o receio de que o futuro seja muito difícil. Já há quem preveja que a Europa esteja em vias de ser ocupada e há muitos que encontram sinais claros de que as democracias estão a deixar-se arrastar para ditaduras. Devido à impreparação de governantes frágeis que se deixam dominar por pressões de pessoas alheias aos interesses nacionais, isto é, dos cidadãos que constituem as suas nações, e sobrepondo à defesa das pessoas que dependem de si, a ambição pessoal de riqueza, poder e vaidade.

Perante isto, um grupo de militares franceses já fora da actividade (vinte generais, cem oficiais superiores e mais de mil soldados) escreveram uma carta aberta ao Presidente Macron, considerando que o momento é sério e o país está em perigo e que, mesmo aposentados, não podem ficar indiferentes, nas actuais circunstâncias, ao futuro da sua Pátria, com tão bela história e ricos monumentos, pela qual cumpriram as obrigações que lhes foram atribuídas.

A sua bandeira contém as palavras Honra e Pátria. Mas constatam que a honra nacional está com sintomas de desintegração que infecta a Pátria que sempre serviram e que deve ser honrada por todos os seus cidadãos e, principalmente, pelos que têm esse dever em todos os actos da sua função.

A ideia de anti-racismo avança com o único objectivo de criar mal-estar e ódio entre as comunidades, impulsionado por apoiantes odiosos e fanáticos que falam de racismo, indigenismo e teorias anticoloniais, como ponto de partida para uma guerra racial. Pretendem dissolver o país com as suas tradições e cultura, com o seu passado histórico. 

A discriminação com o islamismo e grupos suburbanos, com aversão à polícia, materializa intenção da separação de muitas parcelas, permitindo-lhes comportamentos alheios às tradições de unidade nacional, embora as leis nacionais devam ser cumpridas em qualquer lugar e por qualquer cidadão. Têm sido detectados indivíduos infiltrados encapuzados a vasculhar empresas e a ameaçar as forças policiais. A violência está a aumentar dia a dia.

Os cidadãos que lideram o país nos diversos graus da função pública devem, forçosamente, obter a coragem necessária para erradicar os perigos que esta deterioração e degradação está a acarretar. Há que aplicar as leis existentes, sem hesitações nem fraquezas. Não devemos ficar fechados pela força da opressão em silêncios arriscados e culpados. Todos devemos dar a melhor colaboração às autoridades da segurança, para que esta cumpra da forma mais eficaz a sua missão, sem receios nem hesitação.

As autoridades não devem adiar as medidas repressivas adequadas, porque a situação é grave, o trabalho é gigantesco e não se pode perder tempo, para não se dar oportunidades ao inimigo de se reforçar e tornar mais activo e eficaz. O povo, as forças de segurança e as forças militares devem estar disponíveis para apoiar políticas que tenham por clara finalidade a salvaguarda da Nação, das pessoas.

Por outro lado, se nada for feito, a frouxidão continuará a espalhar-se na sociedade, acabando por causar uma explosão e a intervenção de militares e polícias na perigosa e difícil missão de proteger valores nacionais e salvaguardar vidas de cidadãos no território nacional, será muito complexa, por se assemelhar a uma guerra civil. As autoridades governativas não podem adiar nem agir com meiguices em casos de violência contra os seus cidadãos. Se não se conseguir evitar a violência, esta acabará com o actual caos crescente, mas com o alto custo de muitas vidas de cidadãos, o que será da responsabilidade dos actuais governantes que não conseguiram evitar a tragédia.

Em democracia, o governo deve respeitar o povo com transparência e informação adequada para que este actue correctamente, com confiança e respeito. ■

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