ANÁLISE da SITUAÇÃO EUROPEIA – Setembro de 2018
Por Miguel Mattos Chaves -PhD
Em primeiro lugar quero agradecer aos meus queridos Amigos e Leitores a amabilidade expressa nos Vossos Comentários e Reacções que têm expresso nas minhas várias análises e artigos.
Em segundo lugar, e em resposta a algumas questões que me foram colocadas, dir-vos-ei o seguinte:
Quanto ao tema de fundo - a DESTRUIÇÃO da CIVILIZAÇÃO EUROPEIA - é, como sabem, uma grande preocupação minha o estar a assistir á destruição das Referências, Valores e Costumes da Civilização Ocidental.
Embora, na minha opinião, esta destruição tenha começado nos idos tempos do Maio de 1968.
Na verdade, os resultados da celebrada, mas mais que nociva, confrontação dos “estudantes”, levou à instalação da inversão dos Valores Perenes da Civilização ocidental.
Começou aí a “demissão intelectual e espiritual da Europa” com a instalação e imposição progressiva das “teorias da relatividade”.
Agora, com a "invasão" maciça de Muçulmanos, tal está a agravar-se e muito.
Mas mesmo a presente organização denominada de União Europeia, está em dissolução acelerada e não vejo Estadistas (que não políticos) capazes de inverter esse caminho.
Na verdade, a maioria esmagadora dos denominados "País Fundadores" queriam uma "União dos Estados Soberanos da Europa", uma Europa da Cooperação entre Estados, sem transferências de Soberania.
Avisaram, por diversas vezes, (o 1º aviso público foi feito, como sabem, no Congresso da Haia de 1948) que nunca se deveria esquecer que “… as Nações da Europa passaram os últimos 10.000 anos em Guerras pela conquista da sua capacidade de Autogoverno e de Autodeterminação…” e que essa luta estava “…inscrita no código genético dos vários Povos europeus…”, pelo que qualquer tentativa de se criar uma união federal seria muito perigosa e estaria condenada a prazo, dada a diversidade dos interesses em presença.
Isto é, defendiam a União de países, voluntária, unindo no fundamental - a Paz e o Progresso -, na Economia, Mercados e nas Quatro Liberdades -, mas sem qualquer transferência ou alienação dos quaisquer direitos Soberanos dos Estados Nacionais, sobretudo em matéria de:
- Segurança E Defesa;
- Justiça e Assuntos Internos;
- Política Externa e Diplomacia;
- Orçamento do Estado e Fiscalidade;
- Autonomia dos Actores Económicos face a estrangeiros.
Matérias estas que são consideradas como sendo pertença do denominado “Coração da Soberania dos Estados”.
Esta linha foi defendida por homens prestigiados, tais como Konrad Adenauer, Charles De Gaulle, Alcide De Gasperi, Paul Van Zeeland, Paul Henry Spaak, Robert Schumann, Aristid Briand, Duncan Sandys, etc… e seus sucessores e presidiu à construção do Tratado de Roma (na sequência do qual Jean Monnet se demitiu de Presidente da CECA, por estar em desacordo com a linha adoptada) e do Acto Único e que eu também defendo.
A partir daí, e com o seu inicio datado da construção do Tratado de Maastricht, a linha predominante tem sido a contrária (isto se falarmos daqueles que acreditam numa união de Estados Europeus para a paz), ou seja, é a outra Linha, a que foi derrotada em Haia em 1948, - a dos Internacionalistas, Integracionistas, Federalistas, - chefiados por Jean-Monnet, e que integravam homens como Joseph Rettinger, Dennis Rougemont, Altiero Spinelli, Jacques Delors e outros, que sempre defenderam (mais clara ou mais sub-repticiamente ou "furtivamente") a Federalização da Europa, com a criação de um Governo Europeu, por de cima dos Governos nacionais, embora a passos mais ou menos pequenos, sob o enunciado de que … "a integração por sectores, sector a sector, levará à Federação final".
Com a crise económica e financeira, despoletada em 2008, provocada pelo Sistema Financeiro (que ainda não foi devidamente penalizado, ao contrário do que já aconteceu nos EUA), e com a actual "invasão" de Muçulmanos,as populações encontraram em vários países a "gota de água", ou desculpa, para reagirem e rejeitarem o caminho que estava a ser trilhado.
Assim acontece na Itália, na Hungria, na Polónia, na Áustria, em Malta, na Dinamarca e em muitos outros países do leste europeu.
Vaticino que virá a estender-se aos restantes, a começar pela França e pela Alemanha onde Macron e Merkel estão com os seus níveis de aceitação em recordes de negatividade.
Ora, em vez de perceberem o que estava, e está a acontecer, grande parte do núcleo principal dos dirigentes políticos preferiu fingir ignorar (ou não percebeu mesmo de todo), o que se passou e está a passar, e estão numa tentativa de "fuga para a frente" no caminho Federal.
(
NOTA: veja-se o repetido anuncio da famigerada União Bancária, da Policia Marítima - por de cima das dos Estados – e agora até a Mudança da Hora, etc...)
Esta fuga para a frente, na minha opinião, levará a potenciais “graves convulsões internas” em vários dos países. (o que já está a acontecer em alguns, embora de forma ainda macia).
Por de cima disso, e a agravar o descontrolo, incompetência e negação das realidades, estão a querer encontrar e condenar um “bode expiatório” – a Hungria – para meter medo aos outros Estados, que eventualmente queiram seguir o mesmo caminho de defesa dos interesses dos seus nacionais.
(
NOTA: deixando, no entanto, prudentemente – ou melhor, hipocritamente -, a Itália de fora, a qual defende agora exactamente o que a Hungria vem defendendo.
Posto isto,
- OU os dirigentes políticos europeus da linha federalista, ou da linha dos liberais dos costumes, da esquerda perdida e de alguma direita envergonhada, arrepiam caminho e voltam às bases do modelo da “União dos Estados Soberanos da Europa”, ao modelo da Cooperação entre Estados, deixando de querer subjugar as Nações nos factores primordiais da Soberania e Autogoverno, através do esquema federal;
- OU poderá haver uma nova guerra no continente, tal como avisaram a esmagadora maioria dos Pais Fundadores.
Estes sempre desaconselharam qualquer tentativa de federalizar, diga-se de, subjugar e destruir as Soberanias, ou seja, a capacidade de Autogoverno e Autodeterminação dos Povos/Nações que integram o espaço da Europa.
CONCLUSÕES
Por tudo isto, acabo como comecei:
1. - A continuar a permissividade das autoridades de alguns Estados e da U.E. em admitir os imigrantes Muçulmanos, tal vai levar à revolta dos povos europeus.
O que já está a acontecer em alguns deles.
(
Nota: depois chamem-lhes populistas).
2. - Observando a realidade dos Factos chego com apreensão à conclusão que já são maiores os Prejuízos, que as vantagens que esta, (a actual, com estes dirigentes), União Europeia está a trazer aos cidadãos, naturais dos vários países que a compõem, porque está a contribuir para a destruição (a que vimos assistindo) dos Valores e Referências que são os fundamentos de uma Civilização.
Desculpem, caros Amigos e Leitores, a extensão desta minha mensagem, mas não quis deixar de vos responder, de alguma forma, ás questões que alguns colocaram.
Grato pela Vossa atenção, sou com os meus melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
Vice-Presidente da Comissão Europeia da Sociedade de Geografia
Doutorado em Estudos Europeus (Universidade Católica)
Auditor de Defesa Nacional (Instituto da Defesa Nacional)
Gestor de Empresas
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