O engenheiro Carlos Moedas classificou o relatório do FMI de “bem feito e inteligente”, comentário que desencadeou incendiadas reacções das mais variadas facções políticas, nomeadamente no seio dos próprios partidos que formam a coligação governamental, o que veio deitar mais ‘achas para a fogueira’ já latente.
Segundo Pedro Sousa Carvalho, no seu artigo do Económico, Carlos Moedas, se calhar, ficou embevecido e deslumbrado com tantos números, gráficos e tabelas do relatório do FMI. Porém, ele tem razão pelo menos numa coisa: o relatório do FMI, independentemente de algumas omissões e um ou outro dado desactualizado, é um autêntico compêndio sobre como se pode cortar nas despesas do Estado e serve para lançar a discussão sobre a reforma do Estado.
O erro de Moedas - além do seu sorriso, talvez de nervosismo - que para político tem pouco jeito, foi não ter explicado de forma clara aos portugueses que a catrefada de medidas propostas pelo FMI não é para ser executada na íntegra. Aliás, se somássemos o impacto de todos as propostas do FMI chegaríamos a um corte de despesa exorbitante de cerca de dez mil milhões de euros, quando o Governo já disse que a intenção é apresentar à ‘troika' um plano de redução permanente de despesa de quatro mil milhões de euros.
O segundo erro do Governo neste processo - este de Passos Coelho e não de Carlos Moedas - foi o de ainda não ter explicado aos portugueses por que razão quer cortar quatro mil milhões. Por que não oito mil milhões? Por que não dois euros ou cinco cêntimos? Mas Passos não dá esta explicação porque se a der, preto no branco, as pessoas vão perguntar, e com razão, o que andou o Governo a fazer durante este tempo todo, desde que ganhou as eleições em Junho de 2011? Por que é que fez 80% da consolidação do lado da receita, e só agora se lembrou dos cortes estruturais na despesa?
Entretanto as críticas brotaram como cogumelos, por todo o lado. Carlos Carreiras disse: "Eu, enquanto social-democrata, não gostei de ver um secretário de Estado de um Governo liderado pelo meu partido... e confesso que, do ponto de vista simbólico, também me chocou porque havia um sorriso nos lábios".
“Um membro de um qualquer Governo que tem a ‘inteligência’ de produzir uma afirmação desta natureza, perante um relatório com este teor, só pode ter uma atitude – abandonar as funções governativas, deixar a política e assumir que aspira a ser consultor técnico”.
Também Paulo Portas, terá ficado «à beira de um ataque nervos» com a fuga de informação do relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a refundação do Estado português, que foi revelado em primeira mão pela imprensa. A fúria do governante prende-se com o facto de o Executivo não ter tido oportunidade de debater as propostas do documento, antes de as mesmas serem divulgadas.
NOTA: Aconselham-se os interessados a abrir os links, porque os extractos estão comprimidos a fim de não tornar este post muito extenso.
Imagem de arquivo
Segundo Pedro Sousa Carvalho, no seu artigo do Económico, Carlos Moedas, se calhar, ficou embevecido e deslumbrado com tantos números, gráficos e tabelas do relatório do FMI. Porém, ele tem razão pelo menos numa coisa: o relatório do FMI, independentemente de algumas omissões e um ou outro dado desactualizado, é um autêntico compêndio sobre como se pode cortar nas despesas do Estado e serve para lançar a discussão sobre a reforma do Estado.
O erro de Moedas - além do seu sorriso, talvez de nervosismo - que para político tem pouco jeito, foi não ter explicado de forma clara aos portugueses que a catrefada de medidas propostas pelo FMI não é para ser executada na íntegra. Aliás, se somássemos o impacto de todos as propostas do FMI chegaríamos a um corte de despesa exorbitante de cerca de dez mil milhões de euros, quando o Governo já disse que a intenção é apresentar à ‘troika' um plano de redução permanente de despesa de quatro mil milhões de euros.
O segundo erro do Governo neste processo - este de Passos Coelho e não de Carlos Moedas - foi o de ainda não ter explicado aos portugueses por que razão quer cortar quatro mil milhões. Por que não oito mil milhões? Por que não dois euros ou cinco cêntimos? Mas Passos não dá esta explicação porque se a der, preto no branco, as pessoas vão perguntar, e com razão, o que andou o Governo a fazer durante este tempo todo, desde que ganhou as eleições em Junho de 2011? Por que é que fez 80% da consolidação do lado da receita, e só agora se lembrou dos cortes estruturais na despesa?
Entretanto as críticas brotaram como cogumelos, por todo o lado. Carlos Carreiras disse: "Eu, enquanto social-democrata, não gostei de ver um secretário de Estado de um Governo liderado pelo meu partido... e confesso que, do ponto de vista simbólico, também me chocou porque havia um sorriso nos lábios".
“Um membro de um qualquer Governo que tem a ‘inteligência’ de produzir uma afirmação desta natureza, perante um relatório com este teor, só pode ter uma atitude – abandonar as funções governativas, deixar a política e assumir que aspira a ser consultor técnico”.
Também Paulo Portas, terá ficado «à beira de um ataque nervos» com a fuga de informação do relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a refundação do Estado português, que foi revelado em primeira mão pela imprensa. A fúria do governante prende-se com o facto de o Executivo não ter tido oportunidade de debater as propostas do documento, antes de as mesmas serem divulgadas.
NOTA: Aconselham-se os interessados a abrir os links, porque os extractos estão comprimidos a fim de não tornar este post muito extenso.
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