sexta-feira, 20 de maio de 2011

Onde Estamos? Para Onde Vamos?


Depois da interessante conversa de ontem (19-05-2011) com o amigo Lourenço, companheiro do convívio trimestral, dei comigo a meditar neste tema.


Desde os velhos tempos da antiga Grécia e da antiga China, chegam referências ao desejo de filósofos que, já então ansiavam pela perfeição do ser humano e pelo bom relacionamento entre pessoas e povos, por forma a transformar o Planeta num paraíso. De tais objectivos de evolução humana e social participaram muitos homens de pensamento e as diversas correntes religiosas, e o resultado foi sendo materializado por alterações na vida dos povos. Mas estas foram sempre aproveitadas pelos detentores de poder para aumentarem este à custa dos menos capazes ou débeis.

As sucessivas épocas passaram pelo poder agrário e o feudalismo, pelo poder industrial de produção de bens e ferramentas e estamos agora no poder financeiro, que já não parece estar baseado em produtos ou em dinheiro real mas apenas virtual em que a contabilidade e o controlo não garantem a segurança desejada. A crise surgida há cerca de três anos resultou da virtualidade de financiamentos que se evaporavam quando se vendessem os bens sucessivamente penhorados em resultado de transacções baseadas em créditos sem base consistente.

Já existem muitos pensadores a tentarem definir ONDE ESTAMOS e quais os vectores que nos trouxeram até aqui e a procurarem desvendar as tendências de evolução para o futuro próximo. Deixam a sensação de grandes receios quanto ao que poderá ser o amanhã, PARA ONDE VAMOS.

Há necessidade de estudos elaborados por pessoas independentes que definam claramente o AGORA, e os factores que o condicionam, para que se esbocem os principais caminhos prováveis e, desses, os mais desejáveis do ponto de vista da Justiça Social e da melhor convivência entre as pessoas e os povos. É trabalho que fica bem a nível universitário, em grupos de entusiastas que consigam, depois aliciar os políticos a colocar em prática, as estratégias que renovem o culto dos principais «valores éticos» e coloquem normas no marketing fraudulento que se destina ao incremento irracional do consumismo, à ostentação, que destroem recursos sem benefício para o real bem-estar dos povos, e de que resulta o aumento do poder financeiro, raramente coincidente com valor ético e cultural.

Será bom que as gerações mais jovens, principais beneficiadas pelas boas condições que o futuro venha a ter, se entusiasmem desde já a colaborar numa obra que é para si. Seria um sinal de esperança que de entre os jovens surgissem ideias para definir ONDE ESTAMOS e PARA ONDE VAMOS. O pior que pode acontecer é a aceitação do «destino», o silêncio desconfortável, o sofrimento consentido.
AJS, Maio 2011

Imagem do Google

2 comentários:

Luis disse...

Caro Amigo João,
Mais uma bela peça de reflexão a que nos tens habituado!
Realmente há que assentar bem os pés no chão e pensarmos o AQUI e AGORA para ver se conseguimos CHEGAR A BOM PORTO!
Pena é que a maioria do nosso povo ande adormecido e nem sequer se debruce nestes problemas pois absorvidos que estão com problemas menores não se apercebem dos de maior importância!
Fica um alerta para quem anda acordado!
Um abraço amigo e solidário.

A. João Soares disse...

Caro Luís,

Neste tipo de relexão, para servir de base aos políticos, a apatia do povo não pode servir de desculpa. O que é preciso é um «livro» do género do «Das Capital» do Karl Max que defina para a época actual aquilo que está esboçado no post. Nele sugiro que seja trabalho de universitários bem motivados e que criem uma obra que depois seja bem explicada a pessoas com nível elevado de conhecimento, que depois façam a divulgação devidamente à camada mais evoluída da sociedade. Aparecerão novas achegas e a ideia ficará mais sólida.
Mas não pode ser apertada em baias partidárias, com preconceitos limitadores e condicionantes.
O mal do nosso regime é que a Constituição foi elaborada sob pressão e saiu com um programa doutrinário limitativo, impedindo uma verdadeira democracia e, disso, nos estamos a gora a ressentir. O partido socialista tenta aproveitar-se dela, mas sem jeito e acabou por ter de recorrer por três vezes ao FMI, por lançar isto no pântano de Guterres que deixou ao Durão Barroso o País de Tanga e agora este rebentou com o pouco que ainda havia, com a mania de que os votos exigem muitos favores aos «boys» e a corrupção é mais rentável com vultosas obras públicas inúteis e despropositadas.

Haja um doutrinador patriótico e realista, sem ilusões nem fantasias esquizofrénicas.

Um abraço
João