Mostrar mensagens com a etiqueta imoralidade. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta imoralidade. Mostrar todas as mensagens

sábado, 10 de abril de 2010

António Mexia com salários «obscenos»

Numa altura em que é notória a dimensão do fosso entre os salários mais elevados e os mais baixos, e o crescente aumento do número de pobres, em condições carenciais graves, merecem muita atenção os casos que vêm a lume.
Por isso se transcreve o artigo seguinte que refere afirmação de António José Seguro, cujos créditos subiram bem alto quando foi o único deputado a não votar a inesquecível lei de financiamento dos partidos. Honra lhe seja feita e que o destino lhe seja favorável.

Seguro considera "obscenos" salários de António Mexia
Diário de Notícias. 04-04-2010. por Lusa

O dirigente socialista António José Seguro considerou hoje "obscenos" os valores das remunerações referentes a 2009 pagas ao presidente executivo da EDP, António Mexia, que terão atingido 3,1 milhões de euros.

"Em fase de enormes dificuldades e de exigência de sacrifícios aos portugueses, é incompreensível como se atingem estes valores remuneratórios. É uma imoralidade!", refere o ex-ministro de António Guterres e ex-líder parlamentar do PS, numa nota colocada hoje no seu site antoniojoseseguro.com.

Em declarações à agência Lusa, António José Seguro reiterou esta posição e observou ainda que a EDP é a empresa mais endividada do mercado de capitais português com 14,007 mil milhões de euros (mais 117 milhões do que em 2008).

De acordo com informação enviada pela EDP à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), António Mexia recebeu em 2009 mais de 1,9 milhões de euros em remunerações fixas, variáveis e prémios plurianuais, ou seja, 0,19 por cento dos 1,024 mil milhões de euros do lucro da eléctrica.

António Mexia recebeu, em 2009, 700 mil euros em salários fixos e 600 mil euros em remuneração variável (que varia segundo objectivos atingidos). A estes valores junta-se um prémio plurianual de mandato de 1,8 milhões de euros, que entra nas contas de 2009 e que corresponde a 600 mil euros por cada um dos três anos.

Assim, o presidente executivo da eléctrica portuguesa irá receber este ano um total de 3,1 milhões de euros, quando a assembleia geral de accionistas, marcada para 16 de Abril, aprovar as contas de 2009.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Legalidade ou imoralidade? 050721

(Enviada aos jornais em 21 de Julho de 2005)

Se a lei que proíbe a publicidade enganosa fosse aplicada aos políticos, estes estariam todos presos em consequência das mentiras, promessas e «embustes» com que pretendem sacar os nossos votos. Eles próprios, quando depois são confrontados com críticas e comparações das palavras eleitorais com a sua acção ou inacção, afirmam que aquelas valem o que valem, isto é, apenas serviram para ganhar votos. E, neste momento, somos recordados de que para fazerem a campanha enganosa e darem o primeiro passo para as regalias de nababo, as reformas milionárias e as acumulações com cargos nas empresas públicas ou autárquicas, têm um mês de férias pagas. É uma pré-regalia numa carreira de benefícios.

Dizem os jornais que esses 30 dias de férias vão ser reduzidos para 12, o que já representa um travão na imoralidade da legislação especial que favorece os políticos, que os coloca muito acima dos cidadãos e à custa do dinheiro destes. Compreender-se-ia tal benefício se estivéssemos perante pessoas patriotas e generosas que se disponibilizassem para, com o seu sacrifício, colaborarem na obtenção do bem-estar e da segurança da população, pois é esse o principal objectivo da Política. Mas a realidade tem mostrado que não é esse o objectivo dos candidatos. Os factos evidenciam que procuram prioritariamente os seus benefícios pessoais, embora camuflados, para os menos atentos, como sendo o bem público. Só assim se compreende a agressividade com que procuram vencer as eleições para ganhar o «tacho» ou não os perder, como se tem visto nos casos de Oeiras, Gondomar, Felgueiras, Marco de Canavezes e tantas outras autarquias, em que a Justiça está a acondicionar autarcas em processos de papel dourado.

Perante este panorama, que a Comunicação Social nos pinta, e apesar da redução das férias pré-eleitorais, interrogo-me se os eleitores têm alguma obrigação moral de ir votar, sabendo que os políticos de qualquer cor são iguais na prioridade dada aos benefícios pessoais que o voto lhes acarreta, perante a legalidade que eles próprios criam. Para quê dar-me ao incómodo de ir dar o meu voto? Só para alimentar vaidades e ambições de riqueza?