Já há quase 4 anos em «
Justiça Social» escrevi que «agravar o IVA afecta, por igual, todos os consumidores desde o mais pobre que apenas compra um pão para enganar a fome. Se tal ideia fosse aceite, aumentaria de forma trágica o fosso, já demasiado acentuado, entre os mais ricos e os mais pobres.»
Essa frase cingia-se ao facto de o IVA não respeitar escalões de rendimento dos contribuintes, como é normal na grande maioria dos impostos. Mas o que parece socialmente mais grave é que constitui uma taxa que é aplicada à totalidade dos rendimentos de um trabalhador que recebe o salário mínimo, mas apenas é aplicado a uma pequena fracção dos proventos de grandes capitalistas que não precisam de gastar a totalidade dos seus rendimentos que destinam maioritariamente a poupança investida na bolsa, cá ou no estrangeiro em paraísos fiscais.
E assim de aumenta o fosso social e depois há quem diga que a vida das pessoas não está melhor mas a do pais (políticos, ex-políticos, banqueiros e outros ricaços ?) está muito melhor, e por este andar, segundo tal conceito, continuará a estar cada vez melhor e a haver mais ricos com maiores fortunas, enquanto a fome e a miséria destrói muitas vidas.
As pessoas não devem ser esquecidas e até devem constituir a maior preocupação em cada decisão governamental ou legislativa. À contabilidade não deve ser dada a prioridade absoluta, porque ela não é o verdadeiro objectivo da governação que se destina a zelar pela qualidade de vida das pessoas, dos contribuintes, dos eleitores.
Os links seguintes referem o mesmo tema
A LÓGICA NÃO DEVE SER ATROPELADA
Grandes industriais vs justiça social
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