quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Excesso de confiança pode matar


Depois dos posts recentes sobre a defesa do ambiente, deparei com um artigo que considero muito importante. Realça que o irrealismo, o excesso de confiança nas nossas capacidades e no desejado êxito, leva ao desprezo dos riscos e pode destruir a humanidade e que a vida internacional, as alterações climáticas e a degradação do ambiente e das sociedades, são efeitos que devem servir de alerta, para sermos mais realistas e ponderados.

Do extenso texto do artigo A evolução ofereceu-nos excesso de confiança, hoje isso pode matar-nos, de que aconselho a leitura, extraio as seguintes frases::

…o excesso de confiança está espalhado amplamente pela humanidade. As pessoas têm uma opinião de si próprias e das suas capacidades acima do normal, o que significa que têm uma leitura errada da realidade.

“as populações tendem a ter excesso de confiança, desde que os benefícios dados pelos recursos que estão em competição sejam suficientemente grandes, em comparação com os custos”, diz o artigo. Por isso, “o modelo mostra que é plausível que o excesso de confiança possa evoluir numa grande variedade de ambientes, assim como em situações que vão dar mau resultado”,

Mas o excesso de confiança pode ter um preço. No artigo, os cientistas prevêem que esta característica, que terá sido útil até aqui, pode tornar-se “particularmente prevalente em domínios que têm um grande grau de incerteza inerente”. Exemplos: relações internacionais, gestão de conflitos, fenómenos imprevisíveis como as alterações climáticas, tecnologias novas, ou alianças com líderes desconhecidos.

No passado, esta característica terá sido culpada pela Primeira Guerra Mundial, a Guerra do Vietname, a guerra no Iraque, a crise financeira de 2008, e a má preparação para fenómenos climáticos como o furacão Katrina ou as alterações climáticas, adianta o artigo. “Parece que estamos a torna-nos hiper-confiantes precisamente nas situações que são mais perigosas”, concluem os autores.

Francisco Santos, que estuda de perto a relação entre a percepção dos efeitos das alterações climáticas pelas pessoas e a atitude perante este fenómeno, dá mais uma pista. “Já se conseguiu mostrar que a contenção dos efeitos está directamente relacionada com a percepção do risco que as pessoas têm. O excesso de confiança pode ser um dos factores que contribuem para esse efeito”, disse.
Imagem do Google

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