sexta-feira, 8 de julho de 2011

Tabus parecem ser comportamento arraigado

Mário Soares que tem mostrado ser observador atento da vida nacional, disse no início deste mês que Presidente da República podia ter evitado a crise política se tivesse cumprido a sua promessa de que «exerceria uma magistratura de influência mais activa» mas, ao contrário da promessa, «ficou estranhamente silencioso».

Ontem, em entrevista, afirmou que «quando olha para a sociedade portuguesa vê “aflição” e considerou que o chefe de Estado, Cavaco Silva, tem dito “pouco” sobre a actual situação do país». Limita-se a dizer palavras inócuas e de nulo efeito semelhantes ao muito que se ouve nos transportes e nos cafés. Portugal precisa de acção, de medidas, de estímulos, mesmo que apenas verbais, bem orientados para a resolução da crise.

Mas os tabus só surpreenderam na sequência do congresso da Figueira da Foz, depois repetiram-se como PM. As nuances misteriosas, como se esperasse um milagre salvador, os silêncios por vezes blindados por pão de ló, repetiram-se, mostrando que talvez não se tratasse de atitudes pontuais, mas, provavelmente, de um comportamento arraigado, como agora é denunciado por Mário Soares.

Mas não podemos negligenciar que estamos num momento da vida nacional em que os detentores de cargos de responsabilidade têm o dever de colocar ao serviço do País toda a sua competência e capacidade para encontrar as soluções mais eficazes. A defesa de Portugal não pode assentar apenas nos sacrifícios reiterados das classes mais desprotegidas e carentes de meios de fortuna.

Imagem do Google

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