domingo, 16 de maio de 2010

Educação e Justiça

Há nas sociedades duas componentes, dois pilares, essenciais, para a vida ser agradável e não constituir um permanente martírio. São: a educação e a justiça.

A educação deve ensinar o respeito pelos outros, o civismo, a cidadania, o trabalho em equipa, a solidariedade e tudo o que contribui para o amor aos outros, sem descriminação. Isso deve conduzir a que cada um cumpra os seus deveres com convicção e eficiência, desde os governantes aos mais simples cidadãos.

Mas, como nem sempre se consegue um bom entendimento e como nem toda a gente possui um conveniente grau de comportamento cívico, é indispensável a Justiça para «dar o seu a seu dono». E esta deve ser livre, imparcial, ditada por elevados princípios e ser aplicável a todos sem olhar à posição social dos infractores, sem dispensar os políticos ou os detentores do poder económico, apenas considerando as pessoas em si, nas suas responsabilidades cívicas e de cidadania.

É esse o exemplo que vem dos países com pessoas mais civilizadas, como mostra exemplo da «Islândia» e como mostrou há poucos dias uma notícia de julgamento e condenação de políticos na América, e o julgamento na Coreia do Sul (Sentido da Honra e da Responsabilidade) de dois ex-presidentes que foram condenados à morte por crime de corrupção. Também na Holanda e na África Do Sul (A corrupção por cá) e agora na vizinha Espanha em que o juiz Garzón não foi poupado e foi «suspenso da Audiência Nacional» por ter assumido competências que não tinha.

Em Países sem civismo, os políticos governam-se em vez de governarem o País, e, por seu lado, a Justiça cobre-os com a capa da inocência e nunca os condena.

Estas reflexões rudimentares surgem na oportunidade oferecida pelo momento que estamos a viver em Portugal, em que os causadores da grave crise que estamos a atravessar, continuam a deter o Poder e a usá-lo, mantendo os privilégios dos seus detentores enquanto aumentam o mal-estar do povo e mantêm as condições estruturais que, com sucessivas irregularidades, estão na causa da crise económica, financeira, social e ética. A injustiça social chegou a um ponto explosivo em que, à mínima centelha, haverá acontecimentos dramáticos, como presentemente se vivem na Grécia e na Tailândia.

A notícia de hoje «Megafraude fiscal no ouro vai prescrever em Agosto» num momento em que as pessoas estão muito sensíveis à diferença de tratamento entre pobres e poderosos, em que estes ficam sempre incólumes, imunes e impunes, exige justificação da ineficiência, do que está mal na estrutura judicial, de modo a não ficarem dúvidas sobre o que possa estar oculto por detrás da capa da inocência e da falta de eficácia.

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