(Public em DIABO nº 2319 de 11-06-2021 pág 16. Por António João Soares)
O respeito pelas pessoas é um valor que deve ser muito valorizado após a experiência concedida pela actual pandemia. A solidariedade na defesa da vida e da saúde das pessoas deve ser praticada continuamente por toda a gente, em qualquer actividade, desde a mais insignificante até à dos mais altos poderes do Estado.
A amizade constitui maior riqueza do que um grande prémio da lotaria e, se ela for praticada na generalidade, a vida da humanidade melhora imenso e acabarão raivas, ódios e guerras destruidoras que prejudicarão todas as partes envolvidas. Todos os problemas, mesmo os mais difíceis, conseguem ser resolvidos pelo diálogo e a participação de intermediários especialistas no assunto, sem ser necessário o emprego de meios desgastantes que saem caros às partes em conflito em vidas humanas e em destruição de valores patrimoniais.
Nas actividades para fazer face à pandemia houve um empenho muito generalizado, em que ficaram patentes muitas qualidades pessoais e de instituições de bem-fazer, em que era visível a finalidade de desenvolver a solidariedade e o socorro a pessoas que tiveram a saúde afectada e a vida em perigo.
Fiquei muito sensibilizado com a posição do Presidente francês Emmanuel Macron que, na sua primeira visita à África do Sul, encorajou este país a reforçar a produção de vacinas contra o Covid-19 e prometeu contribuir para aumentar o investimento no combate à pandemia. Essa posição amiga assenta no facto de um sistema de saúde robusto ser um objectivo que conduz à obtenção de resultados eficientes para o desenvolvimento de um futuro mais promissor. Segundo Macron, a França pretende ajudar a reforçar a capacidade deste país africano, não apenas a enfrentar esta crise, mas também todas as outras doenças e questões de saúde, em coordenação com a Organização Mundial de Saúde.
E como a amizade e a solidariedade não são uma actividade unipessoal, Macron disse ainda que a França e a África do Sul concluíram várias iniciativas com duas grandes empresas farmacêuticas, juntamente com a Alemanha, os Estados Unidos da América, o Banco Mundial e a União Europeia, a fim de reforçar a capacidade actual e transferir, sem demora, tecnologias concretas das vacinas actuais, para as produzir e colocar no mercado local. Com isto conseguirá enfrentar a crise a curto prazo e constituirá também solução para necessidades de médio e longo prazo, dando evolução às capacidades técnicas da indústria farmacêutica.
Salientou que este pontapé de saída será aproveitado para entusiasmar o sector privado e todos os parceiros na África do Sul, para investir na formação e transferência de conhecimento na área do desenvolvimento da indústria farmacêutica em África. Será um passo para que este continente suba para um nível semelhante aos mais desenvolvidos
Além do tema das vacinas houve também conversações sobre saúde, ensino (transferência de competências), comércio e segurança regional. A África poderá vir a ser utilizada por grandes empresas mundiais como origem de produtos que servirão consumidores de vários continentes.
Por cá, o respeito e a dedicação aos outros ficaram bem patentes durante a pandemia no comportamento dos militares que acorreram em apoio de idosos, abandonados em suas casas durante a fase mais aguda. Deram-lhes todo o apoio que estava ao seu alcance e, com isso, conseguiram que muitos escapassem à sina que os esperava. Essa eficiência militar foi também notória no lar de idosos militares CASRUNA (Centro de Apoio Social de Runa) onde não houve falecimentos mas apenas curtas interrupções do serviço por parte de alguns serventes, que não foram devidamente cumpridores das regras de prevenção de contágios nos seus movimentos entre o CAS e as suas residências. Mas foram devidamente tratados e a sua ausência do serviço foi relativamente curta. A prevenção foi resultado dos cuidados pessoais no cumprimento das regras bem divulgadas. ■
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