domingo, 22 de julho de 2018

UMA VERGONHA

Recebi por e-mail e transcrevo, na íntegra.

«Peço que leiam e percebam o ridículo a que este Estado chegou... É melhor criar já vistos gold para narco mexicanos...

«Se me dizem que é normal que haja uma barraquinha/um stand/um corner com funcionários do Ministério da Saúde a certificar a pureza da droga que se consome num festival de música eu não o aceito. Para mim isso não é normal. Não admito que a coca e o cavalo e o MDMA e outras merdas sejam consumidas com selo de qualidade do Estado.

«Com uma espécie de garantia de origem. Ainda por cima a tal “parceria” com o Boom Festival é anunciada como “um suporte a experiências intensas”.

«Se os legisladores e governantes quiserem legalizar a produção, uso e comercialização das drogas (coisa com que eu até concordo em princípio) então que o assumam coerentemente e com seriedade. Agora colocar objetivamente o Estado a promover o consumo de droga, com o nosso dinheiro, precisamente na altura de maior míngua de recursos do SNS, contarão então com a minha feroz oposição cidadã. Há coisas muito sérias. E a toxicodependência é-o.

«Mas andar a meter o Estado em esquemas com organizações de festivais comerciais de música “e experiências intensas” que promovam uma espécie de free pass para mocas seguras e de qualidade não é ser sério. Não é governar. Não é sequer cuidar da saúde pública. É alinhar numa palhaçada.

«E muito pior: neste caso concreto é apoiar interesses inconfessáveis no âmbito de atividades que estão na fronteira da atividade criminal. Isto é, portanto objetivamente um caso de polícia: e como tal irei fazer competente participação ao Ministério Público. Sou contribuinte e utente do SNS: enquanto os velhos da aldeia dos meus pais estiverem a escassas dezenas de quilómetros desse festival a aguardar em listas de espera para consultas e cirurgias não admito que se gastem recursos para uns gajos se poderem drogar num festival à sua vontade.

«Ele há merdas que eu não admito. Droguem-se à vontade com o seu dinheiro. Com o meu é que não.»


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