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quinta-feira, 4 de abril de 2013

POR PORTUGAL OU PELA CENSURA?


Transcrição de artigo que reforça muito do que foi referido no post anterior:

O país precisa de uma moção de ruptura
Económico. 04/04/13 00:31 | Helena Cristina Coelho

Chamem-lhe o que quiserem: exercício de democracia, direito à indignação, debate da nação, escrutínio do poder, moção de censura. O que o país viu e ouviu ontem no parlamento pode ter sido tudo isso. Mas foi acima de tudo uma moção de tortura.

Tão simplesmente porque insiste em malhar numa realidade que já todos conhecem, mas cuja reforma se insiste em adiar, e porque a iniciativa socialista, já se sabia, seria tão inconsequente como um estudante que insiste numa melhoria de nota num exame onde já está chumbado.

Respeite-se o esforço e a intenção do debate e dos protestos - são necessários. Mas o que sobrou no final foi só mais um dia perdido por ministros e deputados, entretidos em trocas de acusações e chantagens e jogos semânticos - são inúteis. Divertidos, mas inúteis. O país assistiu ontem, em directo e ao vivo, à maior fraqueza da nação: a debilidade da sua classe política.

Carlos Zorrinho acusou o CDS de ser um partido bailarino, deambulando entre Governo e oposição. Paulo Portas reage com a ameaça de um segundo resgate se o País for empurrado para eleições antecipadas. Pedro Passos Coelho lamenta a censura perversa e infeliz do PS. O Bloco de Esquerda fala em sabotagem do país. E Vítor Gaspar reage com o dedo apontado ao frenesim despesista do anterior Executivo. Para o nível de debate melhorar só faltou entrar um comentador desportivo e rematar um furioso "não gosto de si" e sair porta fora. Bem espremido, o debate não deixa muito mais para recordar do que ‘sound bytes' como estes. E isto não chega para governar e reformar um país.

E também faz pouco, muito pouco, para restaurar a confiança perdida dos portugueses na sua classe política. O recurso a uma moção de censura é um instrumento tão delicado e excepcional que não deveria ser desbaratado de forma tão inconsequente. Por mais que António José Seguro ambicione honrar a herança (e as anteriores moções) de Mário Soares ou Ferro Rodrigues, o país precisa hoje mais de acções do que de moções. A menos que o líder socialista soubesse de alguma fractura ou traição que viabilizasse o derrube do actual governo, de que serviu tanto esforço e tanto ruído? Para nada. Nem sequer para descobrir alternativas. E ainda se admiram que os portugueses apresentem cada vez mais moções de censura cada vez que são chamados a votar ou a participar na discussão política...

Imagem do Económico

quarta-feira, 3 de abril de 2013

POR PORTUGAL OU PELA CENSURA?


Os portugueses estão a fazer demasiados sacrifícios devido a continuados erros e incompetências de vários Governos. O actual prometeu «refundar» Portugal e iniciar uma fase de crescimento, mas adoptou as medidas mais adequadas para esse efeito. Falhou.

Por isso, seria lógico e eticamente correcto que todos os partidos tomassem a iniciativa de esquecer as suas divergências, as suas ambições de poder e de «fazer figura» e, pelo contrário, decidissem colaborar, por amor a Portugal, num trabalho de equipa, de convergência de esforços, com sugestões, propostas e projectos no sentido de todos ajudarem a reconstruir o nosso País.

Mesmo que, erros de arrogância governativa pudessem evitar a materialização de tais contributos, os proponentes, sempre poderiam, no futuro, orgulhar-se das suas propostas, quer das aprovadas e aproveitadas quer das rejeitadas. Tais atitudes colaborantes levariam os portugueses a convencer-se que estavam enganados quando diziam que «os partidos são todos iguais», desprezando os interesses nacionais e apenas procurando defender os interesses dos seus «boys» do seu clã de cúmplices e coniventes.

A censura não foi aprovada, mas mesmo que o fosse e houvesse mudança de Governo precedida de eleições, traria grandes prejuízos aos portugueses, em despesas com as eleições, perda de tempo e de energias e o consequente abandono temporário das questões essenciais que preocupam as pessoas que sofrem. E o novo Governo nada traria de melhorias, como mostram os resultados obtidos pelos anteriores. Mudam as sanguessugas que se refastelam com as últimas gotas de sangue do moribundo. Mas mesmo que houvesse o milagre de vir um Governo melhor, não seria possível recuperar o tempo perdido com a paragem governativa e a adaptação aos problemas que precisam solução.

Nas condições actuais não pode esperar-se milagre de mudanças radicais mas apenas da união de esforços, de convergência de vontades, com ética e patriotismo para reiniciar a curva ascendente para o crescimento económico e o benefício da qualidade de vida das pessoas.

Entretanto, haverá que chegar a um acordo para reformar o Estado eliminando instituições dispensáveis, distribuir racionalmente as tarefas verdadeiramente úteis e necessárias, tornando-as mais práticas e rentáveis, sem duplicações e sem complexidades e reduzir a burocracia ao mínimo indispensável.

Nesta convergência de vontades e de esforços, cabe um papel decisivo ao PR, coordenando tudo, chamando os partidos e as forças vivas nacionais e estimulando ao referido trabalho de equipa, de forma a criar sinergias que contribuam para um resultado final superior ao somatório dos resultados que seriam obtidos isoladamente por cada agente.