Um passo para um Portugal melhor
DIABO nº 2211 de 17-05-2019, pág 16 por António João Soares
Em ano de eleições, num povo em que todos os que não pertencemos à elite de corruptos e tachistas somos considerados parvos e insignificantes, devemos fazer um esforço hercúleo a fim de votarmos com o desejo de darmos um passo para construir um Portugal melhor. Em vez de perdermos tempo a lastimar os descontentamentos generalizados que foram tornados evidentes com inúmeras greves de diversos sectores, desde os estivadores do Porto de Setúbal a altos funcionários públicos da Justiça, passando por enfermeiros, professores e muitos outros, devemos orientar os nossos esforços para a construção de um País sem dívida e com índices económicos comparáveis à média europeia.
Não há condições para colocarmos à frente dos destinos nacionais alguém com a capacidade da Presidente da Croácia, Kolinda Grabar-Kitarovic, que vendeu o avião presidencial, vendeu os 35 Mercedes Benz que estavam atribuídos aos ministros e outros funcionários e devolveu o dinheiro aos cofres do Estado, baixou o seu salário e o dos ministros ao meio, baixou as despesas e o salário dos embaixadores e cônsules a 60 %, aumentou o salário mínimo para o sector privado, eliminou a aposentadoria para senadores e congressistas, etc.
Mas seria bom reduzirmos a quantidade de deputados para uma percentagem da população semelhante à média dos parceiros europeus, baixar os gastos do Parlamento para valores iguais aos de outros países, o mesmo para as despesas da Presidência, que são mais elevadas do que as do Rei de Espanha, que tem maior superfície e mais população. Reduzir o pessoal dos gabinetes do Governo, de Instituições Públicas e de Autarquias que não geram melhores resultados e apenas aumentam as despesas que pesam nos bolsos dos contribuintes. Simplificar as burocracias ao mínimo possível aliviando as demoras exageradas de coisas simples. Eliminar observatórios, fundações, institutos e instituições e outras “modernices” recém-criadas para dar tacho a elementos da família socialista e seus amigos, desde que não produzam benefício para o País superior aos seus custos.
Um exemplo de ostentação imprópria de um País pequeno e endividado é a atribuição de carro de luxo a cada juiz do Tribunal Constitucional cujas funções não obrigam a deslocações pelo País e, como qualquer cidadão normal, apenas se têm de deslocar entre a casa e o local de trabalho. E, como este, há mais exemplos de ostentação sem justificação lógica.
Alguns obcecados da área da Geringonça costumam fazer referências à época do regime anterior, em termos exagerados impossíveis de reflexão séria. Para tais comparações, será bom que uma pequena equipa de gente séria elabore uma relação das obras públicas e benfeitorias em benefício da população realizadas nos 45 anos após o 25 de Abril e outra relação de obras e benfeitorias realizadas nos 45 anos anteriores. É que “palavras leva-as o vento” e só servem para enganar quem as ouve, se não forem concretizadas por factos concretos indiscutíveis. Por exemplo: a construção de palácios de Justiça e tribunais, de Liceus, de escolas primárias em centenas de aldeias, de instalações para Forças de Segurança, bombeiros, GNR, PSP, Forças Armadas, penso que não têm nada comparável construído depois, apesar de nesse período ter havido as dificuldades da II Guerra Mundial e da Guerra nas Províncias ultramarinas.
Também, para modernizar o País e elevar a sua posição perante os outros parceiros comunitários, é indispensável melhorar o nível ético geral e a competência e seriedade dos agentes do poder, tornando a Justiça mais rápida e aplicada a todos sem excepção, por forma a condenar os crimes de corrupção, de desvios de dinheiro, dos depósitos em paraísos fiscais, de erros de administração que causem prejuízos graves, etc. ■
quinta-feira, 6 de junho de 2019
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