Regionalismo à frente
do Globalismo
(Publicado no semanário O Diabo em 20-02-201899
A União Europeia, como
qualquer iniciativa de regionalismo, poderá ser início de uma alternativa à
fracassada intenção de um globalismo de todo o planeta. Para isso será
necessário definir um conceito estratégico que supere as fracturas maiores mas
não despreze a tarefa de conseguir um futuro desejável para os habitantes dos
países membros e para as estruturas do poder em cada um destes.
É necessário definir a
conjugação, ou mesmo centralização de poderes nas áreas da defesa, das
finanças, da segurança, das relações externas, por forma a fortalecer-se
perante eventuais ameaças internacionais. Mas, com base numa estratégia bem
preparada e assumida, deverá resolver todos os conflitos pela via diplomática
usando o diálogo e a negociação, evitando a violência catastrófica que ainda se
pratica em várias partes do mundo, apenas com benefício dos fabricantes de
armamento.
Com tal estratégia,
esta iniciativa de regionalismo poderá ser seguida, com mais ou menos
variantes, por povos vizinhos entre si, em todos os continentes, contribuindo
para uma Humanidade mais harmoniosa e integrada em procedimentos éticos de
conjugação de esforços para um futuro mais risonho.
Convém respeitar as
tradições de cada Estado que não dificultem o crescimento do bom entendimento,
a fim de as regiões poderem criar condições de harmonia e boa cooperação de
forma à criação de um futuro auspicioso para toda a região e, em consequência,
para toda a humanidade.
Esta perspectiva contraria as intenções do Club Bilderberg
que pretende organizar o mundo numa ditadura única, mundial, utilizando as
novas tecnologias de controlo de comportamentos, à nascença, para submeter a
maior parte da população à total submissão de trabalho repetitivo e alguns
poucos selecionados para tarefas de direcção e chefia.
O regionalismo, com
uma boa estratégia, fomentará a inovação, a mudança e o desenvolvimento
tecnológico, com incidência na economia e nos sistemas sociais. A mudança, à
semelhança da Natureza, será uma constante, com vista à sustentabilidade,
progressivamente, sem roturas nem sobressaltos. Para isso, as finanças evitam o
défice, dando prioridade ao rigor e sensatez nas contas públicas e visando com
persistência o crescimento da economia mas, sem deixar de dar atenção a
problemas imediatos e conjunturais, dar prioridade à estabilidade e
sustentabilidade. Em tudo isso, deve reforçar os incentivos à iniciativa
privada, mentalizando os cidadãos de que a riqueza de um país é o resultado da
cooperação de todos.
A mudança é
permanente, como a das estações do ano, mas mais ou menos rápida, mais ou menos
duradoura, mais ou menos justa e sempre adequada aos fins em vista, para criar
a melhor qualidade de vida possível. Deve planear-se com os olhos num horizonte
com alguns anos de distância, adequando o sistema financeiro, estimulando a
inovação, o saber, a segurança, a defesa e exercendo uma pedagogia eficaz para
estimular os mais jovens a prepararem o seu futuro.
É fundamental que
todas as instituições e serviços públicos funcionem de molde a merecer a
confiança dos cidadãos. Estes devem encontrar motivos bem fundamentados para
confiar nas componentes da máquina do Estado. A transparência dos serviços
públicos é indispensável, a verdade, a franqueza e a transparência devem ser
constantes para inspirar o respeito dos cidadãos. A omissão de informações
úteis e confiáveis gera a incredibilidade sobre o que os responsáveis dizem e
prometem e impossibilita o crescimento desejável da economia. O segredo e
Estado não deve baixar a assuntos de menor importância que não precisam de ser
ocultados à população nem ser extensivo ao controlo da comunicação social, mas
limitar-se a casos excepcionais que exijam segurança especial, perante graves riscos
de perigo para os interesses nacionais ou regionais.
António
João Soares
13
de Fevereiro de 2018
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