quinta-feira, 25 de março de 2010

O desejável e o real

Para serem tomadas decisões eficazes, bem ajustadas às realidades, para dar solução aos problemas, nomeadamente, quando estes são complexos, com efeitos determinantes nas vidas de outros, é preciso ter os pés bem assentes no chão, ajustando o real ao desejável. Isto é, tem que se «pensar antes de decidir», tem que se medir as palavras para que valham mais do que o silêncio.

Há um mês, o Sr. PM disse, veio nos jornais, «confio muito em mim», o que embora ele o dissesse, não o aponta como um líder, pois este é a pessoa em quem os outros confiam, de tal forma que são capazes de o seguir, sem hesitações, correndo os maiores perigos e enfrentando o sacrifício máximo. Isto seria desejável, mas a realidade, o que as suas palavras traduziram não passou de um sentimento de debilidade, de uma tentação de se gabar hedonisticamente.

Agora, em entrevista publicada no Jornal de Notícias afirmou que a «Comissão de inquérito só serve para me atacar». Mais uma declaração de fragilidade: considera-se atacado, vítima de ‘bullying’. Certamente, algumas razões existirão para isso, mas o desejável seria que houvesse motivos para se regozijar de os portugueses o elogiarem, por verem nele um líder, terem por ele admiração, apreço, respeito, e vontade de o defender perante eventuais críticas ácidas.

Como homem público e responsável político, o seu real valor não assenta naquilo que diz de si próprio mas naquilo que os portugueses pensam e dizem acerca das suas decisões e actos governativos.

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