Covid e idosos
Está provado que o covid não
se mete com quem cumpre as medidas de prevenção divulgadas e é esse o segredo
do lar que refiro. Vários residentes dizem que as medidas são exageradas, mas
mais vale prevenir do que remediar. Perante este exemplo e os muitos casos
confirmados de infectados citados pelas notícias, pergunto: porque será que o
SNS e as autarquias não divulgam normas de prevenção semelhantes às do lar que
atrás refiro e não controlam com alguma assiduidade os comportamentos vigentes
nos lares muito afectados?
Neste assunto, como mais ou
menos em todos os casos de direcção e gestão, os altos responsáveis não devem
limitar-se à passividade contemplativa com a esperança de que nada ocorra de
desagradável e, se ocorrer, depois se agirá. Só que, depois, pode não haver
capacidade para aplicar com oportunidade a solução adequada. Um líder
responsável tem que ter a ambição, o objectivo, a competência, a capacidade,
para a máxima eficiência possível, tem que haver um rumo, um projecto, um
programa, para ser obtido o melhor resultado desejado. Porque o nome, a aura, a
fama, dependem mais dos resultados do que das palavras precoces de promessas e
de esperança que podem não ser concretizáveis e, quando isso ocorre, fazem
perder a confiança das pessoas dependentes.
As palavras vindas a púbico
quer do PR quer do PM por altura do Natal, pecaram por ser simpáticas e
populistas, mas sem uma visão do futuro com capacidade para inspirar confiança
e esperança realista sobre soluções previstas para os variados problemas que se
forem avolumando e para os quais são necessárias soluções eficazes para que a
vida social se normalize e Portugal se desenvolva e não se transforme no carro
vassoura da Europa sob a ilusão de que a esperança em milagres faça ultrapassar
os efeitos da continuidade do conformismo inactivo a que temos vindo a ser
habituados. Terá que surgir coragem para dar um passo em frente para um futuro
melhor com garantia de sucesso.
Na Natureza, a mudança é um
fenómeno permanente quer entre o dia e a noite quer entre as estações do ano
quer entre o nascimento, o crescimento e a morte. Nada surge com carimbo de
eternidade, é preciso saber viver com espírito de evolução e de recusa da
estabilidade degradante. Viver é mexer, é evoluir para melhores tecnologias com
a sensatez e a racionalidade convenientes para fazer sempre melhor.
Voltando ao início, os idosos,
estão a ser objecto de novas soluções pela mão de gente sensata e inteligente
que cria “aldeias sociais” como lares em que os idosos vivem com autonomia cada
um usando aquilo que aprendeu durante a vida activa, em vez de passarem o tempo
a vegetar sem nada fazer, receando o falecimento. É pena que governantes e
gestores da função pública não percebam as condições de vida dos portugueses e
as apetências que podem ser válidas. As pessoas, especialmente as idosas, não
devem ser tratadas como coisas, como berlindes, e já não digo como peças de
dominó, porque estas exigem muito respeito pelas regras. Os idosos devem ser
respeitados por aqueles que estão a caminho da sua condição que desejam ser
longo e bem percorrido. Mereçam, então, ser tratados com respeito. ■
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