A Humanidade não desiste da violência?
DIABO 2232 de 11-1º-2019.Por António João Soares Coronel
Infelizmente, o ser humano, apesar do desenvolvimento e dos apelos religiosos durante muitos séculos, continua apegado a ambições, vaidades, violências que o tornam mais irracional do que os animais a que os nossos antepassados aplicaram tal adjectivo.
Há dias, vi um vídeo que mostrava uma arena ocupada por uma espécie de formatura militar de jovens espaçados de cerca de 3 metros entre si. Abriram-se as portas do curro e saltou para fora um touro, com ar agressivo, mas que ficou espantado por ver aquela gente completamente imóvel, sem representar qualquer perigo para ele que se passeou em várias direcções entre eles com serenidade e completamente à vontade. Nisto, vê mexer lá ao fundo uma capa e correu para ela, tendo parado quando ela se imobilizou e deixou de ser ameaça à sua segurança, e continuou o seu passeio.
O Google tem divulgado várias imagens que evidenciam a solidariedade e amizade entre vários animais sem problemas de raça, tamanho ou cor, quando não têm motivo para recear pela sua segurança e vida. Mas os seres humanos são, muitas vezes, ambiciosos, ostensivamente vaidosos o que pode levá-los a falsos medos, a ódios, a raivas e a desejos de vingança que podem levar a violências impensáveis. Aparecem notícias chocantes, mesmo de familiares que se assassinam.
E o que se passa em pessoas, em famílias, em grupos de fãs clubistas, passa-se também nos mais altos níveis dos poderes políticos internacionais. As guerras não acontecem por acaso. As indústrias de armamento defendem o seu negócio e procuram, pelas mais variadas formas e pretextos, vender material letal a diversos Estados e a grupos terroristas (muitas vezes apoiados por rivais dos alvos que escolhem). Têm sido frequentes, na Comunicação Social, notícias sobre actos de violência em África e, principalmente, no Médio Oriente e Ásia. Tenho presente o assunto do ataque de ‘drones’ no dia 13 de Setembro contra duas instalações petrolíferas sauditas, reivindicado por rebeldes iemenitas Huthis e que deu origem a acusação ao Irão de ser o mandante de tal acção violenta que obriga a Arábia Saudita, o maior exportador mundial de petróleo, a reduzir temporariamente a sua produção para metade, com grande aumento de preço aos consumidores.
Tal acusação assenta em factores como a ambição iraniana de restaurar o antigo Império Persa de Dario que tem dado origem a variadas acções na região do Golfo Pérsico, retenção de petroleiros no Estreito de Ormuz e nas intervenções no Iraque, na Síria e no Iémen e à intenção de criação de armas nucleares, objecto do acordo de Junho de 2006 com o grupo P5+1 e cujo incumprimento tem dado lugar a retaliações comerciais por parte dos EUA.
Esta situação de persistente intenção de violência é confirmada por indícios vindos a público com frequência, como a acusação recente de Israel de que o Irão tem ocultado “uma instalação secreta” onde desenvolve testes com armas nucleares.
Sobre a eliminação da violência extrema, o Conselho de Segurança da ONU decidiu a desnuclearização mundial que serviu de pretexto para os EUA negociarem com a Coreia do Norte a paragem das investigações e intenções de criar armas nucleares, mas tal decisão do CS está eivada de prepotência e arrogância dos seus membros permanentes que impõem ao mundo aquilo que consideram ser seu próprio direito. Como tal decisão, tendo uma intenção louvável não devia admitir excepções, aqueles cinco Estados deviam decidir-se a dar o exemplo, desmontando as suas armas, por forma visível, perante um grupo internacional de observadores isentos, a fim de o mundo não ter dúvidas. E, a partir daí, um Estado que infringisse a determinação seria adequadamente castigado.
Com atitudes deste género iniciar-se- -ia uma nova era de diálogo e negociação para resolver qualquer pequeno conflito de interesses, entre pessoas verdadeiramente racionais e solidárias, sem recurso a violência inocentes. ■
A Decisão do TEDH (400)
Há 1 hora
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