quinta-feira, 14 de agosto de 2014

SALGADO TEVE AZAR E MERECE A NOSSA CARIDADE !!!

Os portugueses, estamos na perspectiva de novos sacrifícios, ou na continuação agravada daqueles que temos sofrido durante os últimos três anos, porque está a desenhar-se uma sintonia preocupante para «salvar» Ricardo Salgado. Usa-se conceito igual ao dedicado ao amigo que morreu de cancro nos pulmões, coitado, porque fumava desalmadamente, ou a outro que morreu de cancro no fígado, coitado, porque bebia demasiado whisky.

Além de Portugal e dos portugueses em geral, via danos na economia, também são atingidos os depósitos de ex-gestores e grandes accionistas do BES sem direito ao fundo de garantia, e também os familiares, pois,  nenhum membro da família Espírito Santo está a conseguir levantar dinheiro do BES, mas o ministro Pires de Lima não hesitou em tomar a atitude de caridade semelhante aos casos de cancro atrás referidos, dizendo que "é seguramente uma adversidade o que aconteceu no BES".

E Salgado, o homem honesto e cuidadoso que sempre geriu os negócios com muito rigor, sem projectos que não pudesse cumprir com honra e oportunidade, sem ambições irrealistas. procura merecer as palavras de Pires de Lima ao prometer que “vou lutar pela honra e dignidade, minha e da minha família”.

Curiosamente, parece que a nova equipa do Novo Banco, talvez em discordância com a intenção inicial do BdP concorda com a caridade atrás referida ou foi a isso obrigada por pressões do sistema financeiro nacional ou talvez mundial e assim saiu a notícia Novo Banco pode reembolsar dívida do GES para manter a confiança dos clientes. Em que irá ficar este tiro de pólvora seca? A opacidade do caso e a malha demasiado enredada, com muitos interesses em conflito, não é de bom agouro para os portugueses que são os ternos pagadores dos erros da «elite iluminada».

Entretanto João Semedo, um indivíduo zeloso pelos interesses de Portugal e dos portugueses, estando atento e não querendo comer gato por lebre, ficou com dúvidas como é que Carlos Costa do BdP comunicou uma decisão com dados adquiridos à última hora quando 24 horas antes ela tinha sido anunciada com muito pormenor e perguntou "como soube Marques Mendes 24 horas antes o que ia ser dito?". Com esta dúvida e os movimentos de caridade esboçados, justifica-se o título do artigo BES/GES um caso cada vez mais opaco.

E o que nos leva a fazer esforço para procurar ver através da opacidade é o facto de esta ser cada vez mais espessa, principalmente quando o PSD afirma com ar autoritário que Governo “está fora de suspeita” nas fugas de informação. Estará mesmo? Em que se baseou Pires de Lima quando disse o que ficou atrás e como se justificam as palavras de muito rigor ditas pelo Conselheiro de Estado e comentador considerado «porta-voz» do Governo?

A João Soares. 14-08-2014
Imagem de arquivo

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