Transcrição de artigo de opinião. Atenção às frases com realce:
O gesto e a bota
Ionline. Por Fernanda Mestrinho. publicado em 14 Dez 2013 - 05:00
Obama cumprimentou Raúl Castro no funeral de Mandela. O improvável presidente dos Estados Unidos, como disse de si no discurso, apertou a mão ao presidente de Cuba.
Os republicanos mais radicais logo chiaram no Congresso por ele ter apertado uma mão manchada de sangue. Assim sendo, estes não podem tirá-las de baixo da torneira. Pinochet, xá da Pérsia, querem mais? E se houver um perfume de petróleo, estamos conversados.
Pela palavra e pelo gesto, também o Papa Francisco continua a alertar os poderosos do mundo para que a “economia mata”. Se João Paulo II viveu a ditadura comunista e a ocupação nazi, o Papa Francisco viveu ditaduras militares fascistas e o FMI que reduziu a Argentina à miséria. Um conheceu a “bota” da URSS, o outro, a ingerência dos EUA. João Paulo II contribuiu para a queda do Muro de Berlim, o Papa Francisco alerta para o capitalismo selvagem.
Assistimos a uma guerra económica. Putin não precisou de invadir a Ucrânia. Bastou ameaçar com o seu poderio económico. O povo veio para a rua em nome da sua livre soberania. A Grécia foi humilhada pela “bota” do FMI, CEE e BCE, mas também reagiu. Na torre de marfim dos seus gabinetes, os “generais” das finanças ficam indiferentes às “baixas”, mas não têm as mãos limpas.
Por cá, alguns têm gestos e outros engraxam a “bota” dos patrões da “troika”. Agora foi Rui Rio que falou numa ditadura sem rosto.
Os governos são eleitos pelo povo, e não mandatários dos mercados. Alguns esqueceram isso.
Jornalista/advogada
Escreve ao sábado
Imagem de arquivo
O gesto e a bota
Ionline. Por Fernanda Mestrinho. publicado em 14 Dez 2013 - 05:00
Obama cumprimentou Raúl Castro no funeral de Mandela. O improvável presidente dos Estados Unidos, como disse de si no discurso, apertou a mão ao presidente de Cuba.
Os republicanos mais radicais logo chiaram no Congresso por ele ter apertado uma mão manchada de sangue. Assim sendo, estes não podem tirá-las de baixo da torneira. Pinochet, xá da Pérsia, querem mais? E se houver um perfume de petróleo, estamos conversados.
Pela palavra e pelo gesto, também o Papa Francisco continua a alertar os poderosos do mundo para que a “economia mata”. Se João Paulo II viveu a ditadura comunista e a ocupação nazi, o Papa Francisco viveu ditaduras militares fascistas e o FMI que reduziu a Argentina à miséria. Um conheceu a “bota” da URSS, o outro, a ingerência dos EUA. João Paulo II contribuiu para a queda do Muro de Berlim, o Papa Francisco alerta para o capitalismo selvagem.
Assistimos a uma guerra económica. Putin não precisou de invadir a Ucrânia. Bastou ameaçar com o seu poderio económico. O povo veio para a rua em nome da sua livre soberania. A Grécia foi humilhada pela “bota” do FMI, CEE e BCE, mas também reagiu. Na torre de marfim dos seus gabinetes, os “generais” das finanças ficam indiferentes às “baixas”, mas não têm as mãos limpas.
Por cá, alguns têm gestos e outros engraxam a “bota” dos patrões da “troika”. Agora foi Rui Rio que falou numa ditadura sem rosto.
Os governos são eleitos pelo povo, e não mandatários dos mercados. Alguns esqueceram isso.
Jornalista/advogada
Escreve ao sábado
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