Ninguém escreve ao capitão
(Publicado no semanário O JORNAL em 29 de Agosto de 2017)
Em geral, quando as pessoas pretendem que lhes façam um favor, mesmo simplesmente na forma de opinião ou de conselho, não deixam de contactar quem os pode ajudar. Mas poucos se decidem a oferecer uma palavra de afecto, de carinho, de esperança e de incentivo para que esse alguém suporte com melhor ânimo as dificuldades da idade.
A frase do título é o resquício da memória de um livro brasileiro, já de há muitos anos, que deixou a ideia de que as pessoas menos gratas e solidárias se encarregam de «passar à reforma» aqueles que deixam de lhes ser úteis. O tema também foi desenvolvido pelo escritor Virgílio Ferreira em «Manhã Submersa» quando o personagem principal, estando num lar de idosos, se lamentava de a filha não o visitar. Num lar com cerca de 100 idosos, apenas menos de uma dezena recebem visitas semanais de familiares e/ou amigos.
Não gosto de referir casos concretos, mas eles ajudam a compreender o que se passa na sociedade, por estimularem a reflexão e a curiosidade sobre o que se passa à volta. Continuo a receber, e-mails mas a quase totalidade é constituída por reenvios (FM) de remetentes que se prestam a servir de carteiros, arremessando para as caixas de entrada dos «amigos» das suas listas de endereços tudo aquilo que recebem. Estou convencido de que muitos reencaminham coisas que não viram nem leram. É impossível que um remetente de álbuns de imagens de várias partes do planeta arranje tempo para ver todas as imagens que reencaminha. Essas imagens pouco interessam a um idoso sem condições de viajar pelo mundo e que está mais interessado em analisar os comportamentos sociais da humanidade e as atitudes de governantes que agem em função de pressões de grandes empresários que actuam por interesse próprio, sem escrúpulos nem respeito pelos outros que serão atingidos pelos efeitos de jogos financeiros.
Há um outro, já na terceira idade, que envia quantidade de vídeos pornográficos que apenas podiam fazer sofrer um idoso qua já passou a fase de sentir tais prazeres e teria o desgosto de nunca ter tido oportunidade para tanta luxúria.
Mas nem tudo é mau. Há quem comungue as intenções de procurar melhorar a humanidade, pela recuperação de valores éticos e cívicos, enviando mensagens muito estimulantes. Uma amiga de Minas Gerais, bisavó, constitui um modelo de solidariedade e de amor ao próximo, com mensagens maravilhosas. Outra, do Cacém, envia mensagens a perguntar pelo estado de saúde do destinatário e a informar da evolução da sua, por vezes com pormenores da fraca qualidade do apoio que recebe que confirmam a ideia com que se fica através de notícias frequentes. Casos como este prestam-se a sermos úteis com conselhos e sugestões que alimentem a esperança e a aceitação serena do inevitável. É positivo podermos colaborar na esperança e na eliminação do stress.
A felicidade das pessoas depende mais do bom relacionamento e das amizades do que do saldo da conta bancária ou do património material e será bom que as pessoas se sintam compreendidas e apoiadas. Um verdadeiro amigo é como o sol: mesmo que as nuvens não permitam vê-lo, sabemos que ele está lá.
Qualquer idoso tem muita necessidade de afecto, coisa que hoje não é muito fácil obter em qualquer situação real. A humanidade precisa de recuperar valores cívicos para que as pessoas sintam amizade e felicidade, em vez de desprezo. Uma pessoa precisa de sentir que tem utilidade para si e para os outros, para evitar a tentação da autodestruição psíquica ou mesmo física.
António João Soares
22 de Agosto de 2017
terça-feira, 29 de agosto de 2017
terça-feira, 22 de agosto de 2017
O TERRITÓRIO EXIGE MAIS ATENÇÃO
O território exige mais atenção
(Publicado no semanário O DIABO em 170822)
Os fogos florestais têm sido uma tragédia sem fim à vista. Também a seca e as temperaturas mais altas estão a criar sérias dificuldades na agricultura. São visíveis as alterações climáticas devidas a fenómenos naturais incontroláveis pelo homem, como a inclinação do eixo da Terra que, no caso português, está a fazer sentir o avanço do deserto do Sarah.
Muitos lamentos têm sido ouvidos por pessoas que conhecem bem o interior do país. Algo tem sido dito por técnicos conhecedores das causas dos fogos florestais. Mas isso não resolve o problema porque os cidadãos que foram escolhidos para gerir os interesses dos portugueses, não mostram interesse em conhecer e compreender a essência dos assuntos e, quando legislam, não cuidam de transmitir às autarquias e aos habitantes algo que eles possam compreender e concretizar para bem da Nação.
A floresta tem que ser preparada para resistir aos fogos que a ameaçam todos os anos. Tem sido dito que isso acarreta despesas volumosas, mas é preciso pensar na dimensão das despesas causadas pelos fogos diariamente nesta época estival e decidir se será mais racional gastar na organização da floresta ou deixar que ela seja destruída causando prejuízos mais volumosos. Mas isso não pode ser decidido por palpite, mas sim, baseado em cuidadoso estudo feito por gente conhecedora, planeado, organizado e praticado de forma bem controlada e ajustada às realidades e às suas variações imprevistas.
Já várias pessoas dedicadas aos aspectos nacionais lamentam o desaparecimento de guardas florestais, de guarda-rios e de cantoneiros, que podiam fazer o papel de vigilantes e alertar sobre qualquer desvio pernicioso daquilo que deveria ser feito e ajudar as pessoas a evitar erros.
E, quanto à agricultura, faz pena ver muitos terrenos que outrora davam produção para sustentar os aldeões que dela viviam e mandar educar os filhos e, agora, onde se produzia milho e outros produtos, crescem silvas e vegetação espontânea que no verão serve de pasto às chamas. Não será aconselhável regressar aos métodos de trabalho do passado, mas devem ser difundidas novas metodologias para obter produtos que sejam úteis ao consumo nacional e à exportação. Recordo que, em tempos idos, o eng Sousa Veloso dava na TV uma lição semanal sobre diversos aspectos da agricultura real de forma acessível aos menos letrados.
Esse era um bom serviço prestado pelas televisões ao país. Agora, em vez disso, elas passam o tempo e repetir frases e imagens sobre crimes ocorridos ontem, pormenores de bombeiros frente às chamas, futebol, coscuvilhices e notícias nem sempre comprovadas de campanhas demolidoras contra aquilo que no momento é seu alvo ou dos seus mandantes. Seria mais útil e benéfico aos portugueses se elas transmitissem ideias complementares de formação profissional em coisas que interessam à maioria dos telespectadores.
Certamente, se hoje houvesse um seguidor de Júlio Isidro a ensinar bricolage, haveria menos adolescentes desviados do bom caminho. E se houvesse outro Megre, haveria menos acidentes nas estradas, por haver mais cuidados com a própria segurança e a dos outros utentes.
Para concluir, o território do interior precisa de mais atenção e que os «boys» o conheçam melhor e se sintam sensibilizados para aumentarem o seu saber sobre assuntos reais e para pensar e trabalhar um pouco na elaboração de medidas práticas e eficientes para criar mais segurança e maior rendibilidade do património de que dispomos.
(Publicado no semanário O DIABO em 170822)
Os fogos florestais têm sido uma tragédia sem fim à vista. Também a seca e as temperaturas mais altas estão a criar sérias dificuldades na agricultura. São visíveis as alterações climáticas devidas a fenómenos naturais incontroláveis pelo homem, como a inclinação do eixo da Terra que, no caso português, está a fazer sentir o avanço do deserto do Sarah.
Muitos lamentos têm sido ouvidos por pessoas que conhecem bem o interior do país. Algo tem sido dito por técnicos conhecedores das causas dos fogos florestais. Mas isso não resolve o problema porque os cidadãos que foram escolhidos para gerir os interesses dos portugueses, não mostram interesse em conhecer e compreender a essência dos assuntos e, quando legislam, não cuidam de transmitir às autarquias e aos habitantes algo que eles possam compreender e concretizar para bem da Nação.
A floresta tem que ser preparada para resistir aos fogos que a ameaçam todos os anos. Tem sido dito que isso acarreta despesas volumosas, mas é preciso pensar na dimensão das despesas causadas pelos fogos diariamente nesta época estival e decidir se será mais racional gastar na organização da floresta ou deixar que ela seja destruída causando prejuízos mais volumosos. Mas isso não pode ser decidido por palpite, mas sim, baseado em cuidadoso estudo feito por gente conhecedora, planeado, organizado e praticado de forma bem controlada e ajustada às realidades e às suas variações imprevistas.
Já várias pessoas dedicadas aos aspectos nacionais lamentam o desaparecimento de guardas florestais, de guarda-rios e de cantoneiros, que podiam fazer o papel de vigilantes e alertar sobre qualquer desvio pernicioso daquilo que deveria ser feito e ajudar as pessoas a evitar erros.
E, quanto à agricultura, faz pena ver muitos terrenos que outrora davam produção para sustentar os aldeões que dela viviam e mandar educar os filhos e, agora, onde se produzia milho e outros produtos, crescem silvas e vegetação espontânea que no verão serve de pasto às chamas. Não será aconselhável regressar aos métodos de trabalho do passado, mas devem ser difundidas novas metodologias para obter produtos que sejam úteis ao consumo nacional e à exportação. Recordo que, em tempos idos, o eng Sousa Veloso dava na TV uma lição semanal sobre diversos aspectos da agricultura real de forma acessível aos menos letrados.
Esse era um bom serviço prestado pelas televisões ao país. Agora, em vez disso, elas passam o tempo e repetir frases e imagens sobre crimes ocorridos ontem, pormenores de bombeiros frente às chamas, futebol, coscuvilhices e notícias nem sempre comprovadas de campanhas demolidoras contra aquilo que no momento é seu alvo ou dos seus mandantes. Seria mais útil e benéfico aos portugueses se elas transmitissem ideias complementares de formação profissional em coisas que interessam à maioria dos telespectadores.
Certamente, se hoje houvesse um seguidor de Júlio Isidro a ensinar bricolage, haveria menos adolescentes desviados do bom caminho. E se houvesse outro Megre, haveria menos acidentes nas estradas, por haver mais cuidados com a própria segurança e a dos outros utentes.
Para concluir, o território do interior precisa de mais atenção e que os «boys» o conheçam melhor e se sintam sensibilizados para aumentarem o seu saber sobre assuntos reais e para pensar e trabalhar um pouco na elaboração de medidas práticas e eficientes para criar mais segurança e maior rendibilidade do património de que dispomos.
quarta-feira, 16 de agosto de 2017
A PAZ É UM BEM APRECIÁVEL
A Paz é um bem apreciável
(Publicado no semanário O DIABO em 170815)
A busca da paz, harmonia, bom entendimento, deve constituir um objectivo permanente de todas as pessoas, desde as mais simples até às responsáveis pelos estados. Podem chamar-me utópico ou lunático, por assim pensar, mas já aparecem pessoas com grande responsabilidade a manifestar ideais semelhantes. Oxalá o seu número se multiplique, para bem de todos nós e da vida no planeta.
Por isso, sinto-me feliz com algumas notícias que recebo. A mais recente foi a de representantes das duas principais facções da Líbia, com mediação da França, estarem dispostos a passar a ter convivência, harmonia, que crie condições de unidade, segurança e desenvolvimento, num país que já teve grande importância no Norte de África. «Comprometeram-se a um cessar-fogo e a abster-se de fazer qualquer uso da força armada para outro propósito que não estritamente o da luta antiterrorismo». Não será fácil aplicar o acordo num país fracturado, mas já deram um grande passo ao «concordarem realizar eleições “o mais cedo possível” e obedecer a uma trégua entre as suas forças no terreno».
Também a Colômbia passou a não viver amedrontada por ataques de elementos das FARC que passaram a ter uma participação normal na vida do país, depois de entregarem as armas. Recorda-se que, em fins de 2015, elas propuseram ao governo e ao país entrar de imediato, sem condições que apenas levantam desconfiança, numa trégua bilateral prévia, como passo gradual ao cessar-fogo bilateral e definitivo que já estavam visando” e que veio a concretizar-se com êxito.
Em Espanha, a ETA dispôs-se a terminar a sua oposição violenta e a participar no engrandecimento do país.
A China, estado pacífico e tolerante, aconselhou os países do Médio Oriente a conviver como amigos, em paz e com repúdio de guerra. E, quanto ao seu vizinho norte-coreano têm aconselhado a cumprir as condições colocadas pela ONU e a respeitar os outros povos. Porém alerta para que são os Estados Unidos e a Coreia do Norte que têm a "principal responsabilidade" pela escalada de tensões e por negociar a paz na Península Coreana. São estados que têm condições que dispensam o recurso a mediadores, mas que, incompreensivelmente, mostram atitudes de fanfarronice com ameaças crescentes que podem levar a ponto de não retorno.
Estes são alguns exemplos daqueles que entendem que é preferível resolver os atritos pacificamente, por diálogo, do que enveredar pela escalada da violência. Mas é desejável que se ergam mais vozes e se tomem atitudes na defesa dos elevados ideais da convivência pacífica entre os povos, para que se generalize o recurso a conversações, diálogo, negociações, directamente ou com ajuda de mediadores, e se evitem as guerras que tanto mal têm causado a pessoas e aos seus bens materiais, bem como a toda a parte viva do planeta. É certo que os industriais de armamento não estão interessados nesta evolução porque, estando intoxicados pela droga dinheiro, colocam a sua ambição de riqueza acima dos interesses dos humanos seus semelhantes, sem sensibilidade para os sofrimentos que causam. E empurrados por eles, há governantes, de consciência empedernida, sem solidariedade para com os sus semelhantes, que não hesitam em aproveitar pequenos motivos para dar largas à sua vaidade e utilizar armas poderosas, com exagerada capacidade de destruição.
Façamos todos aquilo que está ao nosso alcance para que o mundo viva feliz e possa saborear os bons efeitos da paz e da harmonia social.
António João Soares
8-08-2017
(Publicado no semanário O DIABO em 170815)
A busca da paz, harmonia, bom entendimento, deve constituir um objectivo permanente de todas as pessoas, desde as mais simples até às responsáveis pelos estados. Podem chamar-me utópico ou lunático, por assim pensar, mas já aparecem pessoas com grande responsabilidade a manifestar ideais semelhantes. Oxalá o seu número se multiplique, para bem de todos nós e da vida no planeta.
Por isso, sinto-me feliz com algumas notícias que recebo. A mais recente foi a de representantes das duas principais facções da Líbia, com mediação da França, estarem dispostos a passar a ter convivência, harmonia, que crie condições de unidade, segurança e desenvolvimento, num país que já teve grande importância no Norte de África. «Comprometeram-se a um cessar-fogo e a abster-se de fazer qualquer uso da força armada para outro propósito que não estritamente o da luta antiterrorismo». Não será fácil aplicar o acordo num país fracturado, mas já deram um grande passo ao «concordarem realizar eleições “o mais cedo possível” e obedecer a uma trégua entre as suas forças no terreno».
Também a Colômbia passou a não viver amedrontada por ataques de elementos das FARC que passaram a ter uma participação normal na vida do país, depois de entregarem as armas. Recorda-se que, em fins de 2015, elas propuseram ao governo e ao país entrar de imediato, sem condições que apenas levantam desconfiança, numa trégua bilateral prévia, como passo gradual ao cessar-fogo bilateral e definitivo que já estavam visando” e que veio a concretizar-se com êxito.
Em Espanha, a ETA dispôs-se a terminar a sua oposição violenta e a participar no engrandecimento do país.
A China, estado pacífico e tolerante, aconselhou os países do Médio Oriente a conviver como amigos, em paz e com repúdio de guerra. E, quanto ao seu vizinho norte-coreano têm aconselhado a cumprir as condições colocadas pela ONU e a respeitar os outros povos. Porém alerta para que são os Estados Unidos e a Coreia do Norte que têm a "principal responsabilidade" pela escalada de tensões e por negociar a paz na Península Coreana. São estados que têm condições que dispensam o recurso a mediadores, mas que, incompreensivelmente, mostram atitudes de fanfarronice com ameaças crescentes que podem levar a ponto de não retorno.
Estes são alguns exemplos daqueles que entendem que é preferível resolver os atritos pacificamente, por diálogo, do que enveredar pela escalada da violência. Mas é desejável que se ergam mais vozes e se tomem atitudes na defesa dos elevados ideais da convivência pacífica entre os povos, para que se generalize o recurso a conversações, diálogo, negociações, directamente ou com ajuda de mediadores, e se evitem as guerras que tanto mal têm causado a pessoas e aos seus bens materiais, bem como a toda a parte viva do planeta. É certo que os industriais de armamento não estão interessados nesta evolução porque, estando intoxicados pela droga dinheiro, colocam a sua ambição de riqueza acima dos interesses dos humanos seus semelhantes, sem sensibilidade para os sofrimentos que causam. E empurrados por eles, há governantes, de consciência empedernida, sem solidariedade para com os sus semelhantes, que não hesitam em aproveitar pequenos motivos para dar largas à sua vaidade e utilizar armas poderosas, com exagerada capacidade de destruição.
Façamos todos aquilo que está ao nosso alcance para que o mundo viva feliz e possa saborear os bons efeitos da paz e da harmonia social.
António João Soares
8-08-2017
terça-feira, 8 de agosto de 2017
SERVIÇOS PÚBLICOS NÃO RESPEITAM UTENTES
Serviços públicos sem respeito pelos utentes
(Publicado no semanário O DIABO em 170808)
O cidadão portador do Cartão nº 03749056 7ZX5, residente em Runa precisou de ir a Lisboa no dia 13 de Julho de 2017. Habituado a usar de pontualidade, com o significado de «estar a horas», estava na estação da CP de Runa às 07h30 para tomar o comboio com paragem prevista no horário para as 08h13, com chegada prevista ao Rossio às 09H59.
O comboio chegou a Runa às 08h50 (com atraso de 37 minutos). Chegou ao Rossio às 10h57, isto é, cerca de 1 hora mais tarde do que que o previsto.
No regresso, o referido cidadão não conseguiu chegar a Sete Rios a tempo de tomar o comboio que passou às 16h44. E, como o comboio seguinte partia de Meleças às 18h35 teve de se deslocar para esta estação, tendo queimado cerca de duas horas no percurso e no cais e embarque, sem comodidade adequada a tão longa espera.
Os horários não estão de acordo com os interesses da generalidade dos utentes, com intervalos muito variáveis e, por vezes exagerados. Por outro lado, os planos feitos pelos cidadãos para os seus deslocamentos não podem ser elaborados com fiabilidade devido a atrasos frequentes na circulação dos trens.
Alguns comboios utilizados nesta linha (do Oeste) têm os vidros de tal maneira pintados que a sua opacidade não permite ver os nomes das estações em que vão parando, o que dificulta aos utentes sair na estação que lhes interessa. E não existe qualquer meio de comunicação a informar qual é «a próxima estação».
Na quinta-feira seguinte, dia 20, o comboio que seguia para Caldas da Raínha, devia, pelo horário parar às 7h10, mas apenas chegou às 7h35 (25 minutos de atraso). O que seguia para Meleças chegou a horas mas, na estação seguinte, Dois Portos, esteve parado mais de 20 minutos, o que se repercutiu num atraso desagradável na chegada ao Rossio.
E, no regresso a partir de Sete Rios que estava previsto no horário ser às 16h44 teve um atraso de 6 minutos, que foi sendo aumentado nos anúncios sonoros, para 10, 20, 27 e 30 minutos. A confusão gerada pelos anúncios, quase sobrepostos a outros, perturbou a atenção e o passageiro perdeu-o e teve que tomar outro comboio para Meleças, de onde partiu às 18h38, quase DUAS horas após ter comprado o bilhete.
No dia 27, o bilhete foi comprado em Sete Rios às 15H49. Às 17h05, depois de muita espera em Meleças, era hora de partir, mas os passageiros que aguardavam foram avisados por um funcionário da CP de que essa viagem não se ia realizar e que teríamos de esperar algum tempo pela seguinte. Às 18h36 o comboio iniciou a viagem, isto é, 2h47 após ter sido obtido o bilhete. As pessoas reclamavam e o funcionário respondia que a bilheteira já estava fechada e podiam entregar reclamação por escrito no dia seguinte. Alguns passageiros ligavam para casa a fim de informar do atraso da chegada, para não estarem preocupados.
Os responsáveis pela CP e os governantes responsáveis pela defesa dos cidadãos devem prestar a devida atenção aos casos referidos e a outros que possam contribuir para um melhor serviço a prestar aos cidadãos. Pensa-se que o investimento em tais medidas será recuperado pelo aumento de utentes atraídos pela maior comodidade deste meio de transporte que é menos poluente do que os rodoviários.
É urgente que as entidades responsáveis actuem eficazmente em defesa das populações do Oeste que precisam de utilizar esta linha. Tal como está a funcionar, É UMA VERGONHA.
António João Soares
1 de Agosto de 2017
(Publicado no semanário O DIABO em 170808)
O cidadão portador do Cartão nº 03749056 7ZX5, residente em Runa precisou de ir a Lisboa no dia 13 de Julho de 2017. Habituado a usar de pontualidade, com o significado de «estar a horas», estava na estação da CP de Runa às 07h30 para tomar o comboio com paragem prevista no horário para as 08h13, com chegada prevista ao Rossio às 09H59.
O comboio chegou a Runa às 08h50 (com atraso de 37 minutos). Chegou ao Rossio às 10h57, isto é, cerca de 1 hora mais tarde do que que o previsto.
No regresso, o referido cidadão não conseguiu chegar a Sete Rios a tempo de tomar o comboio que passou às 16h44. E, como o comboio seguinte partia de Meleças às 18h35 teve de se deslocar para esta estação, tendo queimado cerca de duas horas no percurso e no cais e embarque, sem comodidade adequada a tão longa espera.
Os horários não estão de acordo com os interesses da generalidade dos utentes, com intervalos muito variáveis e, por vezes exagerados. Por outro lado, os planos feitos pelos cidadãos para os seus deslocamentos não podem ser elaborados com fiabilidade devido a atrasos frequentes na circulação dos trens.
Alguns comboios utilizados nesta linha (do Oeste) têm os vidros de tal maneira pintados que a sua opacidade não permite ver os nomes das estações em que vão parando, o que dificulta aos utentes sair na estação que lhes interessa. E não existe qualquer meio de comunicação a informar qual é «a próxima estação».
Na quinta-feira seguinte, dia 20, o comboio que seguia para Caldas da Raínha, devia, pelo horário parar às 7h10, mas apenas chegou às 7h35 (25 minutos de atraso). O que seguia para Meleças chegou a horas mas, na estação seguinte, Dois Portos, esteve parado mais de 20 minutos, o que se repercutiu num atraso desagradável na chegada ao Rossio.
E, no regresso a partir de Sete Rios que estava previsto no horário ser às 16h44 teve um atraso de 6 minutos, que foi sendo aumentado nos anúncios sonoros, para 10, 20, 27 e 30 minutos. A confusão gerada pelos anúncios, quase sobrepostos a outros, perturbou a atenção e o passageiro perdeu-o e teve que tomar outro comboio para Meleças, de onde partiu às 18h38, quase DUAS horas após ter comprado o bilhete.
No dia 27, o bilhete foi comprado em Sete Rios às 15H49. Às 17h05, depois de muita espera em Meleças, era hora de partir, mas os passageiros que aguardavam foram avisados por um funcionário da CP de que essa viagem não se ia realizar e que teríamos de esperar algum tempo pela seguinte. Às 18h36 o comboio iniciou a viagem, isto é, 2h47 após ter sido obtido o bilhete. As pessoas reclamavam e o funcionário respondia que a bilheteira já estava fechada e podiam entregar reclamação por escrito no dia seguinte. Alguns passageiros ligavam para casa a fim de informar do atraso da chegada, para não estarem preocupados.
Os responsáveis pela CP e os governantes responsáveis pela defesa dos cidadãos devem prestar a devida atenção aos casos referidos e a outros que possam contribuir para um melhor serviço a prestar aos cidadãos. Pensa-se que o investimento em tais medidas será recuperado pelo aumento de utentes atraídos pela maior comodidade deste meio de transporte que é menos poluente do que os rodoviários.
É urgente que as entidades responsáveis actuem eficazmente em defesa das populações do Oeste que precisam de utilizar esta linha. Tal como está a funcionar, É UMA VERGONHA.
António João Soares
1 de Agosto de 2017
quarta-feira, 2 de agosto de 2017
EM QUE MÃOS ESTÁ O FUTURO DOS CIDADÃOS ?
Em que mãos está o futuro dos cidadãos?
(Publicado no semanário O DIABO em 170801)
Os burocratas que estão à frente de serviços e instituições públicas, do Governo, da AR e das autarquias parecem desconhecer «quase» totalmente As realidades nacionais que condicionam as vidas dos cidadãos. Vivem e actuam como boias em águas pouco turbulentas sem preparação para prever e resolver acontecimentos preocupantes e sem capacidade tomar decisões correctas e sustentáveis, mostrando ignorar a metodologia para a preparação da decisão a que me referi em O DIABO de 27 de Setembro de 2016 http://domirante.blogspot.pt/2016/09/preparar-decisao.html
A formação que a maioria obteve está eivada da «experiência» de jotinhas como está descrito, desde há mais de cinco anos, em «Carreira política», http://domirante.blogspot.pt/2012/07/carreira-politica.html, e não lhes permite agir com racionalidade e pragmatismo, perante situações graves, limitando-se a ganhar tempo, a proferir afirmações inócuas e inconsequentes e esperar que a crise amaine.
Isto tem sido constatado, até pelos menos atentos, nos incêndios florestais, nos «furtos» de armamento, nas falhas inoportunas do SIRESP, etc. As pessoas nomeadas para funções que exigem adequada preparação, competência, sentido de responsabilidade e dedicação ao serviço público são, muitas vezes, resultado de amiguismo, cumplicidade e conivência nas «brincadeiras» partidárias, em vez de serem escolhidas por concurso público ou por cuidadosa escolha com fundamento em experiência e resultados de trabalhos realizados, comprovativo de competência no âmbito da função a desempenhar.
Os resultados de tal compadrio estão bem à vista. Não se cultiva o gosto pela excelência da forma de realizar as tarefas nem pela criação de uma imagem com boa qualificação em resultado do trabalho feito. Daí que seja frequente ouvir-se que os boys querem ir para tachos em que em que possam enriquecer muito, em curto prazo e por qualquer forma. Para isso, a sabujice ao chefe pode estar mais à mão do que a ostentação do seu bom serviço e a perfeição das tarefas realizadas.
Para concluir, duas reflexões acerca de notícias lidas no dia 19/7.
Os fogos florestais continuam, como as notícias têm mostrado, nos distritos de Viseu, Guarda, Vila Real... Não estão a ser aplicadas as lições que deviam ter sido aprendidas com o caso, tão badalado, de PEDRÓGÃO GRANDE. Que espécie de conteúdo têm no crânio os responsáveis pela protecção civil, pela Natureza do País, principalmente pela floresta e pela segurança das pessoas e dos seus haveres. Consta que já, há anos, fizeram lei para garantir a protecção da floresta contra incêndios. Que tipo de lei? Porque não a cumprem nem a fazem cumprir? Porque razão continuamos sem a Guarda Florestal e sem os cantoneiros?
A Liga de Bombeiros e Protecção Civil não se entendem, não querendo a primeira ser comandada pela segunda. Perante isto, o Governo deve averiguar os motivos das divergências, ouvindo as duas partes, analisando as suas estruturas organizativas, as regras de procedimentos e , principalmente, os critérios que levaram às nomeações dos respectivos quadros. Talvez tenha sido dada prioridade a boys sem experiência nem formação adequada aos objectivos de cada instituição, os quais não podem deixar de ser convergentes para os interesses dos cidadãos de Portugal.
António João Soares
25 de Julho de 2017
(Publicado no semanário O DIABO em 170801)
Os burocratas que estão à frente de serviços e instituições públicas, do Governo, da AR e das autarquias parecem desconhecer «quase» totalmente As realidades nacionais que condicionam as vidas dos cidadãos. Vivem e actuam como boias em águas pouco turbulentas sem preparação para prever e resolver acontecimentos preocupantes e sem capacidade tomar decisões correctas e sustentáveis, mostrando ignorar a metodologia para a preparação da decisão a que me referi em O DIABO de 27 de Setembro de 2016 http://domirante.blogspot.pt/2016/09/preparar-decisao.html
A formação que a maioria obteve está eivada da «experiência» de jotinhas como está descrito, desde há mais de cinco anos, em «Carreira política», http://domirante.blogspot.pt/2012/07/carreira-politica.html, e não lhes permite agir com racionalidade e pragmatismo, perante situações graves, limitando-se a ganhar tempo, a proferir afirmações inócuas e inconsequentes e esperar que a crise amaine.
Isto tem sido constatado, até pelos menos atentos, nos incêndios florestais, nos «furtos» de armamento, nas falhas inoportunas do SIRESP, etc. As pessoas nomeadas para funções que exigem adequada preparação, competência, sentido de responsabilidade e dedicação ao serviço público são, muitas vezes, resultado de amiguismo, cumplicidade e conivência nas «brincadeiras» partidárias, em vez de serem escolhidas por concurso público ou por cuidadosa escolha com fundamento em experiência e resultados de trabalhos realizados, comprovativo de competência no âmbito da função a desempenhar.
Os resultados de tal compadrio estão bem à vista. Não se cultiva o gosto pela excelência da forma de realizar as tarefas nem pela criação de uma imagem com boa qualificação em resultado do trabalho feito. Daí que seja frequente ouvir-se que os boys querem ir para tachos em que em que possam enriquecer muito, em curto prazo e por qualquer forma. Para isso, a sabujice ao chefe pode estar mais à mão do que a ostentação do seu bom serviço e a perfeição das tarefas realizadas.
Para concluir, duas reflexões acerca de notícias lidas no dia 19/7.
Os fogos florestais continuam, como as notícias têm mostrado, nos distritos de Viseu, Guarda, Vila Real... Não estão a ser aplicadas as lições que deviam ter sido aprendidas com o caso, tão badalado, de PEDRÓGÃO GRANDE. Que espécie de conteúdo têm no crânio os responsáveis pela protecção civil, pela Natureza do País, principalmente pela floresta e pela segurança das pessoas e dos seus haveres. Consta que já, há anos, fizeram lei para garantir a protecção da floresta contra incêndios. Que tipo de lei? Porque não a cumprem nem a fazem cumprir? Porque razão continuamos sem a Guarda Florestal e sem os cantoneiros?
A Liga de Bombeiros e Protecção Civil não se entendem, não querendo a primeira ser comandada pela segunda. Perante isto, o Governo deve averiguar os motivos das divergências, ouvindo as duas partes, analisando as suas estruturas organizativas, as regras de procedimentos e , principalmente, os critérios que levaram às nomeações dos respectivos quadros. Talvez tenha sido dada prioridade a boys sem experiência nem formação adequada aos objectivos de cada instituição, os quais não podem deixar de ser convergentes para os interesses dos cidadãos de Portugal.
António João Soares
25 de Julho de 2017
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